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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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nessa função, v corresponde ao valor subjetivo de uma recompensa provável, V seria o valor da<br />

recompensa s<strong>em</strong> desconto, h corresponde a uma constante que mede a taxa de desconto, θ equivale<br />

ao número médio de perdas a longo prazo (chances-contra), e p a probabilidade expressada para<br />

recebimento de V.<br />

Visto que uma mesma função (tipo hipérbole) descrevia os dados tanto para atraso quanto para<br />

probabilidade, a idéia de equivalência ficou fortalecida na área de escolha <strong>em</strong> situação de risco,<br />

mesmo com as diferenças encontradas nos estudos com manipulações de magnitude e inflação.<br />

Trabalhos realizados com estudantes brasileiros (Coelho, Hanna & Todorov, 2003; Coelho, 2003;<br />

Coelho, Hanna, Todorov & Quinta, 2003; Todorov, 2005), replicando e estendendo o trabalho de<br />

Rachlin e cols., encontraram uma função potência como a que melhor descreve a perda do valor de<br />

um reforço para probabilidade.<br />

v = sV<br />

na qual<br />

(5),<br />

s = apb (5a)<br />

onde, a e b são constantes <strong>em</strong>píricas. Algumas características são propostas para essa função: s > p<br />

para baixas probabilidades s < p para altas probabilidades (Todorov, 2005).<br />

A utilização de modelos mat<strong>em</strong>áticos para a descrição do comportamento parte do princípio que<br />

uma função mat<strong>em</strong>ática t<strong>em</strong> o poder descritivo de uma gama de situações, além de proporcionar<br />

uma redução na quantidade de dados para torná-los mais explicativos (Stevens, 1975; Shull, 1991;<br />

Mazur, 2006).<br />

A utilização de modelos mat<strong>em</strong>áticos na explicação do comportamento não é característico apenas<br />

da análise do comportamento. Pode-se observar que os testes psicológicos têm base <strong>em</strong> modelos<br />

mat<strong>em</strong>áticos na formulação de suas ferramentas. Porém, não é de interesse principal a utilização de<br />

modelos mat<strong>em</strong>áticos na sua explicação e validação, visto que sua fundamentação teórica baseiase<br />

<strong>em</strong> teorias mentalistas. Mesmo com todos os probl<strong>em</strong>as internos e externos d<strong>em</strong>onstrados <strong>em</strong><br />

estudos sobre testes psicológicos (Pasquali, 2003; Hays, 1970; Noronha, 2002; Santos, Franco &<br />

Miguel, 2003; Noronha, Primi & Alchieri, 2004, 2005; Oliveira, Noronha, Dantas & Santar<strong>em</strong>, 2005),<br />

a busca por correlações entre medidas psicométricas e de taxas de desconto vêm se desenvolvendo<br />

<strong>em</strong> pesquisas que utilizam comportamentos-probl<strong>em</strong>as para a verificação de validade entre escores<br />

e taxa de desconto de consequências atrasadas (desconto t<strong>em</strong>poral), isto é, abuso de cigarro, álcool<br />

e substâncias ilícitas (Vuchinich & Simpson, 1998; Mitchell, 1999; Epstein, Richards, Saad, Paluch,<br />

Ro<strong>em</strong>mich & Lerman, 2003).<br />

Esses estudos estão relacionados à impulsividade e autocontrole (Hanna & Todorov, 2002)<br />

utilizando escores de testes psicológicos e taxa de desconto (parâmetro k da função hipérbole –<br />

Eq. 3 do presente trabalho), onde os resultados apresentam diferenças significativas entre as duas<br />

metodologias utilizadas (Madden e cols. 1997; Mitchell, 1999; Epstein e cols. 2003). Essas diferenças<br />

dificultam a maior comparação dos dados obtidos. Contudo, todos eles se baseiam <strong>em</strong> respostas a<br />

estímulos verbais apresentados numericamente (procedimento de titulação e questionário de Kirby,<br />

por ex<strong>em</strong>plo) ou nominalmente (como o caso dos testes psicológicos) e talvez seja necessário se<br />

compreender como esses estímulos funcionam para um mesmo indivíduo.<br />

Essas diferenças entre uma metodologia que apresenta descrição numérica e outra que apresenta<br />

escores de testes psicológicos pod<strong>em</strong> existir devido às estruturas <strong>em</strong> que as metodologias são<br />

apresentadas, corroborando assim com uma proposta de frame (Kahn<strong>em</strong>an & Tversky, 1979), isto<br />

é, como as pessoas perceb<strong>em</strong> um mesmo evento descrito de maneiras diferentes de acordo com a<br />

apresentação das alternativas. Uma das ideias é que pequenas mudanças na forma da instrução, por<br />

ex<strong>em</strong>plo, influenciam as decisões de pessoas na direção dada pela apresentação do evento (Kahn<strong>em</strong>an<br />

& Tversky, 1979; Teigen & Brun, 2003).<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Pedroso . Coelho . Winder<br />

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