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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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processo de inclusão escolar seria o despreparo de professores diante de um aluno diferente da<br />

maioria, assim como as condições físicas e inadequadas para a acessibilidade nas escolas.<br />

As modificações necessárias no atual sist<strong>em</strong>a educacional são muito importantes para a definição<br />

de novas propostas pedagógicas <strong>em</strong> uma educação inclusiva, pessoas com essas necessidades não<br />

pod<strong>em</strong> ser consideradas de forma linear, e sim como alguém que pode fazer parte do cenário, mas<br />

que, s<strong>em</strong> a inclusão, não poderia participar, o que implicaria <strong>em</strong> acolhimento e não apenas tolerância<br />

do outro conforme suas características (Tessaro, 2005; Callonere, 2002; Mazzotta, 1998; Mantoan,<br />

1997; Sassaki, 1997).<br />

A importância que os pais têm no processo de inclusão social e escolar de seus filhos parece ser<br />

pouco explorada no tocante à parceira cotidiana necessária entre a família e a escola, e à efetivação<br />

de uma prática b<strong>em</strong> sucedida. Muito é falado sobre a importância do papel da família na socialização<br />

primária, no reconhecimento do filho com suas características e potencialidades, e da inserção<br />

deste na comunidade social, de modo a permitir que a criança adquira autonomia, liberdade e<br />

autoconfiança (Skinner, 1972), mas parece haver uma lacuna entre estas constatações e o exercício<br />

das mesmas.<br />

Os professores e os pais de estudantes incluídos formam as agências envolvidas nos âmbitos da<br />

inclusão escolar e os responsáveis pelo sucesso entre essa parceria, mas como parte do contexto social<br />

amplo, parece que não constitu<strong>em</strong> uma adesão, ao reproduzir uma forma de interação permeada por<br />

modelos de exclusão social, n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre claros, mas camuflados <strong>em</strong> dificuldades e impedimentos de<br />

ord<strong>em</strong> <strong>em</strong>ocional, social e econômica (Tessaro, 2005; Callonere, 2002; Aranha, 2000).<br />

Callonere (2002) realizou uma pesquisa de campo com um método de análise de dados qualitativo<br />

e quantitativo no estilo de estudo de caso com dados descritivos coletados a partir de entrevistas<br />

s<strong>em</strong>iestruturadas, observação <strong>em</strong> sala de aula e análise documental de depoimentos produzidos <strong>em</strong><br />

1995 pela mesma autora.<br />

O material coletado foi a respeito de uma criança do sexo f<strong>em</strong>inino, de pele branca, 10 anos,<br />

acometida de deficiências múltiplas, com deformação física e comprometimento motor, visual<br />

e comunicativo (fala). Era a única estudante com desenvolvimento atípico incluída na escola<br />

selecionada pela pesquisa. A escola pública da cidade de São Paulo atende a uma comunidade<br />

de nível sócioeconômico de classe média e baixa. A observação da criança incluída aconteceu<br />

numa sala de aula de primeira série do ensino fundamental, com trinta crianças matriculadas.<br />

Havia uma acompanhante para a criança incluída, solicitada à mãe pela escola, que a acompanha<br />

permanent<strong>em</strong>ente durante todo período de aula.<br />

As entrevistas com a mãe e a professora aconteceram nas dependências da escola, e houve uma<br />

observação na sala de aula da criança participante. Foram utilizadas entrevistas s<strong>em</strong>iestruturadas,<br />

com participação mais ativa e fluente do entrevistado. Diferentes roteiros para cada segmento<br />

de entrevistados foram elaborados. No decorrer da coleta de dados, procurou-se garantir o<br />

estabelecimento de um bom relacionamento com os participantes da pesquisa, os pais, a criança<br />

e os professores ao propiciar um ambiente reforçador, de forma a evitar um clima aversivo e obter<br />

informações, as mais fidedignas possível (Lüdke e André, 1986), respeitando-se o sigilo (com termo<br />

de consentimento livre e esclarecido declarado pelas partes) e a ótica de cada um dos participantes,<br />

b<strong>em</strong> como os fatores comuns, quanto à compreensão dos agentes facilitadores ou dificultadores do<br />

processo de inclusão.<br />

Os dados coletados, a partir da entrevista (com a mãe e a professora) e da observação da criança<br />

incluída foram transcritos e categorizados a posteriori com base nos objetivos e no levantamento<br />

bibliográfico que nortearam este estudo. Ao categorizá-los, estabeleceram-se “classes de valores para<br />

as variáveis selecionadas” (Hübner, 1984), definidos por meio de sínteses das falas dos participantes<br />

entrevistados, individualmente ou <strong>em</strong> grupo, referindo-se às expectativas e aos relatos verbais destes<br />

participantes sobre a escola, a inclusão, os professores, os psicólogos e outros profissionais, os filhos/<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Callonere . Rolim . Hübner<br />

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