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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Bolsoni-Silva . Rocha . Cassetari . Daroz . Loureiro<br />

78<br />

Nessa perspectiva, o comportamento socialmente habilidoso é um conjunto de comportamentos<br />

<strong>em</strong>itidos pelo indivíduo diante de uma situação interpessoal, que expressa seus sentimentos, opiniões<br />

e direitos, de maneira adequada ao contexto, b<strong>em</strong> como respeita esses comportamentos nos d<strong>em</strong>ais.<br />

O indivíduo socialmente competente geralmente soluciona os probl<strong>em</strong>as imediatos do contexto e<br />

reduz a probalidade de probl<strong>em</strong>as futuros (Caballo, 2002/1996).<br />

Autores como Caballo (1991) e Del Prette e Del Prette (1999; 2001) propõ<strong>em</strong> que as habilidades<br />

sociais se organizam <strong>em</strong> categorias, tais como: a) comunicação: fazer e responder a perguntas,<br />

falar <strong>em</strong> grupo, iniciar, manter e encerrar conversação; b) civilidade: dizer “por favor”, agradecer,<br />

cumprimentar; c) assertivas: manifestar opinião, concordar, discordar; aceitar e recusar pedidos;<br />

expressar raiva e pedir mudança de comportamento; d) <strong>em</strong>páticas: parafrasear, expressar apoio; e)<br />

trabalho: falar <strong>em</strong> público, resolver probl<strong>em</strong>as, tomar decisões; (f) expressão de sentimento positivo:<br />

fazer amizade, expressar solidariedade.<br />

Del Prette e Del Prette (2010) destacam que, como qualquer comportamento, as habilidades<br />

sociais dev<strong>em</strong> ser consideradas a partir das relações funcionais entre as respostas de duas ou mais<br />

pessoas <strong>em</strong> interação, onde a resposta de uma atua como antecedente ou consequente para a outra,<br />

de maneira dinâmica. As pessoas socialmente competentes favorec<strong>em</strong> a maximização de ganhos para<br />

si e para aquelas com qu<strong>em</strong> interag<strong>em</strong> (Del Prette & Del Prette, 2001), portanto, <strong>em</strong>it<strong>em</strong> operantes<br />

no intuito de obter reforçadores (Bolsoni-Silva, 2002). Comportamento operante, segundo Skinner<br />

(2006/1974), produz consequências que pod<strong>em</strong> aumentar ou diminuir a frequência da resposta.<br />

Bolsoni-Silva e Carrara (2010) discut<strong>em</strong> que as HS funcionam como operante verbal, na medida<br />

<strong>em</strong> que favorec<strong>em</strong> a consequenciação de respostas por uma comunidade verbal e pod<strong>em</strong> adquirir<br />

funções como mando e tato. Os autores ex<strong>em</strong>plificam com os comportamentos de fazer pedidos<br />

e de solicitar mudança de comportamento, os quais pod<strong>em</strong> ser “consequenciados”, mantidos ou<br />

suprimidos por m<strong>em</strong>bros de determinada cultura, na medida <strong>em</strong> que atend<strong>em</strong> (reforçam) ou ignoram<br />

(pun<strong>em</strong>) tal comportamento. Fazer pedidos poderia ser considerado um mando quando o professor<br />

pede ao aluno para resolver um exercício. Na habilidade de solicitar mudança de comportamento,<br />

os autores ressaltam que estão <strong>em</strong>butidas diversas HS, como identificar o comportamentoprobl<strong>em</strong>a,<br />

expressar sentimento negativo, informar comportamento alternativo e descrever possíveis<br />

consequências, originando a presença de mando e tato. Quando o professor solicita que o aluno <strong>em</strong>ita<br />

um comportamento alternativo, ele dá uma ord<strong>em</strong> (mando), mas também descreve consequências<br />

naturais para os comportamentos (tato).<br />

Para o Behaviorismo Radical, todo comportamento é produto de três níveis de seleção: o<br />

filogenético (história da espécie), o ontogenético (história particular do indivíduo) e o cultural<br />

(Skinner, 1984). Nessa perspectiva, a aprendizag<strong>em</strong> de HS ocorre, ao longo da vida, por meio da<br />

seleção dos comportamentos submetidos às contingências (Del Prette & Del Prette, 2010). Todavia,<br />

quando o ambiente social é restritivo e inadequado, não propicia as condições necessárias para a<br />

aquisição adequada de HS e os indivíduos apresentam déficits no repertório comportamental que<br />

prejudicam suas interações sociais, b<strong>em</strong> como sua qualidade de vida (Del Prette & Del Prette, 2001;<br />

Bolsoni-Silva 2002).<br />

Segundo McFall (1982), a presença de déficits denota ausência do comportamento esperado ou<br />

a expressão com baixa frequência e proficiência diante de uma situação. Nessas circunstâncias, é<br />

preciso promover programas educacionais que favoreçam o desenvolvimento adequado do repertório<br />

socialmente habilidoso (Del Prette & Del Prette, 2010).<br />

O Treinamento <strong>em</strong> Habilidades Sociais (THS) visa superar déficits no des<strong>em</strong>penho social e<br />

promover repertórios socialmente desejados que maximiz<strong>em</strong> os ganhos nas interações por meio<br />

de procedimentos clínicos e educativos (Bolsoni-Silva, 2002; Boas, Silveira & Bolsoni-Silva, 2005).<br />

Contudo, as habilidades sociais dev<strong>em</strong> ser pertinentes ao contexto social no qual o comportamento<br />

está inserido (Caballo, 2002/1996; Del Prette & Del Prette, 1999), de modo que o indivíduo atue na<br />

busca de relações sociais e interpessoais mais adequadas (Bolsoni-Silva, 2002).

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