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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Gornero . Bueno<br />

242<br />

Reconhecer e reconciliar as regras pessoais são processos que possibilitam ao indivíduo compreender<br />

suas contingências e alcançar maior autocontrole (Wessler & Hankin-Wessler, 1996/2008). Dessa<br />

forma, Bueno (2005) salienta que mudança nas autofalas do indivíduo pode acarretar modificações<br />

<strong>em</strong> seus repertórios operantes e respondentes. E essa dinâmica pode lhe favorecer sair de uma<br />

condição de comportamentos inapropriados para a de apropriados.<br />

Em um estudo realizado por Silva e De Farias (2010) com uma participante que apresentava<br />

humor cíclico, baixo nível de autoconhecimento e dificuldades para descrever eventos, um programa<br />

de intervenção foi aplicado para levá-la a: a) aprender a observar seu ambiente de forma apropriada,<br />

descrever contingências presentes no mesmo, com o rigor dos fatos reais; b) construir regras funcionais,<br />

assim como c) desenvolver habilidades sociais. Os resultados evidenciaram que o autoconhecimento<br />

adquirido pela participante do estudo foi relevante para que manejasse análises funcionais, o<br />

que lhe deu oportunidade de intervir e alterar contingências de reforçamento inapropriadas.<br />

Com isso, concluiu-se que o desenvolvimento das habilidades sociais foi essencial para eliminar<br />

déficits comportamentais gerados por uma história de reforçamento por seguimento de regras.<br />

Bueno e Melo (2007), ao trabalhar<strong>em</strong> com uma pessoa de 37 anos de idade, investigando as<br />

autorregras negativas na construção de repertórios-probl<strong>em</strong>a, apontaram necessidade de intervir<br />

sobre o sist<strong>em</strong>a de regras e autorregras inapropriadas e rígidas. Dentre os procedimentos destaca-se a<br />

reestruturação cognitiva, proposta por Caballo (1996/2008), que consiste na modificação de valores,<br />

crenças e atitudes inadequados do indivíduo. As autoras relatam como resultado, após a intervenção<br />

proposta, contingências reforçadoras à participante, antes não disponíveis <strong>em</strong> seu ambiente.<br />

Por essa perspectiva, salientam Alves e Bueno (2007), as autofalas especificamente negativas pod<strong>em</strong><br />

compreender variáveis relevantes na produção e manutenção de repertórios-probl<strong>em</strong>a, dentre esses<br />

o de baixas habilidades sociais.<br />

Habilidades sociais<br />

As habilidades sociais do indivíduo, ou seja, seus operantes apropriados ou inapropriados são<br />

construídos ao longo de sua história de desenvolvimento. Dessa forma, o processo de interação<br />

social da pessoa, <strong>em</strong> seus diferentes contextos, favorecer-lhe-á a aquisição desses repertórios, os<br />

quais produzirão consequências reforçadoras ou não. Quanto maior a variabilidade comportamental<br />

do indivíduo, maiores serão as probabilidades na eficácia de resolução de contingências conflituosas.<br />

Portanto, de controle de consequências aversivas. Porém, o contrário favorecerá maior dificuldade de<br />

resolução de contingências aversivas e/ou mesmo até sua manutenção.<br />

O ambiente, conforme exposto por Del Prette e Del Prette (2009), está <strong>em</strong> contínua transformação.<br />

Como consequência, as d<strong>em</strong>andas desses novos contextos exig<strong>em</strong> adaptações. Assim, o indivíduo<br />

necessita de aquisição constante de comportamentos socialmente habilidosos.<br />

Del Prette e Del Prette (2009) defin<strong>em</strong> que repertórios socialmente hábeis são aqueles que guardam<br />

uma relação de coerência com o contexto circundante, ou seja, apresentam consonância com o que<br />

d<strong>em</strong>anda o ambiente. Suger<strong>em</strong>, também, a qualidade do des<strong>em</strong>penho <strong>em</strong> termos de capacidade para<br />

a ação assertiva. Em contrapartida, os comportamentos não-assertivos e agressivos configuram-se<br />

como repertórios inábeis.<br />

Apesar de o comportamento social habilidoso existir no repertório de todos os indivíduos, muitos<br />

não o utilizam por regras errôneas, ansiedade exacerbada, medo consequenciado por acreditar não ter<br />

entendido os estímulos disponibilizados pelo ambiente etc. Porém, os déficits pod<strong>em</strong> ser substituídos<br />

por repertórios assertivos, ou operantes apropriados, através do programa de treinamento de<br />

habilidades sociais - THS (Del Prette & Del Prette, 2003). O THS é “uma tentativa direta e sist<strong>em</strong>ática<br />

de ensinar estratégias e habilidades interpessoais aos indivíduos, com a intenção de melhorar sua<br />

competência interpessoal e individual nos tipos específicos de situações sociais” (Curran, 1985, p.12,<br />

de acordo com citação direta feita por Caballo, 1996/2008, p. 367).

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