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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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A participante apresentava repertório padrão de esquiva social, solidão, além de respostas<br />

<strong>em</strong>ocionais negativas e baixas habilidades de autocuidado, o que pode explicar os primeiros<br />

resultados: no início, baixa adesão devida à sua dificuldade de lidar com o afeto e a aceitação da<br />

própria imag<strong>em</strong>, mas após a intervenção passou a ter mais autocuidado e afeto por si mesma e desejo<br />

de trocar afeto com o outro, conforme é possível observar na Tabela 5.<br />

Pérola apresentou dificuldades interacionais com o filho, desde a infância dele, quando, inclusive,<br />

entregou-o ao pai biológico, com o qual n<strong>em</strong> manteve relação por quatro anos consecutivos. E<br />

quando retornou, retirou-o abruptamente da convivência com esse pai. A intervenção ‘mural<br />

familiar de reforço’ objetivou que a participante aumentasse de frequência de t<strong>em</strong>po e qualidade de<br />

sua interação com o filho através dos princípios da análise do comportamento (Moreira & Medeiros;<br />

Skinner, 1953/2007), porém percebe-se que a mesma está muito mais focada <strong>em</strong> si mesma do que no<br />

relacionamento familiar, não colaborando, inclusive, com o processo terapêutico nas férias dentro<br />

dessa intervenção. Recomendam-se novas intervenções para a redução de repertórios inábeis,<br />

criando recursos, inclusive <strong>em</strong>ocionais, que a capacit<strong>em</strong> interagir com assertividade e intimidade<br />

afetiva com o filho.<br />

Os dados oriundos da intervenção sobre ‘educação sobre direitos humanos básicos’ (Caballo,<br />

1996/2008), da Tabela 6 d<strong>em</strong>onstraram a aquisição de novas habilidades sociais, tais como expressar<br />

seus próprios sentimentos e o direito de ter direitos, o que a levou a requerer judicialmente direitos<br />

legais sobre o seu filho junto ao pai biológico.<br />

A modificação das regras pessoais possibilitou ao indivíduo alcançar maior autocontrole, salientam<br />

Wessler e Hankin-Wessler (1996/2008). Nesse sentido, através da Tabela 7 verificam-se as autorregras<br />

negativas mais relevantes apresentadas por Pérola no decorrer do processo terapêutico. Nela, também,<br />

é possível notar que os resultados alcançados com essa intervenção ratificam a aquisição de novas<br />

autorregras mais funcionais, favorecedoras de um repertório mais amplo e hábil.<br />

Este estudo sugeriu que as autorregras negativas foram variáveis muito relevantes no processo<br />

de construção e manutenção dos repertórios-probl<strong>em</strong>a da participante. Dentre eles, não conseguir<br />

interagir socialmente, solidão intensa, autodepreciação e não saber solucionar probl<strong>em</strong>as. A coleta<br />

e estruturação da história clínica da participante favoreceram compreender a instalação de todo o<br />

repertório inábil ao longo de sua vida, devido às contingências pouco reforçadoras e produtoras de<br />

muitas perdas sociais.<br />

Os resultados obtidos d<strong>em</strong>onstraram que a intervenção proposta contribuiu para a instalação<br />

de novas habilidades sociais. Porém, importante salientar: Pérola deve manter-se <strong>em</strong> processo<br />

terapêutico, para que outras classes de comportamentos-probl<strong>em</strong>a sejam intervencionadas e novas<br />

classes de repertórios hábeis sejam desenvolvidas.<br />

Referências Bibliográficas<br />

Alves, J. C. & Bueno, G. N. (2007). Baixas habilidades sociais e auto-regras negativas: o encadeamento<br />

de repertórios-probl<strong>em</strong>a. Em: W. C. M. P. Silva (Org.), Sobre Comportamento e Cognição: Análise<br />

comportamental aplicada (pp. 97-110). Santo André: ESETec Editores Associados.<br />

Brandão, M. Z. (2003). Quero ser assertivo! Buscando um posicionamento sincero entre a passividade<br />

e a agressividade nos relacionamentos interpessoais? Em: F. C. Conte & M. Z. S. Brandão (Orgs.),<br />

Falo? Ou não falo? – Expressando sentimentos e comunicando idéias (pp. 01-14). Arapongas: Mecenas.<br />

Britto, I. A. G. S. (2003). A depressão segundo o modelo do Behaviorismo Psicológico de Arthur<br />

Staats. Em: M. Z. S. Brandão; F. C. S. Conte; F. S. Brandão; Y. K. Ingberman; C. B. Moura; V. M.<br />

Silva & S. M. Oliane (Orgs.), Sobre Comportamento e Cognição: Clínica, pesquisa e aplicação (pp.<br />

60–68). Santo André: ESETec Editores Associados.<br />

Bueno, G. N. & Britto, I. A. G. S. (2003). Graus de ansiedade no exercício do pensar, sentir e agir<br />

<strong>em</strong> contextos terapêuticos. Em: M. Z. Brandão; F. C. Conte; F. S. Brandão; Y. K. Ingberman; C. B.<br />

Moura; V. M. Silva & S. M. Oliane (Orgs.), Sobre Comportamento e Cognição: Clínica, pesquisa e<br />

aplicação (pp. 169-179). Santo André: ESETec Editores Associados.<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Gornero . Bueno<br />

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