13.04.2013 Views

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Medeiros . Cardoso . Oliveira<br />

402<br />

a relação A–›B, há a <strong>em</strong>ergência da relação B–›A. No caso da transitividade, há a apresentação de<br />

relações nunca antes treinadas, pois <strong>em</strong> um treino A–›B e A–›C, ocorre <strong>em</strong>ergência das relações B–›C<br />

e C–›B.<br />

Sidman e Tailby (1982) concluíram que o treino de relações condicionais entre estímulos pode<br />

originar relações de equivalência. De Assis, Baptista, Kato e Cardoso (2003) defin<strong>em</strong> que as<br />

relações de equivalência se refer<strong>em</strong> ao agrupamento de classes de estímulos a partir de relações<br />

condicionais arbitrárias.<br />

Sidman e Tailby (1982), <strong>em</strong> suas observações, concluíram que estímulos como A1, B1, C1 e D1,<br />

apesar de não possuír<strong>em</strong> similaridade de forma entre si, passaram a exercer a mesma função sobre<br />

o comportamento. Assim, os autores passaram a chamar os estímulos relacionados arbitrariamente<br />

(A1, B1, C1 e D1) como m<strong>em</strong>bros de uma mesma “classe de equivalência”.<br />

No treino que produz as relações de linha de base, tradicionalmente, utiliza-se o procedimento de<br />

igualação de acordo com o modelo (matching-to-sample - MTS). O procedimento de MTS ocorre<br />

da seguinte forma: o estímulo condicional (Sc) ou modelo é apresentado inicialmente e determina<br />

por programação, dentre os estímulos de comparação, qual será o estímulo discriminativo (Sd) e<br />

qual, ou quais, será(ão) o(s) estímulo(s) delta (S∆ ). O Sd é aquele relacionado a uma determinada<br />

resposta ser seguida de reforço e o S∆ é o estímulo relacionado a uma resposta não ser seguida de<br />

reforço (Moreira & Medeiros, 2007). O procedimento de MTS define relações condicionais entre os<br />

estímulos condicionais, discriminativos e delta.<br />

A despeito da eficácia desse procedimento <strong>em</strong> estabelecer as condições para a observação das<br />

propriedades de equivalência ser extensamente documentada pela literatura, não é comum observar<br />

a sua ocorrência no dia a dia, especialmente na inserção dos indivíduos <strong>em</strong> uma comunidade verbal2 (Wraikat, Sundberg & Michael, 1991).<br />

Sequência intraverbal<br />

O Comportamento Verbal foi definido por Skinner (1957/1978) como um operante que é mantido<br />

pelas consequências geradas por outro organismo (i.e., ouvinte). Para Skinner, ouvinte e falante<br />

deveriam pertencer a uma mesma comunidade verbal, de modo que o comportamento do ouvinte<br />

ficasse sob o controle discriminativo do produto do comportamento verbal do falante.<br />

Skinner (1957/1978) se ocupou <strong>em</strong> fazer descrições das relações funcionais presentes no<br />

comportamento verbal levando <strong>em</strong> consideração as diferentes topografias de respostas possíveis. Para<br />

tanto, Skinner criou sete categorias funcionais de comportamentos verbais que estão sob o controle<br />

de condições de privação, saciação e estimulação aversiva; estímulos não verbais; estímulos verbais,<br />

orais, gestuais ou escritos. Dentre estas categorias de respostas, encontra-se o Comportamento<br />

Intraverbal.<br />

Da descrição de Skinner (1957/1978) para Comportamento Intraverbal pode-se concluir que<br />

respostas intraverbais compreenderiam cadeias de comportamentos verbais agrupados por um histórico<br />

de reforçamento sendo, assim, evocadas por um estímulo verbal dissimilar (i.e., s<strong>em</strong> correspondência<br />

ponto a ponto). Ex<strong>em</strong>plos de respostas intraverbais seriam: Responder “4” para o estímulo<br />

“2+2”; “Ouviram do Ipiranga...” para “Hino Nacional Brasileiro”; “Tudo b<strong>em</strong>!” para “Como vai?”.<br />

Skinner (1957/1978) discute a possiblidade de falante e ouvinte ser<strong>em</strong> a mesma pessoa. Sendo assim,<br />

as respostas verbais de um indivíduo pod<strong>em</strong> exercer funções de estímulo sobre o comportamento<br />

dele próprio. Isso é comum no comportamento intraverbal, quando se decora a letra de uma música,<br />

2 Skinner (1957/1978) define comunidade verbal como um grupo de indivíduos que estabelec<strong>em</strong> de forma natural e não planejada<br />

as práticas de reforço para as respostas verbais dos falantes e para os comportamentos de ouvinte sob o controle de estímulos<br />

verbais. Como ex<strong>em</strong>plo de uma comunidade verbal, pod<strong>em</strong>-se citar os falantes e os ouvintes do português.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!