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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Escobal . Elias . Goyos<br />

176<br />

Porém, o desenvolvimento de procedimentos efetivos e não invasivos para o controle de<br />

comportamentos inapropriados e para instalação de comportamentos apropriados nesses indivíduos<br />

têm recebido maior ênfase tanto na pesquisa básica, como na translacional e na aplicada nos últimos<br />

anos (Dyer et al., 1990; Fisher, Thompson, Piazza, Crosland, & Gotjen, 1997).<br />

Um procedimento experimental útil na área de escolha para controle de comportamento<br />

inadequado e para a instalação de comportamentos apropriados pode ser fornecido por estudos<br />

de autocontrole. O paradigma de autocontrole, baseado na escolha entre reforços atrasados e de<br />

magnitudes diferentes, é aplicado, <strong>em</strong> geral, com participantes que apresentam probl<strong>em</strong>as de<br />

comportamento severos, autistas e com crianças com distúrbio ou déficit de atenção e hiperatividade.<br />

A aplicação desse paradigma com esses participantes, que apresentam frequent<strong>em</strong>ente repentes<br />

de agressividade e comportamentos mantidos por reforçamento imediato, pode contribuir para o<br />

desenvolvimento de programas educacionais que aument<strong>em</strong> a qualidade de vida desses indivíduos<br />

(Hanna & Ribeiro, 2005).<br />

Outro procedimento experimental útil na área de escolha para controle de comportamento<br />

inadequado e para a instalação de comportamentos apropriados refere-se ao procedimento de<br />

avaliação de preferência. Esse procedimento é considerado um el<strong>em</strong>ento essencial de terapias<br />

comportamentais, ensino, intervenções efetivas e de pesquisas, principalmente pesquisas<br />

translacionais com participantes humanos (Clausen, 2006; Escobal & Goyos, 2008). Quanto maior<br />

o conhecimento sobre as preferências de uma pessoa, melhores são as condições de motivá-la com<br />

sucesso a realizar uma tarefa (Escobal, Macedo, Duque, Gamba, & Goyos, 2010).<br />

O reforçamento é um mecanismo central no desenvolvimento de comportamentos operantes<br />

(Pace, Ivancic, Edwards, Iwata, & Page, 1985). Anteriormente ao estabelecimento da contingência<br />

de reforçamento, no entanto, o trabalho de identificação de itens de preferência do paciente ou do<br />

participante <strong>em</strong> pesquisas aplicadas, translacionais ou mesmo básicas com humanos consiste <strong>em</strong><br />

um el<strong>em</strong>ento essencial para o sucesso de análise e interpretação dos resultados das intervenções<br />

<strong>em</strong>pregadas (Clausen, 2006). As intervenções comportamentais, por ex<strong>em</strong>plo, fornec<strong>em</strong><br />

oportunidades de praticar e adquirir habilidades importantes, mas o sucesso ou o fracasso desses<br />

programas está diretamente relacionado aos reforçadores fornecidos para os indivíduos quando<br />

<strong>em</strong>it<strong>em</strong> comportamentos adequados (Escobal et al., 2010). Um fator que pode aumentar a<br />

probabilidade de engajamento <strong>em</strong> comportamentos inadequados é a falta de exposição a situações<br />

de escolha e, consequent<strong>em</strong>ente, a itens de preferência.<br />

Uma maneira de acessar preferências é fornecer repetidas oportunidades de escolha entre duas ou mais<br />

alternativas, simultaneamente disponíveis, para se determinar qual é escolhida mais frequent<strong>em</strong>ente.<br />

Procedimentos que favoreçam a oportunidade de escolha de itens ou tarefas de preferência, com potencial<br />

utilização como estímulos reforçadores <strong>em</strong> programas de ensino, têm gerado benefícios importantes.<br />

Reforçadores potenciais pod<strong>em</strong> ser identificados de diversas maneiras, e uma hierarquia desses<br />

reforçadores potenciais pode ser construída através de métodos indiretos, como entrevistas e observações<br />

informais, ou métodos diretos, como avaliação de preferência com estímulo único (Pace et al.,1985),<br />

com estímulos pareados (Fisher, Piazza, Bowman, Hagopian, Owens, & Slevin, 1992), de múltiplos<br />

estímulos (Carr, Nicolson, & Higbee, 2000) e de operante livre (Roane, Vollmer, Ringdahl, & Marcus,<br />

1998), de acordo com a formulação de Clausen (2006). Nesse estudo escolheu-se o método de avaliação<br />

de preferência com estímulos pareados.<br />

Esse tipo de avaliação envolve a apresentação de cada estímulo aos pares com cada outro estímulo da<br />

lista, até que todas as combinações possíveis sejam realizadas. A apresentação de cada par de estímulos<br />

ocorre, simultaneamente, de maneira equidistante entre si. Deve-se observar qual estímulo é escolhido<br />

pelo indivíduo. O estímulo não escolhido deve ser r<strong>em</strong>ovido. Se o indivíduo tentar escolher ambos os<br />

estímulos, os dois dev<strong>em</strong> ser r<strong>em</strong>ovidos e reapresentados com uma instrução adicional para escolher<br />

apenas um. Se o indivíduo não escolher nenhum dos estímulos, seu uso deve ser r<strong>em</strong>odelado e os estímulos

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