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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Samelo<br />

576<br />

Em termos de parâmetros, Skinner (1948) refere-se a esses intervalos curtos e longos <strong>em</strong> variações<br />

de 10s para curtos e 60s para longos. “Aos 15s o efeito é geralmente quase imediato. (...) <strong>em</strong> 60s o efeito<br />

se perde” (Skinner, 1953/2003, p.95). No desamparo, a utilização de estímulos aversivos cujo início<br />

independe da resposta permite que a resposta ocorra durante a presença do mesmo, podendo haver<br />

contiguidade entre resposta e término deste estímulo. Nos estudos de comportamento supersticioso,<br />

a utilização de estímulos, geralmente apetitivos, permite o estabelecimento de contiguidade entre<br />

a resposta que precede a apresentação do estímulo. Portanto, nos estudos com estímulos aversivos<br />

t<strong>em</strong>-se como relevante a contiguidade entre R e término do S, enquanto que na condição de estímulo<br />

apetitivo t<strong>em</strong>-se como relevante a contiguidade entre R e apresentação do S.<br />

Na literatura de desamparo, os trabalhos com animais já d<strong>em</strong>onstraram que a quantidade de<br />

exposição ao estímulo aversivo incontrolável é uma variável crítica para a ocorrência do efeito<br />

(Crowelll & Anderson, 1981; Arruda & Silva, 1981; Glazer & Weiss, 1976a), sendo este inexistente<br />

se a duração de cada choque for sist<strong>em</strong>aticamente inferior a 5s, e não havendo efeito significativo se<br />

essa duração for superior a 5s. Com humanos, esses parâmetros difer<strong>em</strong>, já que, com a utilização de<br />

5s máximos, foram verificadas altas porcentagens de contiguidades sist<strong>em</strong>áticas entre término do<br />

som agudo e resposta precedente (e.g., Matute, 1994; Nogara, 2006; Magalhães, 2006). Essa duração<br />

inicialmente já é relativamente reduzida (<strong>em</strong> média 5s) e se reduz ainda mais após aprendizag<strong>em</strong><br />

de fuga. A natureza da resposta aprendida na fase de tratamento pelos sujeitos do grupo que exerce<br />

controle sobre o término do estímulo, no geral é de aprendizag<strong>em</strong> rápida (teclar uma sequência<br />

numérica, ou pressionar F1 quatro vezes etc.), o que acaba fazendo com que, a partir da identificação<br />

da resposta “correta”, o sujeito passe a <strong>em</strong>iti-la com latências mínimas (até inferior a 1s), o que produz<br />

uma exposição ao estímulo aversivo muito reduzida, tanto para esses sujeitos como para os do grupo<br />

que não pode controlar o término do estímulo, estando a eles acoplados (Thornton & Jacobs, 1971;<br />

Hiroto, 1974; Hiroto & Seligman, 1975; Matute, 1993; 1994; 1995; Hatfield & Job, 1998; Di Rienzo,<br />

2002; Nogara, 2006; Magalhães, 2006; Perroni & Andery, 2009).<br />

A reduzida exposição ao estímulo poderia, <strong>em</strong> princípio, aumentar a possibilidade de respostas<br />

coincidir<strong>em</strong> com o seu término. A concentração dessas contiguidades sist<strong>em</strong>áticas aboliria a<br />

variável independente incontrolabilidade (Matute, 1995). Padrões claros de comportamentos<br />

diante de estímulos com curta duração ass<strong>em</strong>elham-se aos dados encontrados por Skinner (1948)<br />

com pombos.<br />

Mesmo ampliando esse parâmetro de 5s máximos para 10s e exigindo aprendizag<strong>em</strong> de maior<br />

complexidade para o grupo controlável (variabilidade comportamental), Samelo (2008) impediu a<br />

presença de padrões supersticiosos, porém não aboliu a presença de contiguidades para o grupo<br />

exposto ao arranjo de incontrolabilidade (média de 25% da sessão). Segundo os dados encontrados<br />

por Nogara (2006), a redução das contiguidades parece ser função do aumento do intervalo. Foi<br />

verificada queda progressiva na frequência de contiguidades (resposta precede o término do estímulo<br />

<strong>em</strong> 0,5s) à medida que a duração do estímulo aumentava (de 1s para 5s). Porém, mesmo com queda,<br />

com a duração do som entre 4-5s, <strong>em</strong> 50% das tentativas houve contiguidades. Esse dado aponta a<br />

relevância de se <strong>em</strong>pregar durações do estímulo superiores a 5s, buscando evitar a possibilidade de<br />

justaposição t<strong>em</strong>poral.<br />

Além do tamanho do intervalo (ou duração) dos estímulos, a frequência com que eles aparec<strong>em</strong><br />

parece ser uma variável importante. Isto pode ser verificado <strong>em</strong> relação ao número de sessões<br />

ou tentativas. A maior exposição (mais sessões e tentativas) pode ser acompanhada de declínio<br />

da frequência de respostas. Em Benvenuti, Panetta, Hora e Ferrari (2008, Experimentos 2 e 3) a<br />

exposição prolongada a uma situação de incontrolabilidade (cinco sessões) mudou, nas sessões<br />

finais, o controle para a contingência programada, sendo verificada queda na frequência de respostas<br />

tanto no componente VT, quanto no componente extinção, sugerindo o responder sob controle<br />

das contingências estabelecidas. No início do experimento é provável que o participante responda

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