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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Simonassi . Cameschi . C. Coelho . A. E. V. B. Coelho . Fernandes<br />

626<br />

Observando a Tabela 1, verificamos que o participante obteve um total de 23 acertos <strong>em</strong> trinta<br />

possíveis e que todos eles foram contingentes à resposta de tocar a tela e não os relatos. Se olharmos<br />

para a coluna de relatos, que s<strong>em</strong>pre eram precedidos pelo mando que aparecia na tela -- “Escreva como<br />

você está fazendo para solucionar esse exercício” -- ver<strong>em</strong>os que independent<strong>em</strong>ente da apresentação<br />

de reforço contingente ao relato, o comportamento verbal de descrição da contingência colateral<br />

varia de “Estou fazendo escolha aleatória” na tentativa número 1 até “Id<strong>em</strong> anterior” na tentativa 20.<br />

Nas tentativas onde existe um traço ( - ) o relato não foi solicitado. Se pudermos especular um pouco,<br />

diríamos que o relato verbal da tentativa número 1 está ainda sob controle das instruções e da história<br />

pessoal do participante. Contudo, para se referir à história pessoal <strong>em</strong> experimentação, começa a se<br />

formar uma tradição de que precisamos “construir” a história experimentalmente para podermos<br />

estudá-la. Olhando ainda a coluna de relatos, observa-se que os relatos vão ficando sob controle do<br />

que o participante faz na contingência colateral, onde o reforçador está programado. Pode-se verificar<br />

que o reforçador aumenta a frequência da resposta de tocar na tela, conforme mostra a coluna de<br />

frequência acumulada, e ordena/organiza o repertório verbal do participante. Alguém poderia<br />

argumentar que quando o participante descreve suas respostas, ele confronta o seu des<strong>em</strong>penho na<br />

contingência colateral com suas respostas verbais e pode mudar as respostas verbais <strong>em</strong> função destas<br />

comparações. Mesmo assim permanece o fato de que as descrições não são diretamente reforçadas,<br />

pelo menos na programação experimental. Conforme mostra a coluna dos relatos, verificamos que<br />

entre as tentativas ocorre aumento da frequência das palavras que descrev<strong>em</strong> a contingência. No<br />

presente estudo, as palavras, que pod<strong>em</strong> ser chamadas de palavras-chave são as seguintes: letras,<br />

números, verde, vermelho, cor, certo, errado, tocar. Estas palavras aumentam de frequência entre<br />

as tentativas. Por ex<strong>em</strong>plo, na tentativa 3, após dois acertos na contingência colateral, o participante<br />

<strong>em</strong>itiu quatro palavras-chave, sendo duas repetidas – a palavra “número”. Na tentativa 5, mais duas<br />

palavras-chave foram <strong>em</strong>itidas (letras e cores), acumulando seis palavras-chave. S<strong>em</strong> dúvida, a<br />

frequência de respostas verbais está aumentando, porém os comportamentos verbais <strong>em</strong>itidos não<br />

são de repetição como acontece na maioria dos estudos feitos sobre aprendizag<strong>em</strong> operante. Além do<br />

aumento da frequência ocorre ordenação/organização s<strong>em</strong>elhante ao estudo anteriormente citado<br />

de Staddon e Simmelhag (1971). Por ex<strong>em</strong>plo, após a tentativa 15, isto é, na tentativa 20, o operante<br />

verbal que ocorre é “Id<strong>em</strong> anterior”, e aumenta de frequência entre as tentativas, nas tentativas 25 e<br />

30. “Id<strong>em</strong> anterior” não ocorre nas tentativas iniciais.<br />

Em outros estudos (Simonassi & Fernandes, 2007; Simonassi; Tizo; P. Xavier & Rocha, 2010),<br />

palavras de diferentes classes gramaticais foram apresentadas a estudantes universitários, os quais<br />

foram solicitados a agrupar estas palavras. Esta tarefa objetivou selecionar participantes que agruparam<br />

as palavras por critérios outros que não as classes gramaticais. Posteriormente, frente à instrução<br />

“Toque com a ponta do dedo sobre qualquer uma das palavras”, os participantes foram submetidos a<br />

uma sessão de Linha de Base <strong>em</strong> uma tarefa computadorizada com 20 palavras de diferentes classes<br />

gramaticais dispostas aleatoriamente nas células de uma matriz na tela do computador (quatro verbos,<br />

quatro substantivos, quatro adjetivos, quatro pronomes e quatro advérbios). Em seguida, uma fase<br />

de treino foi realizada por duas a três sessões e critério de acerto de 90%. À instrução da Linha de<br />

Base foi acrescido “A cada acerto você ganha um ponto que vale R$ 0,20 (trocáveis) ao final da sessão”<br />

e foram reforçados toques sobre palavras pertencentes à classe gramatical verbos. Posteriormente os<br />

participantes retornaram à Linha de Base. Ao final, um novo agrupamento de palavras foi solicitado<br />

aos participantes. A Tabela 2 apresenta os dados gerais durante as LBs e o treino.<br />

Pod<strong>em</strong>os observar um aumento gradual de toques sobre verbos da primeira para a terceira sessão<br />

de treino e manutenção de porcentag<strong>em</strong> maior durante as sessões de Linha de Base pós-treino, como<br />

seria previsto pela contingência programada. Contudo, o dado relevante para a presente análise<br />

refere-se à forma do agrupamento antes e depois da condição experimental. Na primeira sondag<strong>em</strong><br />

nenhum dos seis participantes tinha agrupado as palavras da lista de acordo com suas classes

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