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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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contingências devido ao fato de não ser possível uma análise experimental (Meyer e cols., 2010). Neste<br />

contexto, os autores descrev<strong>em</strong> quatro el<strong>em</strong>entos básicos para a compreensão de um determinado<br />

probl<strong>em</strong>a: as operações estabelecedoras (OE), que estabelec<strong>em</strong> estímulos como momentaneamente<br />

reforçadores; os estímulos discriminativos (SD ), que estabelec<strong>em</strong> a ocasião na qual, caso a resposta<br />

venha a ser <strong>em</strong>itida, o estímulo reforçador será produzido; a <strong>em</strong>issão da resposta (R) pelo indivíduo;<br />

e a apresentação de estímulos como efeito da (contingentes à) resposta <strong>em</strong>itida (SR ).<br />

As análises funcionais pod<strong>em</strong> ser realizadas não somente de forma restrita a comportamentos de<br />

indivíduos, como uma análise funcional idiográfica (a análise de casos individuais) ou nomotética<br />

(análise funcional de uma categoria diagnóstica, como o ex<strong>em</strong>plo clássico de análise funcional<br />

da depressão, publicada por Ferster <strong>em</strong> 1973) (Gresswell & Hollin, 1992 apud Costa e Marinho,<br />

2002). Pod<strong>em</strong> ser pensadas segundo outras duas: análise funcional de processos psicológicos<br />

(como imitação, desenvolvimento infantil, entre outros) e análise funcional de sist<strong>em</strong>as complexos<br />

(como organizações, ambiente terapêutico, prisões) (Sturmey 1996 apud Costa e Marinho, 2002).<br />

Isto significa que o mesmo processo de análise funcional pode e é utilizado <strong>em</strong> diferentes contextos<br />

de intervenção do psicólogo, como o de organizações, escolas, instituições de esporte etc. E ainda,<br />

que a análise funcional é recurso do analista do comportamento <strong>em</strong> todos os campos de trabalho<br />

do psicólogo.<br />

O principal instrumento conceitual adotado para a realização de análises funcionais é o conceito de<br />

contingência (Costa e Marinho, 2002). Para realizar a análise funcional do comportamento do cliente<br />

dev<strong>em</strong>os identificar os mesmos três itens (situação antecedente, respostas e situação consequente),<br />

procurando compreender a relação que o indivíduo estabelece com o ambiente e o que a mantém.<br />

Para isto, é importante levar <strong>em</strong> consideração aspectos já mencionados para a compreensão de um<br />

comportamento (Figura 1 - Botomé, 2001) e os princípios de aprendizag<strong>em</strong> estudados ao longo<br />

do desenvolvimento da análise do comportamento. Ou seja, identificar os componentes de um<br />

comportamento probl<strong>em</strong>a e avaliar esta relação enquanto um comportamento que foi modelado<br />

e está sendo mantido por contingências de reforçamento. Delitti (2001) contribui neste sentido ao<br />

afirmar que:<br />

“A primeira consideração a ser feita é que o comportamento do cliente t<strong>em</strong> uma função. Cabe ao terapeuta<br />

descobrir por que (<strong>em</strong> que contingências) este comportamento se instalou e como ele se mantém. Esta<br />

descoberta se faz pela análise funcional que, <strong>em</strong> clínica, envolve pelo menos três momentos da vida do<br />

cliente: sua história passada, seu comportamento atual e sua relação com o terapeuta.” (Delitti, 2001,<br />

pag. 36-37)<br />

Um comportamento pode ser definido, também no contexto clínico, por sua topografia ou por sua<br />

relação com os estímulos antecedentes ou consequentes à ação do organismo:– sua função. Como<br />

função, mudará o ambiente no sentido de produzir ou eliminar algo. Quando produz, estará sobre<br />

contingências de reforçamento positivo (apresentação de um estímulo apetitivo) quando elimina,<br />

estará sobre contingências de reforçamento negativo (que pode ser fuga de um estímulo aversivo<br />

presente ou esquiva de um possível estímulo aversivo a ser apresentado). Costa e Marinho (2002), ao<br />

discutir<strong>em</strong> sobre análise funcional, argumentam que<br />

“Interpretar um comportamento significa compreender sua função, que pode variar de um indivíduo<br />

a outro, entre situações e no t<strong>em</strong>po. De forma geral, as funções diz<strong>em</strong> respeito à obtenção de estímulos<br />

apetitivos (ou prazerosos) ou à evitação de estímulos aversivos. O papel do analista do comportamento<br />

é, justamente, indicar as relações existentes entre tais variáveis e o comportamento <strong>em</strong> questão. (...) o<br />

método para se buscar compreender um comportamento (a chamada análise funcional), passa pelo<br />

estabelecimento de relações entre variáveis funcionais.” (Costa & Marinho, 2002, pag. 45).<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Prado<br />

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