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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Koeke . Menzzano<br />

318<br />

Psicoterapia <strong>em</strong> grupo: preparação para procedimento médico<br />

Programa de preparação para procedimentos<br />

O programa de preparação para procedimentos t<strong>em</strong> como objetivo fornecer ao paciente estratégias<br />

de enfrentamento eficazes e instalar comportamentos de cooperação, facilitando o procedimento a<br />

ser realizado. São encaminhados para o programa pacientes que serão submetidos a procedimentos<br />

cirúrgicos invasivos, que não estão <strong>em</strong>itindo comportamentos de adesão aos tratamentos ortodônticos,<br />

fonoaudiológicos e médicos, e crianças que se recusam a tirar fotos, realizar filmag<strong>em</strong> e exame de<br />

nasofiboscopia. No caso de crianças ou dependentes, as famílias ou cuidadores são orientados a<br />

como manejar o comportamento destes pacientes com o objetivo de favorecer o tratamento.<br />

Preparação psicológica para procedimentos médicos<br />

A preparação psicológica é uma estratégia planejada para diminuir a ansiedade diante de<br />

procedimentos médicos, reduzir a dor, facilitar a recuperação e ajudar o indivíduo a lidar com estes<br />

procedimentos. O nível de ansiedade está relacionado com a experiência anterior da criança <strong>em</strong> uma<br />

situação s<strong>em</strong>elhante; se as experiências for<strong>em</strong> negativas, a criança irá se comportar de modo a evitar<br />

os estímulos aversivos (Araújo & Arraes, 2000).<br />

Segundo Huerta (apud Domingos 1993), crianças e pais dev<strong>em</strong> ser preparados psicologicamente<br />

para todos os procedimentos. O fornecimento de informações t<strong>em</strong> como objetivo aumentar a<br />

tolerância ao estresse e diminuir a ansiedade, na medida <strong>em</strong> que aumenta a previsibilidade dos eventos,<br />

através do esclarecimento adequado e suficiente a respeito dos procedimentos médicos (Araújo &<br />

Arraes, 2000). A criança que conhece sua realidade pode auxiliar a equipe durante as intervenções,<br />

sentindo-se mais confiante por poder confirmar os dados passados durante a preparação e que serão<br />

observados durante o procedimento cirúrgico (Soares, 2002).<br />

A preparação com crianças pode ser feita através de atividades lúdicas envolvendo a manipulação<br />

de objetos que reproduz<strong>em</strong> os procedimentos que serão realizados (Araújo & Arraes, 2000). Este<br />

tipo de preparação pode reduzir inadequações comportamentais, alterações <strong>em</strong>ocionais, assim como<br />

melhorar a adaptação à condição e promover maior ajustamento social depois da alta (Soares &<br />

Zamberlan, 2001). A criança pode analisar, através da brincadeira, seu próprio comportamento,<br />

ficando ciente das contingências que o determinam, e, a partir disso, alterar sua relação com o<br />

ambiente (Aragão & Azevedo, 2001; Guerrelhas, Bueno & Silvares, 2000).<br />

A encenação de t<strong>em</strong>as médicos pode dar à criança uma sensação de controle frente aos<br />

procedimentos médicos (Mello, Goulart, Ew, Moreira & Sperb, 1999). O uso da fantasia pode levar a<br />

criança a encontrar soluções para situações s<strong>em</strong>elhantes às que ela vive no mundo real (Guerrelhas,<br />

Bueno e Silvares, 2000).<br />

Psicoterapia <strong>em</strong> grupo<br />

Decorrente da grande d<strong>em</strong>anda de pacientes encaminhados ao programa de preparação para os<br />

procedimentos, o setor de Psicologia sentiu a necessidade de realizar o trabalho <strong>em</strong> grupo, para que<br />

todas as crianças tivess<strong>em</strong> acesso à preparação, uma vez que a dinâmica hospitalar exige agilidade,<br />

e o procedimento de dessensibilização sist<strong>em</strong>ática garante maior sucesso da criança nos próximos<br />

procedimentos. Os encaminhamentos foram feitos pela equipe de cirurgia plástica e fonoaudiologia,<br />

pois havia uma grande d<strong>em</strong>anda de pacientes que precisavam realizar o exame de nasofibroscopia<br />

e se recusavam a fazê-lo, apresentando comportamentos de esquiva diante do exame, recusa na<br />

entrada da sala de exame, choro, agitação motora, sudorese.

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