13.04.2013 Views

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

dos registros. Então, foi desenvolvida entrevista clínica para coleta de dados sobre suas queixas<br />

e d<strong>em</strong>andas iniciais. Ocorreu ainda o esclarecimento acerca do tratamento pela análise do<br />

comportamento, quando foi estabelecido o contrato terapêutico. Houve a leitura e o esclarecimento<br />

sobre o TCLE, e quando de seu consenso, o mesmo foi assinado pela participante, por um m<strong>em</strong>bro<br />

da família responsável por ela, sua irmã mais velha, <strong>em</strong> função de a mesma ser menor de idade, e<br />

pelas pesquisadoras. Na oportunidade, essa irmã relatou relevantes dados a respeito da participante<br />

e elucidou dúvidas sobre o processo terapêutico a ser aplicado. Como tarefas para casa, após a devida<br />

instrução, foram disponibilizados: QHV (Lazarus, 1975/1980), b<strong>em</strong> como DRCs (Bueno & Britto,<br />

2003).<br />

A 2ª sessão foi utilizada para revisar as respostas apresentadas pela participante no QHV (Lazarus,<br />

1975/1980), b<strong>em</strong> como analisar o DRC (Bueno & Britto, 2003). As d<strong>em</strong>ais sessões dessa fase (3ª<br />

à 6ª) foram utilizadas para aplicação do inventário e escalas psicológicos. Primeiramente, foram<br />

aplicadas as escalas da Bateria de Beck (Cunha, 2001). Em um momento seguinte, a participante foi<br />

submetida à Escala Y-BOCS (Cordioli, 2007b). Posteriormente, houve a aplicação do IHS (Del Prette<br />

& Del Prette, 2001). Em todas essas sessões, novas queixas e d<strong>em</strong>andas foram investigadas, além de<br />

revisados os DRCs, e retiradas dúvidas sobre respostas no QHV (Lazarus, 1975/1980).<br />

Intervenção I<br />

Ocorreu entre a 7ª e a 17ª sessões, <strong>em</strong> um total de 11 encontros terapêuticos. O procedimento<br />

aplicado nessa fase está descrito, a seguir.<br />

Educação sobre conceitos relevantes da análise do comportamento<br />

Essa intervenção compreendeu treinamento teórico-instrucional visando a prática de princípios<br />

básicos da análise do comportamento e foi desenvolvida <strong>em</strong> duas fases.<br />

A Fase 1 objetivou intervir <strong>em</strong> relatos frequentes de Bárbara sobre: “nasci desse jeito”, “eu sou assim”<br />

e a ensiná-la a discriminar corretamente comportamentos que aprendera <strong>em</strong> sua interação social,<br />

complexos repertórios mantidos por complexos agentes de controle. Então, foram apresentados à<br />

Bárbara, na 7ª sessão, conceitos básicos como: (a) filogenia, ou seja, a história de vida da espécie; (b)<br />

ontogenia, a história de vida do indivíduo; e (c) cultura, a prática daquilo que o indivíduo aprendeu<br />

enquanto ser social (Skinner, 1953/2007).<br />

A Fase 2 deu-se na 15ª sessão e objetivou treinar Bárbara a aplicar o autorreforço aos seus<br />

comportamentos apropriados, após desenvolvimento de sua aprendizag<strong>em</strong> no setting terapêutico,<br />

b<strong>em</strong> como àqueles componentes apropriados de seu padrão comportamental. Com essa finalidade,<br />

foi-lhe ensinado o seguinte conceito: (a) reforço – quando disponibilizado, faz aumentar a<br />

frequência de o comportamento ocorrer. Pode ser positivo e negativo. No primeiro é acrescentado<br />

algo reforçador e contingente ao comportamento; já no segundo um estímulo aversivo é retirado<br />

do ambiente (Skinner, 1953/2007). Ao final de cada fase, os conteúdos dos treinamentos foram<br />

fornecidos, impressos <strong>em</strong> papel sulfite, para que Bárbara pudesse estudá-los <strong>em</strong> casa, e então observar<br />

seu processo interacional para aplicá-los corretamente.<br />

Controle de comportamentos verbais inapropriados<br />

Na 7ª sessão foi realizada a educação sobre regras e autorregras. Nela, Bárbara foi submetida<br />

a treinamento teórico-instrucional sobre os seguintes conceitos: (a) regras – são estímulos<br />

verbais especificadores de contingências e formulados pela comunidade verbal para controlar o<br />

comportamento das pessoas; e (b) autorregras – são estímulos verbais especificadores de contingências<br />

e formulados pelo próprio indivíduo. As autorregras pod<strong>em</strong> ser públicas ou privadas (Jonas, 2001).<br />

A finalidade dessa intervenção foi levá-la a discriminar agentes controladores do seu padrão<br />

comportamental. A partir da 8ª sessão utilizou-se a teoria da linguag<strong>em</strong> de Staats (1996) para que<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Luciano . Bueno<br />

359

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!