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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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A partir dela é realizado um diagnóstico funcional procurando destacar as possíveis “dificuldades”<br />

relacionadas a um determinado modo de interagir com o ambiente. Isto é feito descrevendo os<br />

operantes e os respondentes do cliente que condiz<strong>em</strong> com as suas dificuldades pessoais <strong>em</strong> um<br />

diagnóstico funcional. Segundo Meyer e cols. (2010) <strong>em</strong> “um diagnóstico funcional, característico<br />

da terapia analítico-comportamental, cabe ao terapeuta ampliar o alcance da investigação,<br />

abrangendo esse repertório e as relações entre ele e os eventos reforçadores e punitivos disponíveis<br />

no ambiente” (pag. 165). A figura 4 a seguir procura resumir as possíveis “dificuldades” relacionadas<br />

ao comportamento “probl<strong>em</strong>a” do cliente.<br />

Situação antecedente Classe de Respostas Situação consequente<br />

O que acontece antes ou junto<br />

da ação do organismo<br />

Falta de ambiente adequado<br />

(ambiente restritivo);<br />

Ausência de controle<br />

discriminativo (SDs adequados<br />

que sinaliz<strong>em</strong> consequências<br />

reforçadoras);<br />

Controle discriminativo<br />

inapropriado (sinalizam<br />

reforçador, mas estão <strong>em</strong><br />

desacordo com o contexto);<br />

Controle inapropriado por<br />

estímulos autogeradores<br />

(nomeia e responde<br />

incorretamente estados<br />

internos).<br />

Aquilo que um organismo faz<br />

Possíveis “dificuldades” <strong>foco</strong> de análise<br />

Déficits (não há resposta);<br />

Excesso comportamental<br />

(resposta inadequada por ocorrer<br />

<strong>em</strong> alta frequência);<br />

Respostas intervenientes<br />

(resposta concorrente que<br />

dificulta a apresentação resposta<br />

adequada);<br />

Resposta inadequada (resposta<br />

existe no repertório e é<br />

adequada, mas ocorre <strong>em</strong> baixa<br />

frequência <strong>em</strong> um determinado<br />

contexto).<br />

O que acontece depois da ação<br />

de um organismo<br />

Não há consequência<br />

reforçadora para a resposta e/<br />

ou para sua manutenção;<br />

Consequências concorrentes<br />

(apetitivas e aversivas ao<br />

mesmo t<strong>em</strong>po – gerando<br />

conflito);<br />

Controle inapropriado (ocorre<br />

o reforço, mas a resposta é<br />

inapropriada para o indivíduo<br />

ou grupo. P/ex.: drogadicção,<br />

abuso sexual);<br />

Figura 4<br />

Ilustração dos três componentes de um comportamento de interesse para explicitar<br />

el<strong>em</strong>entos de investigação para elaboração de um diagnóstico funcional (baseado no<br />

texto de Meyer & cols. 2010 e Botomé, 1980)<br />

Um dos objetivos da análise de contingências é apresentar o comportamento probl<strong>em</strong>a no modelo<br />

de tríplice contingência, levantando aspectos da situação antecedente, as respostas e a situação<br />

consequente (imediata ou tardia quando necessário) que mantêm este comportamento.<br />

A seleção de um comportamento para análise pode ser molecular, ou seja, focada sobre uma<br />

única situação trazida pelo cliente (<strong>em</strong> geral, de uma sessão terapêutica – situação relatada <strong>em</strong> uma<br />

sessão), ou molar, ou seja, considera a queixa com relação a outros aspectos da vida do cliente (um<br />

comportamento “probl<strong>em</strong>a” que afeta vários âmbitos de seu cotidiano) (Meyer e cols., 2010). Em<br />

alguns momentos, o relato do cliente esclarece e facilita esta análise, contudo, n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre isto<br />

ocorre, cabendo ao terapeuta analisar qual é a principal função do comportamento “probl<strong>em</strong>a”, e que<br />

dificuldades presentes no repertório comportamental deste indivíduo contribu<strong>em</strong> para tal.<br />

O diagnóstico funcional apresenta o comportamento “probl<strong>em</strong>a” <strong>em</strong> termos de comportamentos<br />

operantes e respondentes que descrev<strong>em</strong> as principais dificuldades do cliente. O comportamento<br />

probl<strong>em</strong>a deve ser expresso objetivamente <strong>em</strong> termos de ações do cliente, o que inclui identificar e<br />

descrever a frequência, a duração ou intensidade e latência com que o comportamento ocorre. Em<br />

seguida, verificar as relações entre as variáveis ambientais, coletando informações sobre os eventos<br />

antecedentes e consequentes para verificar quais exerc<strong>em</strong> controle de fato sobre as respostas (Meyer<br />

e cols., 2010). Ou seja, verificar a força desta resposta e o efeito da consequência sobre o sist<strong>em</strong>a no<br />

qual o indivíduo se comporta – análise de contingência.<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Prado<br />

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