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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Medicina sobre as técnicas de relaxamento, respiração e meditação, associadas às estratégias da terapia<br />

cognitivo-comportamental, além do Núcleo Anthropos ligado ao Departamento de Psiquiatria da<br />

UNIFESP, ambos multidisciplinares e abertos a todos os interessados (Neves Neto, 2003a; 2011a;b;c).<br />

O médico cardiologista e pesquisador das práticas de relaxamento Herbert Benson (2010) resume<br />

os efeitos do estresse cumulativo e prejudicial ao funcionamento do organismo, como: aumento da<br />

frequência cardíaca, aumento da frequência respiratória, aumento do tônus muscular, aumento do<br />

metabolismo e diminuição da função imune, ou seja, efeitos deletérios sobre a capacidade natural<br />

de retorno do organismo ao equilíbrio homeostático anterior ao estresse. Benson (2010; 2005)<br />

foi também responsável pelo descobrimento da resposta de relaxamento (relaxation response, <strong>em</strong><br />

inglês), na década de 1970, na Harvard Medical School (EUA), curiosamente no mesmo laboratório<br />

que serviu para o descobrimento da resposta de luta ou fuga (fight-or-flight response, <strong>em</strong> inglês)<br />

realizada pelo fisiologista Walter Cannon, no final do século XIX.<br />

A resposta de relaxamento pode ser compreendida como uma capacidade natural dos organismos<br />

de retornar ao seu estado basal (por ex<strong>em</strong>plo, homeostase e alostase), uma vez cessada a fonte de<br />

estresse ou os estímulos adversos (internos e/ou externos), mas Benson (2010) também alerta para<br />

o fato de que a resposta de relaxamento não é mobilizada com tanta rapidez como ocorre com<br />

a resposta de luta ou fuga, e que pode ser potencializada por práticas e/ou técnicas terapêuticas<br />

tradicionais, tais como: técnicas de respiração, meditação de concentração e/ou de insight ou atenção<br />

plena, atividade física, devoção, relaxamento muscular, ioga, imaginação guiada, entre outros. As<br />

principais mudanças fisiológicas decorrentes do estresse e da resposta de relaxamento são resumidas<br />

no quadro 1. O sist<strong>em</strong>a nervoso autônomo parassimpático, a acetilcolina e o óxido nítrico são<br />

alguns dos componentes da resposta de relaxamento que ativam o funcionamento anabólico, ou<br />

seja, a regeneração ou desenvolvimento celular. (Esch et al, 2003; Esch et al, 2002; Stefano et al, 2008;<br />

Seaward, 2004; Andreassi, 2000; Stoud<strong>em</strong>ire, 2000).<br />

Quadro 1<br />

Resumo das principais alterações fisiológicas decorrentes do estresse e do relaxamento<br />

(Neves Neto, 2010a)<br />

Funções Estresse Relaxamento<br />

Metabolismo Aumento Diminuição<br />

Freqüência cardíaca Aumento Diminuição<br />

Pressão arterial Aumento Diminuição<br />

Freqüência respiratória Aumento Diminuição<br />

Tônus muscular Aumento Diminuição<br />

É importante assinalar o papel das cognições disfuncionais (por ex<strong>em</strong>plo, pensamentos de<br />

incapacidade ou impotência), <strong>em</strong>oções negativas (por ex<strong>em</strong>plo, raiva, tristeza) e comportamentos<br />

desadaptativos (por ex<strong>em</strong>plo, consumo de álcool, tabagismo) que afetam e são influenciados<br />

pela resposta ao estresse. A partir dos estudos pioneiros de Walter Cannon e Hans Selye sobre os<br />

mecanismos fisiológicos do estresse, psicólogos e outros estudiosos do comportamento humano<br />

descobriram a importância da percepção individual aos eventos estressantes, o que determinará<br />

maior ou menor resposta ao estresse ou dos mecanismos psicossociais amortecedores, tais como:<br />

estratégias de coping, resiliência, autoeficácia, crenças centrais ou esqu<strong>em</strong>as cognitivos, apoio<br />

social, repertórios comportamentais, habilidades sociais e assertividade, administração do t<strong>em</strong>po,<br />

espiritualidade, entre outros. (Seaward, 2009; Lehrer et al, 2007; Moss et al., 2003).<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Neves Neto<br />

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