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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Prado<br />

544<br />

O estabelecimento dos objetivos para o cliente <strong>em</strong> uma psicoterapia envolve a consideração dos<br />

el<strong>em</strong>entos do diagnóstico funcional. Estes objetivos são definidos pela escolha dos comportamentos<br />

desejáveis que o cliente estará apto a apresentar ao final do procedimento psicoterapêutico, <strong>em</strong> sua<br />

alta (Crivelatti, 2005, comunicação pessoal). É muito importante para o psicoterapeuta conhecer os<br />

aspectos/componentes relacionados ao comportamento(s) objetivo(s) para conseguir identificar a<br />

falta ou a <strong>em</strong>issão do mesmo pelo cliente.<br />

Os objetivos para o comportamento do cliente são de certo modo o antônimo do diagnóstico<br />

funcional e visam a “promoção de mudanças comportamentais que lev<strong>em</strong> à diminuição do<br />

sofrimento e ao aumento de contingências reforçadoras” (Meyer & Vermes, 2001, pag. 101), com<br />

a melhora e adaptação deste ao seu ambiente. Estes dev<strong>em</strong> ser coerentes ao t<strong>em</strong>po disponível, às<br />

condições socioeconômicas do cliente, à dinâmica e ao contrato do atendimento etc.<br />

Elaboração de objetivos para o comportamento do terapeuta e dos<br />

procedimentos de intervenção<br />

Botomé (1980) destaca que um dos aspectos mais importantes na definição de ensinar é ser<br />

definido por um efeito sobre o comportamento de outro organismo (aprendiz). E só é possível dizer<br />

que alguém ensinou se houver mudança de comportamento do aprendiz, e se d<strong>em</strong>onstrarmos a<br />

relação funcional entre o que o “professor” fez (suas classes de respostas) e a mudança observada no<br />

des<strong>em</strong>penho do aluno (efeitos das classes de respostas do professor). Quando este mesmo processo<br />

é pensado no contexto clínico, a mesma relação funcional deve ser descrita, sendo o des<strong>em</strong>penho do<br />

cliente o <strong>foco</strong> de análise e avaliação do processo terapêutico e os procedimentos do psicoterapeuta<br />

um meio para se atingir os objetivos.<br />

Kubo e Botomé (2001) argumentam que:<br />

É frequente o uso dos substantivos “ensino” e “aprendizag<strong>em</strong>” para fazer referência aos processos<br />

“ensinar” e “aprender”. Raramente fica claro que as palavras refer<strong>em</strong>-se a um “processo” e não a “coisas<br />

estáticas” ou fixas. N<strong>em</strong> sequer pode ser dito que correspondam a dois processos independentes ou<br />

separados. (...) A Análise do Comportamento pode contribuir para auxiliar no esclarecimento do<br />

que é o “processo ensinar-aprender”. O primeiro aspecto a considerar é que as expressões “ensinar” e<br />

“aprender” são dois verbos que se refer<strong>em</strong>, respectivamente, ao que faz um professor e ao que acontece<br />

com o aluno como decorrência desse fazer do professor. A própria noção de comportamento (uma relação<br />

entre aquilo que o organismo faz e o ambiente <strong>em</strong> que o faz) já auxilia a perceber um possível caminho<br />

para examinar esse processo de interação). (Kubo & Botomé, 2001, pag.136-137, grifo dos autores)”<br />

A mesma análise pode ser realizada no processo ensino-aprendizado do contexto clínico, e a<br />

“melhora” do cliente deve ser decorrência da intervenção do terapeuta. Assim, o terapeuta deve estar<br />

apto a descrever os objetivos e as ações (procedimentos) que realizou para produzir tal mudança no<br />

comportamento do cliente.<br />

Segundo Follette, Naugle e Callaghan (1996), a partir de uma etapa inicial de reforço, aparent<strong>em</strong>ente<br />

não contingente a nenhuma classe de resposta, ocorre gradualmente um afunilamento do <strong>foco</strong> das<br />

consequências providas pelo terapeuta durante a sessão. Deste modo, aos poucos o terapeuta passa<br />

a dirigir sua intervenção a aspectos mais específicos do responder do cliente, com o objetivo de<br />

modelar e manter comportamentos, assim como construir condições [com o cliente] para a mudança.<br />

O que coincide com a aplicação de procedimentos por parte do terapeuta a partir da análise de<br />

contingências.<br />

Quando está claro para o psicoterapeuta qual o des<strong>em</strong>penho que os clientes dev<strong>em</strong> exibir, é mais fácil<br />

identificar experiências e vivências do cliente relacionadas ao seu comportamento probl<strong>em</strong>a, assim<br />

como comportamentos apresentados no contexto terapêutico que pod<strong>em</strong> ser <strong>foco</strong> de intervenção.

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