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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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do indivíduo obsessivo-compulsivo é evitar objetos ou situações que provoqu<strong>em</strong> as obsessões. A<br />

estratégia encontrada para esse fim são os comportamentos compulsivos, geradores da sensação<br />

de alívio (reforço negativo) (Barlow & Durand, 2005/2008; Cordioli, 2007a; Salkovskis & Kirk,<br />

1989/1997).<br />

Necessário, porém, salientar que as respostas obsessivo-compulsivas incid<strong>em</strong> sobre a influência<br />

do reforço positivo e negativo, <strong>em</strong> contingências complexas. Uma resposta compulsiva pode ocorrer<br />

s<strong>em</strong> a presença de ansiedade e até mesmo s<strong>em</strong> a ocorrência da obsessão. Esse evento é verificado<br />

quando a relação operante que controla a <strong>em</strong>issão dessas respostas envolve apenas os estímulos<br />

ambientais antecedentes (Zamignani, 2001).<br />

Uma pessoa com TOC se comporta não somente com repertórios comportamentais <strong>em</strong> excesso<br />

(obsessões e compulsões), vez que frequent<strong>em</strong>ente apresenta um repertório social bastante limitado,<br />

baixo resultado profissional, déficit de atenção e dificuldades para lidar com probl<strong>em</strong>as, devido à<br />

ausência de reforçadores no ambiente (Zamignani, 2001). O que sugere a necessidade da intervenção<br />

clínica para o controle de comportamentos inapropriados e o desenvolvimento de outros apropriados.<br />

Intervenções favorecedoras de eficácia no controle desse comportamento-probl<strong>em</strong>a envolve:<br />

(a) entrevista clínica, (b) automonitoramento, (c) exercícios de casa, (d) observação direta do<br />

comportamento no ambiente terapêutico, b<strong>em</strong> como (e) exposição do cliente ao estímulo t<strong>em</strong>ido<br />

(Salkovskis & Kirk, 1989/1997). Portanto, o alívio do sofrimento da pessoa com TOC só poderá ser<br />

observado quando houver a r<strong>em</strong>oção dos eventos aversivos mantenedores da resposta obsessivocompulsiva<br />

(Zamignani, 2001).<br />

Bueno (2009), ao trabalhar com uma pessoa de 20 anos diagnosticada com TOC, investigou a<br />

função das suas respostas fóbicas intensas, consequenciadoras da interrupção de várias de suas<br />

atividades. Descreveu contingências complexas de reforçamento positivo e negativo, observadas no<br />

padrão obsessivo-compulsivo da participante, disponibilizado por seu ambiente social familiar e por<br />

ela própria. Compôs a intervenção: (a) observação das respostas ritualizadas, (b) análises funcionais<br />

dos comportamentos obsessivo-compulsivos, (c) exposição e prevenção de respostas – EPR, e (d)<br />

cartas não enviadas. Os resultados apontaram que a intervenção proposta favoreceu a extinção dos<br />

comportamentos-probl<strong>em</strong>a e a aprendizag<strong>em</strong> de um novo repertório comportamental.<br />

Objetivo<br />

O presente estudo objetivou pesquisar as variáveis causadoras e mantenedoras dos principais<br />

comportamentos-probl<strong>em</strong>a apresentados pela participante. Buscou, ainda, apresentar um programa<br />

de intervenção estruturado e fundamentado nos pressupostos da análise do comportamento.<br />

Método<br />

Participante<br />

Bárbara (nome fictício), 17 anos à época deste estudo, solteira, nível socioeconômico médiobaixo,<br />

filha caçula de uma prole de três. À ocasião, residia com uma irmã <strong>em</strong> uma capital brasileira,<br />

para cursar universidade pública. Seus pais e a irmã primogênita moravam no interior do Pará. A<br />

participante procurou atendimento na Clínica Escola de Psicologia por apresentar diversos prejuízos<br />

<strong>em</strong> suas relações interpessoais.<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Luciano . Bueno<br />

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