13.04.2013 Views

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Chippari . Samelo . Capelari<br />

128<br />

relação positiva e consequent<strong>em</strong>ente a melhora da aprendizag<strong>em</strong>, sendo o ambiente escolar um lugar<br />

de conciliação entre o conhecimento e o reforçamento positivo na relação.<br />

O desenvolvimento de um programa de ensino que acompanhe a aprendizag<strong>em</strong> do aluno,<br />

respeitando o seu ritmo e a sua capacidade, também é um fator relevante para o estabelecimento<br />

de condições favoráveis à interação professor-aluno e à aprendizag<strong>em</strong> (Botomé, 1987, 1998; Keller,<br />

1983a, 1983b, 1996; Kubo & Botomé, 2001; Oliveira, 1998).<br />

Além disso, o professor deve considerar s<strong>em</strong>pre que o seu papel como educador é, ou poderá ser,<br />

um modelo para a <strong>em</strong>issão de diferentes repertórios comportamentais. Por isso, além de atentar<br />

somente ao conteúdo a ser ministrado, ele deve desenvolver habilidades sociais <strong>em</strong> seus alunos<br />

(Del Prette & Del Prette, 2008). O ensino sobre liderar, convencer, discordar, pedir mudanças de<br />

comportamento, expressar sentimento, lidar com críticas, questionar, negociar decisões e resolver<br />

probl<strong>em</strong>as, valorizar o outro, elogiar, d<strong>em</strong>onstrar solidariedade e boas maneiras contribuirá para a<br />

construção de repertórios desejáveis nos alunos que almejam uma profissão. Certamente esta postura<br />

contribuirá para a relação entre docente e discente.<br />

Tais reflexões apontam para a importância da relação estabelecida entre alunos e professores<br />

no processo de ensino e aprendizag<strong>em</strong>. Parece claro que uma relação pautada <strong>em</strong> contingências<br />

aversivas trará prejuízos para a aprendizag<strong>em</strong> dos alunos, enquanto a presença de contingências<br />

positivas nesta relação amplia e <strong>em</strong>prega qualidade na aprendizag<strong>em</strong> <strong>em</strong> desenvolvimento. Quanto<br />

os professores terão atentado e cuidado dessas relações no processo de ensino e aprendizag<strong>em</strong>?<br />

Tratando-se de uma relação, modificações nas contingências que permeiam os comportamentos<br />

do professor e do aluno faz<strong>em</strong>-se necessárias, não devendo ser atribuído o fracasso ou sucesso<br />

dos alunos exclusivamente aos comportamentos do professor. Uma relação é bidirecional, deste<br />

modo, ambos dev<strong>em</strong> operar no ambiente buscando gerar consequências reforçadoras positivas,<br />

que certamente retroagirão sobre o organismo alterando a probabilidade futura de ocorrência dos<br />

comportamentos de ensinar e aprender.<br />

Comportamentos concorrentes que influenciam o processo de aprendizag<strong>em</strong><br />

Na vida, <strong>em</strong>itimos diversas respostas e respond<strong>em</strong>os a diversos estímulos que pod<strong>em</strong> concorrer<br />

com a <strong>em</strong>issão do comportamento de aprender. Por maior organização que tenhamos, estímulos<br />

como família, filhos, trabalho (que pode ser necessário até mesmo para subsidiar os estudos),<br />

pod<strong>em</strong> fazer parte de contingências que exijam respostas <strong>em</strong> menor período t<strong>em</strong>poral do que o<br />

comportamento de estudar <strong>em</strong> si. As consequências do aprender só serão acessadas no longo prazo,<br />

enquanto que <strong>em</strong> outras, o prazo pode ser menor. Esses estímulos faz<strong>em</strong> parte de comportamentos<br />

que serão denominados comportamentos concorrentes ao comportamento de aprender.<br />

Os comportamentos concorrentes pod<strong>em</strong> influenciar a quantidade e a qualidade das horas de sono<br />

dormidas. Segundo Almondes e Araújo (2003), existiria uma relação direta entre poucas horas de<br />

sono com aumento de respostas ansiosas, o que poderia dificultar a aprendizag<strong>em</strong>.<br />

Para que o aprender ocorra, outra resposta deveria ser <strong>em</strong>itida: a resposta de autocontrole (Hanna<br />

& Todorov, 2002). Esta deveria estar presente no estudo <strong>em</strong> geral através de um planejamento prévio<br />

de como esse será efetuado. Nas aulas s<strong>em</strong>ipresenciais e <strong>em</strong> cursos a distância, nas quais não há<br />

o controle exercido pela presença e exigências do professor, o repertório de autocontrole se faz<br />

necessário, pois o comportamento de aprender está inserido <strong>em</strong> novas contingências.<br />

Muitas vezes, o comportamento de trabalhar concorre com o comportamento de estudar. Segundo<br />

Trigueiro, et al. (2008), provavelmente, o comportamento de trabalhar se mantêm pelo reforço<br />

positivo generalizado do dinheiro e por autorregras. Trabalhar dependeria do valor reforçador que o<br />

estímulo t<strong>em</strong> para o trabalhador/estudante. Trabalhar teria uma dupla função: manter os estudos e<br />

obter experiência no mercado de trabalho.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!