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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Koeke . Menzzano<br />

314<br />

A psicopedagogia no âmbito hospitalar:<br />

Aplicação dos Princípios da Análise do Comportamento para o desenvolvimento de<br />

repertórios acadêmicos <strong>em</strong> crianças com dificuldades de aprendizag<strong>em</strong><br />

Quando nos r<strong>em</strong>et<strong>em</strong>os ao termo psicopedagogia, muitos imaginam o psicólogo inserido na<br />

escola ou no consultório. Porém, esta modalidade de atendimento também se aplica aos ambientes<br />

hospitalares. Esta modalidade de atendimento educacional denomina-se Classe Hospitalar, que,<br />

segundo a Política Nacional de Educação Especial, publicada pelo MEC – Ministério da Educação e<br />

da Cultura, <strong>em</strong> Brasília, <strong>em</strong> 1994, garante o atendimento pedagógico às crianças e aos adolescentes<br />

hospitalizados.<br />

As classes hospitalares são um direito das crianças e dos adolescentes hospitalizados, uma vez que<br />

estes pod<strong>em</strong> passar por longos períodos de internação, não tendo acesso às escolas regularmente. Na<br />

tentativa de amenizar as perdas das crianças já privadas de contatos sociais e estimulação adequada,<br />

as classes hospitalares têm o intuito de mantê-las atualizadas com o conteúdo acadêmico conforme<br />

sua série escolar. Este é um direito reconhecido pela Constituição Federal de 1988, da Lei n. 1.044/69,<br />

da Lei n. 6.202/75, da Lei n. 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente, da Resolução n. 41/95<br />

do Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, da Lei n. 9.394/96 – Lei de<br />

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, da Resolução n. 02/01 do Conselho Nacional de Educação.<br />

Resolução n. 41/95, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, garantiu para esta<br />

parcela da população, o “direito a desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para<br />

a saúde e acompanhamento do currículo escolar, durante sua permanência hospitalar” (Brasil, 1995).<br />

Neste contexto, o trabalho com dificuldades de aprendizag<strong>em</strong> também se estende aos hospitais que<br />

oferec<strong>em</strong> tratamento craniofacial, uma vez que as crianças se submet<strong>em</strong> a tratamentos ambulatoriais<br />

e cirúrgicos desde o nascimento até a fase adulta. Apesar de não passar<strong>em</strong> por longos períodos de<br />

internação, as crianças se ausentam da escola s<strong>em</strong>analmente para acompanhamento e tratamento<br />

interdisciplinar que acarretam prejuízos neste sentido. Elas permanec<strong>em</strong> um t<strong>em</strong>po mais longo fora<br />

das escolas nos momentos <strong>em</strong> que realizam as cirurgias craniofaciais que exig<strong>em</strong> delas e da família<br />

um período de internação e cuidados pós-operatórios sist<strong>em</strong>áticos.<br />

No Hospital de Reabilitação Craniofacial <strong>em</strong> discussão, o protocolo de atendimento às crianças<br />

com dificuldades de aprendizag<strong>em</strong> foi sendo construído frente às constantes queixas dos pais <strong>em</strong><br />

relação ao des<strong>em</strong>penho escolar de seus filhos e adaptado à dinâmica do hospital, logo, as sessões<br />

são realizadas s<strong>em</strong>analmente no período de ambulatório, ou seja, a criança v<strong>em</strong> para atendimentos<br />

<strong>em</strong> outros setores médicos e também pelo psicológico. A frequência varia também de acordo com<br />

agendamento da equipe e a disponibilidade do paciente. A questão da frequência é uma variável<br />

importante nos resultados obtidos, pois frequência e sist<strong>em</strong>aticidade tornam o trabalho mais eficaz.<br />

Aspectos psicológicos da criança portadora de fissura labiopalatina<br />

O grau da deformidade e as limitações funcionais implicadas não colaboram para o desenvolvimento<br />

cognitivo e a adaptação psicológica do individuo (Amaral & Rezende, 2002). Portanto, há a<br />

preocupação de oferecer suporte psicológico aos pacientes durante todo decorrer de seu tratamento<br />

craniofacial, uma vez que este, <strong>em</strong> sua maioria, implica cirurgias plásticas reparadoras para que, de<br />

fato, ocorra a reabilitação global do portador.<br />

Crianças portadoras de deformidades craniofaciais pod<strong>em</strong> estar expostas a contingências escolares<br />

aversivas <strong>em</strong> função da face atípica, que faz<strong>em</strong> com que estas apresent<strong>em</strong> comportamentos de esquiva<br />

da escola, desinteresse escolar, dificuldades sociais, dificuldade de aprendizag<strong>em</strong>. Esta afirmação é

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