13.04.2013 Views

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Sztamfater . Camargo . Savóia<br />

646<br />

Tabela 1<br />

Diferenças entre timidez e fobia social<br />

Timidez Fobia Social<br />

Necessidade moderada de aprovação<br />

dos outros.<br />

Necessidade extr<strong>em</strong>a e absoluta de aprovação<br />

dos outros.<br />

Expectativa de aprovação. Expectativa constante de avaliação negativa.<br />

Tolerância à desaprovação.<br />

Gafes no contato social são facilmente<br />

esquecidas.<br />

Reações duvidosas dos outros pod<strong>em</strong><br />

ser interpretadas como positivas.<br />

1 Os relatos disponibilizados são anônimos e preservam a identidade do portador.<br />

A desaprovação é vista e sentida como uma<br />

grande “catástrofe”.<br />

As gafes sociais são r<strong>em</strong>oídas na forma de<br />

pensamentos obsessivos acompanhados de<br />

tristeza e autorrecriminação.<br />

Reações duvidosas dos outros s<strong>em</strong>pre são<br />

interpretadas de forma negativa.<br />

Percebe-se a fobia social, ou transtorno de ansiedade social, quando a ansiedade é excessiva e<br />

persistente, quando a pessoa t<strong>em</strong>e ser o centro das atenções, ser constant<strong>em</strong>ente observado,<br />

julgado negativamente, evitando as situações sociais ou suportando-as com sofrimento intenso,<br />

com grande prejuízo do des<strong>em</strong>penho funcional e social. A fobia social acomete uma <strong>em</strong> cada oito<br />

pessoas, normalmente começa na adolescência e t<strong>em</strong> curso crônico se não for tratada. Afeta homens<br />

e mulheres na mesma proporção, e o tratamento ideal é medicação e psicoterapia. A depressão é<br />

a comorbidade mais freqüente (Ross, 1995; Savóia & Barros Neto, 2000; Falcone, 2001; Savóia &<br />

Bernik, 2010, Sztamfater & Savóia, 2010a; Sztamfater & Savóia, 2010b).<br />

Feitas essas considerações, como saber quando a timidez se distancia do que é considerado<br />

normal? Inicialmente, é preciso analisar os padrões de comportamento do indivíduo para saber se<br />

houve perdas funcionais. Outro passo importante é observar a história de vida da pessoa, enfocando:<br />

• Modelos parentais (por ex<strong>em</strong>plo, pais superprotetores, pais que evitam interações sociais e<br />

pais punitivos [Bruch, 1989]);<br />

• Aprendizag<strong>em</strong> de comportamentos.<br />

Cabe aqui um destaque: todas as análises aqui propostas part<strong>em</strong> do pressuposto de que o sujeito<br />

deve ser s<strong>em</strong>pre comparado consigo mesmo (sujeito único).<br />

Savóia, (2009) propõe algumas dicas de como lidar com a fobia social:<br />

1. Procurar ajuda se o rendimento na escola cair a níveis incompatíveis, se o des<strong>em</strong>penho<br />

profissional está sendo prejudicado ou se o convívio social torna-se um fardo insuportável;<br />

2. Os pais dev<strong>em</strong> estar atentos aos filhos tímidos, principalmente na adolescência, quando a timidez<br />

crônica pode se transformar <strong>em</strong> fobia social;<br />

3. Aceitar os erros como uma oportunidade para aprender. Ao reduzir os padrões de exigência, a<br />

ansiedade se reduz a um nível administrável, permitindo melhora da autoestima;<br />

4. A disposição para interagir socialmente, mesmo correndo riscos, permite contatos sociais mais<br />

frequentes, com modelos variados a partir dos quais também é possível desenvolver habilidades<br />

de interação.<br />

Para ilustrar o cotidiano de um fóbico social, segue abaixo alguns relatos verídicos (Sztamfater &<br />

Savóia, 2010b). 1

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!