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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Callonere . Rolim . Hübner<br />

90<br />

todos <strong>em</strong> sociedade, se faz necessária, entre outros aspectos, para a viabilização de uma política de<br />

cooperação entre os profissionais da escola e os familiares dos estudantes incluídos, fator primordial<br />

para a efetivação da inclusão escolar com qualidade funcional (Callonere, 2002). Os estudantes<br />

com deficiências físicas, para Omote (2005), teriam maior acolhimento do que os que apresentam<br />

distúrbios comportamentais ou <strong>em</strong>ocionais.<br />

A inclusão foi uma prática social estabelecida <strong>em</strong> nosso país pela Lei nº 9.394, de 20 de dez<strong>em</strong>bro<br />

de 1996, chamada de Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN). Conforme este<br />

documento, o compromisso pelo ensino pertence à instituição educacional, a qual deve seguir<br />

algumas estratégias de ensino (currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização) que<br />

pod<strong>em</strong> ser adaptadas àqueles com desenvolvimento atípico <strong>em</strong> ambiente escolar, ou seja, descritos<br />

como uma classe de comportamentos esperados dos agentes desta instituição. O estabelecimento<br />

e manutenção destes comportamentos ocorr<strong>em</strong> governados por regras, que “faz<strong>em</strong> parte das<br />

contingências de reforçamento que modelam e mantém o comportamento das pessoas” (Pereira,<br />

Marinotti e Luna, 2004, p.19) e descrev<strong>em</strong> contingências comportamentais que funcionam como<br />

estímulos discriminativos. Para os autores, as regras que permeiam a interação dos professores com<br />

a comunidade ainda sofre influências das crenças que cada docente mantém sobre as famílias dos<br />

estudantes, incluídos ou não principalmente na escola pública, que é generalizada como uma visão<br />

negativa referente à orig<strong>em</strong>, nível econômico e cultural e, assim, como mais um fator contingencial<br />

influenciando a tão importante parceria entre professores, alunos e familiares (Hübner, 1998).<br />

A questão que se perpetua paradoxalmente no contexto da inclusão escolar envolve aceitar o outro<br />

com suas características e potencialidades próprias, s<strong>em</strong> generalizar intervenções e evitar modelos da<br />

sociedade e da educação com métodos aversivos (Skinner, 1972), se estamos falando justamente da<br />

heterogeneidade do ser humano (Rodrigues, 2009). Para Goffman (1988), esta tarefa t<strong>em</strong> seu alcance<br />

dificultado pelo estigmatizar, que ocorre <strong>em</strong> via de mão dupla, quando as regras primeiramente<br />

globais tornam-se individuais na própria interação social e a luta árdua por esta individualidade<br />

no contexto das diferenças ainda é historicamente nova e ameaça os envolvidos, o que dificulta a<br />

inserção de singularidades na sociedade (Pádua e Morais, 2010).<br />

Embora as diferentes terminologias e categorizações definidas para nomear pessoas com<br />

desenvolvimento diferente do esperado para a maioria venham se modificando no contexto histórico<br />

e avanços ocorram na prática cotidiana de inclusão escolar nos últimos dez anos na abordag<strong>em</strong> do<br />

t<strong>em</strong>a, tanto na escola quanto no mercado de trabalho (Nunes, Ferreira e Mendes, 2009), encontramse<br />

resquícios de um histórico preconceito <strong>em</strong> relação a pessoas que se afastam dos padrões definidos<br />

como normais. Essas pessoas são frequent<strong>em</strong>ente consideradas incapazes, necessitadas de cuidados<br />

médicos ou passíveis de comiseração. Isto pode ser observado no convívio social amplo e nas<br />

dimensões da escola, entre todos os setores da sociedade (Tessaro, 2005; Callonere, 2002; Glat,<br />

1998; Guhur, 1994). Dados do Ministério da Educação (2002) apontam para a necessidade de se<br />

desenvolver ações de respeito às diferenças, aspecto estrutural do processo de inclusão escolar, <strong>em</strong><br />

oposição às ações com função de rejeição, assistencialismo e filantropia, historicamente praticadas,<br />

<strong>em</strong>bora ainda aparent<strong>em</strong>ente distante das expectativas e atitudes das pessoas frente ao diferente.<br />

Tessaro (2005) realizou uma pesquisa na qual o aspecto de discriminação social apareceu como<br />

a maior dificuldade da inclusão escolar na opinião de estudantes incluídos e de estudantes não<br />

incluídos na escola comum. A forma como ocorre o enfrentamento da diversidade social, baseada<br />

na intolerância, trava o processo de inclusão e inviabiliza o contato com contingências reforçadoras<br />

(igualdade de oportunidades), de acordo com as peculiaridades de cada ser humano (Aranha, 2000).<br />

A inclusão escolar como parte de um processo social perpetua-se falha mesmo após alguns anos<br />

de prática imposta e possível de afirmar como uma antítese, que esta inclusão precisa se tornar<br />

comportamento das pessoas envolvidas nas agências de controle, ou seja, evoluir do aparato teórico<br />

descritivo para a ação inclusiva. Outra dificuldade presente <strong>em</strong> relatos de agentes envolvidos no

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