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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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gramaticais. Já na sondag<strong>em</strong> de agrupamento pós-condição experimental cinco dos seis participantes<br />

agruparam as palavras conforme este critério. Deve ser ressaltado que <strong>em</strong> nenhum momento um<br />

agrupamento específico foi instruído ou consequenciado, de forma que a exposição à contingência<br />

reforço de toques sobre palavras da classe gramatical verbos teve como produto o aumento dessa<br />

resposta e, provavelmente, seja a responsável pelo agrupamento de palavras pertencentes a esta classe<br />

e, principalmente, pelo agrupamento das palavras das d<strong>em</strong>ais classes gramaticais.<br />

Tabela 2<br />

Porcentag<strong>em</strong> de escolha das classes gramaticais nos treinos e Linhas de Base pré e<br />

pós-treino<br />

As porcentagens obtidas para a classe Verbos (classe para a qual as respostas foram reforçadas no treino) foram<br />

destacadas.<br />

Classe LB1 LB2 LB3 TR1 TR2 TR3 LB4 LB5 LB6<br />

Pronome 10,5 7,8 22,2 6,6 7,8 1,1 2,2 23,9 20<br />

Verbo 12,2 16,6 16,6 52,8 70,5 95,5 77,8 41,6 48,9<br />

Advérbio 19,4 20,5 12,8 12,2 5,5 3,3 2,8 18,3 1,6<br />

Substantivo 27,8 23,9 27,8 12,8 7,8 00 0,5 00 1,1<br />

Adjetivo 30 36,1 20,5 15,5 8,3 00 16,6 16,1 28,3<br />

Skinner (1957) chama a atenção para a necessidade de se tomar o episódio verbal como unidade<br />

de análise do comportamento verbal e que, <strong>em</strong> comportamentos intraverbais, as relações do<br />

comportamento do falante e do ouvinte dev<strong>em</strong> ser consideradas. Tal postura responderia à<br />

preocupação de Place (1997) de que uma pessoa, ao se comportar verbalmente, apresenta uma<br />

anomalia na sua conversação usual, pois não continuam repetindo uma palavra ou sentença várias<br />

vezes. Embora Leigland (2000) tenha respondido a Place (1997), pensamos que a resposta teria<br />

mais amparo se pudéss<strong>em</strong>os atentar para esta outra função do reforçador de organizar/ordenar o<br />

comportamento operante, principalmente o comportamento verbal. É salutar l<strong>em</strong>brar que as duas<br />

funções reforçadoras – aumento e organização – não são excludentes. Em um experimento recente<br />

conduzido por De Souza Britto, Rodrigues, Santos e Ribeiro (2006), típico dos estudos realizados na<br />

década de 70 e publicados no Journal of Applied Behavior Analysis, foram reforçadas e submetidas à<br />

extinção, respectivamente, as falas apropriadas e falas psicóticas de um hom<strong>em</strong> adulto diagnosticado<br />

como esquizofrênico. Nos períodos de intervenção, as falas apropriadas aumentaram de frequência<br />

e as falas psicóticas diminuíram. Embora os autores não façam análise dos episódios verbais, há<br />

indícios de que falas “apropriadas” não indicam apenas aumento de frequência, mas também<br />

episódios verbais organizados, <strong>em</strong>bora de curtas durações.<br />

Numa análise operante do comportamento verbal, falas ordenadas/organizadas são aquelas<br />

<strong>em</strong> que, durante um episódio verbal, os repertórios do falante e ouvinte são partes de um fluxo<br />

comportamental, onde ambos os protagonistas mudam de função alternadamente enquanto falantes<br />

e ouvintes, sob o controle discriminativo de variáveis comuns e de modo tal que este fluxo de<br />

comportamentos implica <strong>em</strong> reforço mútuo, ingrediente básico de qualquer tipo de relacionamento<br />

(Baum, 1994). Quando Place (1997) aponta para anomalias, estas pod<strong>em</strong> ser ex<strong>em</strong>plificadas no<br />

seguinte episódio verbal: 1) Como é o seu nome? 2) Bush, Bush, Bush, Bush… . A repetição implica <strong>em</strong><br />

anomalia, principalmente se o nome do partícipe for Pedro. Seria uma fala apropriada se a resposta<br />

fosse “Pedro” e logo <strong>em</strong> seguida ocorresse outra resposta verbal, por parte do falante, como por<br />

ex<strong>em</strong>plo, Por que você deseja saber o meu nome?<br />

Simonassi . Cameschi . C. Coelho . A. E. V. B. Coelho . Fernandes<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

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