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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Rolim<br />

564<br />

107). Esses acontecimentos são interdependentes, ou seja, o estímulo age (anteriormente à <strong>em</strong>issão<br />

da resposta) criando ocasião para que a resposta provavelmente seja reforçada, e assim ter uma<br />

dependência mútua, mediante um processo de discriminação operante, no qual o estímulo torna-se<br />

a ocasião <strong>em</strong> que a resposta provavelmente será <strong>em</strong>itida novamente e reforçada.<br />

Na análise funcional, a investigação da aquisição e manutenção de comportamento verbal está voltada<br />

necessariamente para o exame das contingências de reforçamento mantidas pela comunidade verbal,<br />

buscando-se os determinantes do comportamento nas interações entre falante e ouvinte (Barros, 2003,<br />

p. 76).<br />

Hübner (2001) ressalta que qualquer tipo de comportamento verbal, numa análise funcional,<br />

envolve “verificar o quanto (se consegue) produzir ou controlar tais comportamentos, alterando as<br />

condições nas quais eles ocorr<strong>em</strong>” (p. 135).<br />

3.2 Correspondência e distorção do comportamento verbal<br />

Os estudos experimentais, conhecidos como correspondência verbal, buscam coerência entre<br />

comportamento verbal (o relato ou o tato) e o não-verbal (a ação), utilizando-se de treino de<br />

correspondência, ou seja, os reforços são liberados quando o falante <strong>em</strong>ite coerência entre o dizerfazer<br />

e/ou fazer-dizer (Pergher & Sadi, 2002).<br />

A correspondência verbal pode ser descrita “(...) na forma de tato (que) trabalha <strong>em</strong> benefício<br />

do ouvinte ampliando seu contato com o meio, e é essa a razão pela qual este comportamento é<br />

construído na comunidade verbal.” (Skinner, 1957, p. 112, itálico no original). O operante verbal tato<br />

pode ser classificado a partir de relatos de estímulos físicos, de acontecimentos sociais, de eventos<br />

privados, e até mesmo de outros tatos. Sua ocorrência, sob controle de estímulos antecedentes nãoverbais<br />

e reforçamento generalizado estabelecido pela comunidade verbal, não mantém relação com<br />

a condição momentânea do falante (Alves & Ribeiro, 2007; Medeiros, 2002b).<br />

Conforme Beckert (2005), os estudos sobre correspondência verbal tratam de um controle múltiplo<br />

de estímulos, ao permitir que o comportamento antecedente adquira funções discriminativas sobre o<br />

comportamento subsequente, e “a cadeia dizer-fazer é apontada como a mais eficaz na aquisição de<br />

correspondência e consequente aquisição de comportamentos-alvo” (p.232).<br />

Os estudos sobre correspondência verbal faz<strong>em</strong> menção a dois repertórios fundamentais para a<br />

terapia -- o autocontrole (dizer-fazer) e o autoconhecimento (fazer-dizer). Atendo-se ao segundo<br />

repertório, de maior relevância neste momento, torna possível dizer que, quando o falante <strong>em</strong>ite<br />

comportamento verbal distorcido <strong>em</strong> relação às suas ações, pode estar d<strong>em</strong>onstrando menor<br />

autoconhecimento (Wechsler & Amaral, 2009).<br />

De acordo com Benvenuti (2010), o contato com o mundo (público ou privado) pode ser descrito<br />

como “a pessoa que percebe as coisas como elas são, é capaz de diferenciar d<strong>em</strong>andas pessoais de<br />

d<strong>em</strong>andas dos outros, sabe diferenciar qu<strong>em</strong> é ela e qu<strong>em</strong> são os outros” (p. 35). O autor ressalta que<br />

pode haver distorção da realidade, quando o tato sobre o mundo ou a própria pessoa, b<strong>em</strong> como seus<br />

pensamentos e sentimentos, difer<strong>em</strong> da realidade.<br />

Pergher e Sadi (2002) descrev<strong>em</strong> que as contingências envolvidas na distorção de um<br />

comportamento verbal pod<strong>em</strong> envolver (1) reforçamento positivo, quando o falante buscar atenção<br />

social (aumentando seus feitos, por ex<strong>em</strong>plo) ou reforço específico (se <strong>em</strong>itido com função de<br />

mando), ou ainda (2) reforçamento negativo e punição, a fim de se livrar de uma situação aversiva. Os<br />

autores reconhec<strong>em</strong> que o reforçamento positivo pode mostrar-se útil na instalação de tatos puros,<br />

ou seja, coerentes com a realidade.

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