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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Macedo . Escobal . Goyos<br />

376<br />

consumo energético ideal do indivíduo e baixo gasto energético por meio de atividades físicas;<br />

o restante 1% é considerado de causa endógena, por meio de síndromes genéticas e alterações<br />

endocrinológicas (Damiani, Carvalho, & Oliveira, 2002).<br />

Quando se busca a explicação para a epid<strong>em</strong>ia global de obesidade, certamente os esforços dev<strong>em</strong><br />

se concentrar na identificação dos fatores ambientais envolvidos (Epstein, Paluch, Gordy, & Dorn,<br />

2000; Gortmaker, Must, Perrin, Sobol, & Dietz, 1993; Hill & Peters, 1998), visto que o patrimônio<br />

genético da espécie humana não sofreu mudanças importantes no intervalo de poucas décadas<br />

(Coutinho, 2007). Claro que os fatores genéticos têm ação permissiva para que os fatores ambientais<br />

possam atuar; é como se criasse um “ambiente interno” favorável à produção do ganho excessivo<br />

de peso (Margarey, Daniels, Boulton, & Cockington 2001; Danadian, Lewy, Janosky, & Arslanian,<br />

2001). A informação genética constitui-se <strong>em</strong> uma condição suficiente para determinar o sobrepeso<br />

e obesidade, mas, não necessária, sendo possível reduzir sua influência através de modificações no<br />

micro e macro ambientes <strong>em</strong> que viv<strong>em</strong> esses indivíduos (Coutinho, 1999).<br />

Com a tendência de piora progressiva de todos estes fatores ambientais, o prognóstico atualmente<br />

mais aceito é de agravamento progressivo das altas taxas de prevalência da obesidade na maioria da<br />

população do planeta (Foreyt & Goodrick, 1995).<br />

Intervenções médicas e farmacológicas<br />

A dietoterapia, com ou s<strong>em</strong> organização de apoio, é, relativamente, ineficaz no tratamento da<br />

obesidade <strong>em</strong> longo prazo, assim como o tratamento farmacológico (North American Association<br />

for the Study of Obesity and the National Heart, Lung, and Blood Institute, 2000). Em 1991 o Instituto<br />

Nacional de Saúde dos Estados Unidos estabeleceu diretrizes para o tratamento cirúrgico da obesidade<br />

mórbida (IMC acima de 40 Kg/m2 ou 35 Kg/m2 com co-morbidades) referida, atualmente, como<br />

cirurgia bariátrica (National Institute of Health Consensus Development Panel, 1991).<br />

Nos últimos anos, a cirurgia bariátrica t<strong>em</strong> se tornado uma opção terapêutica cada vez mais utilizada<br />

para os indivíduos com obesidade mórbida (Mitka, 2003). Visto que o tratamento dietoterápico e o<br />

farmacológico não estão sendo eficazes e que a cirurgia bariátrica é um tratamento invasivo, a terapia<br />

comportamental torna-se uma grande aliada na prevenção da obesidade.<br />

Contribuições da Análise do Comportamento para o entendimento de<br />

comportamentos obesogênicos<br />

Os procedimentos comportamentais para tratar a obesidade segu<strong>em</strong> a pr<strong>em</strong>issa de que o sobrepeso e<br />

a obesidade provêm da deficiência de hábitos saudáveis combinados com uma rápida taxa de consumo<br />

energético. Para a Análise do Comportamento tais comportamentos são aprendidos e considerados<br />

operantes. Uma explicação para o fato é que durante a ingestão impulsiva, o comportamento de<br />

escolha do indivíduo está sob o controle das consequências reforçadoras imediatas (e.g., saborear<br />

um alimento mais palatável, reduzir a privação de alimento) ao invés de estar sob controle das<br />

consequências <strong>em</strong> longo prazo (e.g., desenvolver uma doença crônica como diabetes, hipertensão<br />

arterial e obesidade, e apresentar um corpo magro, mais saudável) (Wooley, Wooley, & Dyrenforth,<br />

1979).<br />

O processo inverso, ou seja, quando o comportamento de escolha do indivíduo está sob controle<br />

das consequências reforçadoras <strong>em</strong> longo prazo, ao invés de estar sob controle das consequências<br />

imediatas (Wooley, Wooley, & Dyrenforth, 1979), pode ser considerado um comportamento de<br />

autocontrole (Dixon, Rehfeldt, & Randich, 2003; Rachlin & Green, 1972). Um dos paradigmas<br />

utilizados para estudar pessoas com sobrepeso e obesidade pela Análise do Comportamento é o<br />

de escolha, <strong>em</strong> cujo seio se encontra o autocontrole (Rachlin & Green, 1972). O comportamento

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