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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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de consequências aversivas relacionadas à realização de tarefas mat<strong>em</strong>áticas, alguns estímulos pod<strong>em</strong><br />

adquirir a função de sinalizar uma próxima estimulação aversiva, por ex<strong>em</strong>plo, a presença de um<br />

professor, a aplicação de uma prova, a lição de mat<strong>em</strong>ática feita <strong>em</strong> casa, entre outros (Carmo et al,<br />

2008; 2010a, 2010b). Quando isso ocorre, são eliciados respondentes, e os indivíduos tend<strong>em</strong> a fugir<br />

ou se esquivar (processo operante de fuga-esquiva) de situações que envolv<strong>em</strong> a mat<strong>em</strong>ática.<br />

Além da eliciação de respondentes e da ocorrência de fuga e esquiva, há uma interrelação com<br />

processos operantes colaterais como a atribuição de autorregras, ou seja, autoatribuições negativas.<br />

Ex<strong>em</strong>plo: “sou um fracasso <strong>em</strong> mat<strong>em</strong>ática” ou “não sirvo para aprender mat<strong>em</strong>ática”. Caso o indivíduo<br />

esteja exposto a um ambiente repleto de estimulação aversiva, t<strong>em</strong>-se uma condição de interações<br />

que produz<strong>em</strong> respostas de ansiedade e esquiva, além de baixa probabilidade de ocorrência de<br />

respostas que produzam reforçamento positivo, reduzindo a variabilidade e produzindo estereotipia<br />

da resposta (Banaco, 2001; Zamignani & Banaco, 2005; Zamignani & Jonas, 2007). Exist<strong>em</strong> outros<br />

efeitos de contingências aversivas presentes <strong>em</strong> situações de aprendizado escolar: alunos desist<strong>em</strong><br />

da escola, fog<strong>em</strong> da mesma, ficam paralisados, optam por profissões que não exig<strong>em</strong> repertórios<br />

acadêmicos, inventam doenças físicas, ag<strong>em</strong> agressivamente com colegas e professores, depredam a<br />

escola (Sidman, 1989/2001, Skinner, 1968/1972).<br />

Algumas intervenções para reduzir o quadro de AM têm sido realizadas na casa de crianças e<br />

adolescentes. Essas intervenções são indicadas para quando o aluno apresenta notas baixas, queixas<br />

escolares e algumas outras condições importantes: quando as intervenções de consultório não são<br />

suficientes, quando há dificuldade de contar com a participação de pais nas execuções de orientações<br />

e/ou quando não for possível manejar contingências dentro das escolas (Pergher & Velasco, 2007).<br />

Os objetivos da intervenção vão desde objetivos amplos, como tirar boas notas, cumprir tarefas<br />

no prazo estipulado, estudar diariamente, organizar materiais escolares indispensáveis para a<br />

execução de atividades <strong>em</strong> sala de aula, diminuir as queixas da escola, até o desenvolvimento de<br />

comportamentos, tais como: lidar com limites e frustração, seguir regras e iniciar/completar o<br />

desenvolvimento de formação da responsabilidade (Regra, 1997, 2004; Matos, 1993). Além disso,<br />

um dos objetivos específicos é desenvolver comportamentos que compõ<strong>em</strong> a classe de respostas<br />

envolvidas no “estudar”. Focando na matéria mat<strong>em</strong>ática, suger<strong>em</strong>-se alguns comportamentos<br />

relevantes, tais como:<br />

• Ler o enunciado de probl<strong>em</strong>as mat<strong>em</strong>áticos, grifando partes relevantes dos mesmos, tais<br />

como: a) números, b) palavras que pod<strong>em</strong> “denunciar” a operação a ser utilizada (por ex. total<br />

pode significar soma) e c) perguntas destacadas no texto.<br />

• Saber classificar o que não é importante <strong>em</strong> um probl<strong>em</strong>a mat<strong>em</strong>ático -- frases que detalham<br />

muito determinado aspecto do probl<strong>em</strong>a e confund<strong>em</strong> a leitura.<br />

• Anotar <strong>em</strong> um rascunho os dados numéricos de probl<strong>em</strong>a.<br />

• Utilizar rascunhos para a realização de operações.<br />

• Pesquisar o conteúdo <strong>em</strong> livros, anotações e sites de educação.<br />

• Grifar/imprimir/anotar partes dos conteúdos relacionados aos probl<strong>em</strong>as.<br />

• Elaborar perguntas para os professores a respeito da solução dos probl<strong>em</strong>as.<br />

• Utilizar estratégias para a realização das operações: contar nos dedos, fazer cálculo/perguntas<br />

de maneira encoberta, dialogar com o probl<strong>em</strong>a.<br />

Destaca-se que a função, aqui, não é esgotar todos os comportamentos envolvidos no aprendizado<br />

da mat<strong>em</strong>ática, mas enfatizar que a atuação t<strong>em</strong> o objetivo de desenvolver pré-requisitos e<br />

comportamentos alternativos que possam produzir consequências reforçadoras, tais como o<br />

reforço social dos pais e profissionais da instituição escolar ao valorizar os bons comportamentos,<br />

reconhecendo o <strong>em</strong>penho (Marinotti, 1997; Ivatiuk, 2003); gerar a produção da própria sensação de<br />

sucesso, entendimento de conteúdo, compartilhamento de informações (Luna, 2003; Matos, 1993);<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Colombini . Shoji . Pergher<br />

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