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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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aprovação do mesmo. No entanto, no contexto descrito – quando ela recebe a ligação do namorado<br />

– o comportamento de atender ocorre sob controle do reforço positivo de ouvir a voz dele e ainda<br />

retirar respondentes aversivos do contexto.<br />

Na Figura 02 é possível observar que as regras geradas pelos próprios clientes durante a interação<br />

com o terapeuta (categoria Geradas) foram percentualmente as mais seguidas. Os terapeutas, por<br />

meio de uma cadeia de perguntas abertas, levaram os participantes a <strong>em</strong>itir<strong>em</strong> autorregras. Esta<br />

intervenção vai ao encontro da proposta de Medeiros (2010) que, no presente trabalho, há indícios de<br />

que seja uma estratégia com maiores chances de provocar alterações no repertório comportamental<br />

do indivíduo – efeito desejável para o processo terapêutico. Tal procedimento é chamado por<br />

Medeiros e Medeiros (no prelo) de questionamento reflexivo.<br />

Por outro lado, como é possível observar na Figura 01, na díade participante P3, houve uma alta<br />

incidência de <strong>em</strong>issão de regras por parte do terapeuta. No entanto, houve uma modesta taxa de<br />

seguimento das mesmas, indicando que não se tratava de uma estratégia terapêutica eficiente para o<br />

caso <strong>em</strong> questão. Nota-se também que o cliente participante da díade P3 não formulou autorregras<br />

a partir da interação com o terapeuta. Essa informação <strong>em</strong>basa a argumentação de Medeiros (2010)<br />

de que o terapeuta que descreve contingências para o cliente como forma de intervenção terapêutica,<br />

diminui a probabilidade de que este cliente seja treinado a discriminar as variáveis que controlam<br />

o seu comportamento. Além disso, observa-se uma enorme diferença entre o número de regras<br />

<strong>em</strong>itidas pelo terapeuta e o número de regras seguidas pela cliente.<br />

Em P6 é possível fazer uma comparação intragrupo. A categoria Emitidas foi a que apresentou o<br />

percentual menor de seguimento <strong>em</strong> comparação às d<strong>em</strong>ais (Figura 02). Esse dado corrobora mais<br />

uma vez a argumentação já exposta quanto à pertinência do uso de regras por parte do terapeuta. O<br />

terapeuta ter disposto condições para que o cliente elaborasse análises funcionais de seus próprios<br />

comportamentos se mostrou uma estratégia mais eficaz que a <strong>em</strong>issão de regras por parte do próprio<br />

psicólogo. Infelizmente, não foi possível fazer análise intragrupo nas d<strong>em</strong>ais díades-participantes, o<br />

que seria de grande valia para o estudo <strong>em</strong> questão.<br />

Os resultados da pesquisa são insuficientes para chegar a uma conclusão livre de controvérsias a<br />

respeito da probl<strong>em</strong>ática <strong>em</strong> questão. Alguns fatores operacionais da aplicação da pesquisa foram<br />

contraproducentes. Entre eles, pode-se citar o número reduzido de participantes, apenas uma díadeparticipante<br />

apresentou as três categorias de regras, ou seja, não foi possível uma análise intragrupo<br />

mais extensa. O fato de que os dados foram colhidos <strong>em</strong> uma clínica-escola, onde o t<strong>em</strong>po de<br />

terapia é bastante limitado (<strong>em</strong> torno de três meses), impossibilitou, inclusive, uma observação mais<br />

minuciosa do seguimento ou não das regras <strong>em</strong>itidas pelos terapeutas ou formuladas pelos próprios<br />

clientes do CENFOR, por um período mais longo.<br />

Considerações Finais<br />

No processo terapêutico s<strong>em</strong>pre se faz presente a necessidade de modificar o repertório<br />

comportamental daqueles que recorr<strong>em</strong> à terapia. Dessa forma, os clientes pod<strong>em</strong> <strong>em</strong>itir respostas<br />

que os possibilit<strong>em</strong> entrar <strong>em</strong> contato com reforçadores aos quais estão privados. O presente<br />

trabalho propos uma reflexão acerca dos meios <strong>em</strong>preendidos pelos profissionais imbuídos de tornar<br />

realidade o propósito acima explicitado, partindo de um aprofundamento acerca do controle verbal<br />

do comportamento.<br />

Foi argumentado por Catania (1998/1999) que o reforçamento sist<strong>em</strong>ático de respostas verbais<br />

assim como da correspondência entre estas e as respostas não-verbais correspondentes torna a<br />

resposta verbal um estímulo discriminativo para a <strong>em</strong>issão do comportamento correspondente.<br />

Logo, é possível modificar o padrão de respostas de um indivíduo mudando as respostas verbais<br />

correspondentes a tal padrão, seja por meio de regras <strong>em</strong>itidas pelo terapeuta ou modelando os<br />

Sousa . C. A. de Medeiros . Aragão . F. H. de Medeiros . Silva<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

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