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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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antes do diagnóstico, <strong>em</strong> 33% por ocasião do diagnóstico e <strong>em</strong> 56% após o diagnóstico. As principais<br />

MNP foram: convulsões e cefaléia (50%), síncope e depressão mais profunda (11%). A prevalência de<br />

MNP na amostra analisada foi baixa (16,4%), de acordo com a literatura especializada (14% a 75%).<br />

Essa variabilidade depende da população <strong>em</strong> estudo, o que revela a dificuldade de caracterização de<br />

MNP frequentes <strong>em</strong> pacientes com LES. Por esse motivo, cada vez mais as pesquisas se focam <strong>em</strong><br />

práticas multidisciplinares para a padronização de formulários sobre avaliações comportamentais,<br />

com a finalidade de garantir maior fidedignidade aos resultados.<br />

A Organização Mundial de Saúde (2001) estima que nos próximos 20 anos, a depressão subirá<br />

do quarto para o segundo lugar no ranking de doenças fatais e dispendiosas, perdendo apenas<br />

para as enfermidades do coração. Os dados da pesquisa realizada <strong>em</strong> 2001 revelam que a depressão<br />

atinge 15% da população <strong>em</strong> todo o mundo, <strong>em</strong> pelo menos algum momento da vida. Desses casos,<br />

aproximadamente a metade terá episódios repetitivos de crise e precisará de tratamento contínuo.<br />

As estatísticas desta pesquisa revelam que: (i) mais de 400 milhões de pessoas no mundo sofr<strong>em</strong> de<br />

depressão; (ii) o risco de um hom<strong>em</strong> sofrer da doença é de 11%, enquanto o da mulher pode chegar<br />

a 18,6%; (iii) das pessoas que sofr<strong>em</strong> de depressão, aproximadamente 15% comet<strong>em</strong> suicídio; (iv) a<br />

falta ou o excesso de sono afeta 90% dos pacientes com o probl<strong>em</strong>a; (v) indivíduos acima dos 65 anos<br />

de idade representam 10% a 15% da população com algum tipo de depressão; (vi) 37% das pessoas<br />

com a doença têm probl<strong>em</strong>as sexuais; e (vii) estima-se que 80% dos deprimidos apresent<strong>em</strong> sintomas<br />

como ansiedade ou agitação.<br />

De acordo com Souza et al. (2003), depressão é um transtorno do humor ou afetivo, tendo como<br />

consequência diversas alterações na maneira de valorizar e perceber a realidade e a vida. É uma<br />

doença <strong>em</strong> que o organismo é acometido como um todo, comprometendo o físico, o humor e, <strong>em</strong><br />

consequência, o pensamento e as funções cognitivas. Para estes autores, a depressão pode apresentar<br />

uma diversidade de sintomas psicológicos, como tristeza, mudanças repentinas de humor (s<strong>em</strong><br />

motivo aparente), sentimentos de culpa ou r<strong>em</strong>orso, intranquilidade ou ansiedade, irritabilidade,<br />

baixa autoestima, dificuldade de concentração, m<strong>em</strong>ória fraca, indecisão, falta de interesse no<br />

que normalmente gerava interesse, e percepção distorcida da realidade. Também apresenta uma<br />

variedade de sintomas físicos como dor de cabeça, palpitação, diminuição ou excesso de apetite,<br />

diminuição do des<strong>em</strong>penho sexual, dor no corpo, indigestão, constipação ou diarréia, insônia, fadiga<br />

etc. Entretanto, n<strong>em</strong> todas as pessoas que sofr<strong>em</strong> de depressão apresentam os sintomas mencionados.<br />

No Brasil, o instrumento mais utilizado para mensurar a depressão t<strong>em</strong> sido o Inventário de Beck<br />

(Beck Depression Invenctory [BDI]), uma medida de autoavaliação da intensidade dos sintomas<br />

depressivos, validada por Cunha (2001).<br />

Para a análise do comportamento, a depressão é considerada como um repertório comportamental<br />

único que pode ser compreendido por meio de análise funcional. Faz parte da análise funcional a<br />

história de vida do paciente, considerados os fatores genéticos, biológicos, culturais e sociais, além<br />

das contingências atuais. Desse modo, uma resposta depressiva “pode constituir uma reação perante<br />

um estímulo estressante externo ou ser mais característica do padrão de respostas de uma pessoa<br />

frente ao mundo” (Caballo, 2003, p. 523).<br />

Nessa abordag<strong>em</strong>, a depressão deve ser compreendida como um padrão de comportamento que<br />

interage com o ambiente, relacionado à história de reforçamento do indivíduo deprimido. Assim,<br />

o entendimento da depressão depende do conhecimento acerca da relação do indivíduo com o<br />

ambiente, incluindo os antecedentes e consequentes da resposta depressiva (Campos, 2007).<br />

De acordo com Dougher e Hackbert (2003), a baixa frequência de reforço social pode instalar e<br />

manter a depressão. Da mesma forma, o surgimento da depressão pode ocorrer quando o reforço<br />

para o “responder” for menor que para o “não-responder”. Os mesmos autores afirmam que<br />

pessoas depressivas são reforçadas pela <strong>em</strong>issão de comportamentos de angústia, como ansiedade,<br />

lamentação, choro e irritabilidade. Esse reforço pode ser positivo, pelo aumento de apoio social e<br />

Neder . Cabral Carneiro . Ferreira . Carneiro<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

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