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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Psicoterapia Comportamental Pragmática<br />

Carlos Augusto de Medeiros<br />

carlos.medeiros@uniceub.br<br />

Nathalie Nunes Freire Alves de Medeiros<br />

Centro Universitário de Brasília (UniCEUB)<br />

Instituto Brasilense de Análise do Comportamento (IBAC)<br />

Historicamente, a terapia comportamental - TC – é alcunhada de tecnicista, nomotética, focal e<br />

diretiva (Rangé, 1995/1998a; Barcellus & Haydu, 1995/1998). Somente na década de 1980, a despeito<br />

de esforços anteriores como os de autores tais como Ferster ou Goldiamond, é que houve uma inserção<br />

de Analistas do Comportamento na clínica psicológica de maneira mais consistente. A Análise do<br />

Comportamento Aplicada à Clínica ou, simplesmente, Terapia Analítica-Comportamental – TAC,<br />

é a proposta de uma clínica comportamental de orientação operante e <strong>em</strong> consonância com os<br />

princípios filosóficos do Behaviorismo Radical (Rodrigues-Ribeiro, 2001).<br />

Como a TAC é composta por analistas do comportamento behavioristas radicais, observaramse<br />

várias mudanças <strong>em</strong> relação à TC propriamente dita. A obrigatoriedade de análises funcionais<br />

individuais rompe com o viés nomotético e seu caráter tecnicista (Rangé, 1995/1998a; Barcellus &<br />

Haydu, 1995/1998). Já as análises funcionais não lineares (Goldiamond, 1974), isto é, aquelas que<br />

abordam o repertório comportamental do indivíduo como um todo, são incompatíveis com uma<br />

abordag<strong>em</strong> focal. O abandono das tradicionais técnicas padronizadas de cunho mais respondente<br />

também representou um rompimento com o tecnicismo, isto é, o enquadramento do indivíduo<br />

numa técnica padronizada e consagrada na literatura <strong>em</strong> detrimento das suas peculiaridades.<br />

Com relação à diretividade, não parece que a TAC tenha diferenças tão marcantes assim <strong>em</strong> relação<br />

à TC. A apresentação feita pelo terapeuta ao cliente dos objetivos específicos, as análises funcionais<br />

detalhadas e os procedimentos terapêuticos confer<strong>em</strong> um caráter extr<strong>em</strong>amente diretivo à TAC.<br />

Muitas versões de TAC, como trás a literatura, por mais que se descrevam menos diretivas, ao ser<strong>em</strong><br />

analisadas de perto <strong>em</strong> seus procedimentos confer<strong>em</strong> um papel passivo ao cliente. O uso excessivo<br />

que regras no formato de conselhos, interpretações, orientações, devoluções e alguns deveres de casa<br />

contribu<strong>em</strong> para a diretividade da TAC como um todo.<br />

Talvez a diretividade seja realmente uma característica da TAC devido à sua ligação com a<br />

objetividade e o rigor conceitual. Por outro lado, alternativas menos diretivas são possíveis. Daí surge<br />

a Psicoterapia Comportamental Pragmática, a qual o presente trabalho se destina a descrever.<br />

A Psicoterapia Comportamental Pragmática – PCP – é, portanto, mais uma alternativa de<br />

intervenção clínica baseada na Análise do Comportamento. É uma abordag<strong>em</strong> que v<strong>em</strong> sendo<br />

aplicada de forma b<strong>em</strong> sucedida pelos autores do trabalho <strong>em</strong> consultório, assim como por<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

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