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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Werneck (1997) fala a respeito da sociedade inclusiva que, na sua visão, apresenta os seguintes<br />

aspectos: a) dar à nossa escola um perfil mais ético, oficializando discussão sobre diferenças<br />

individuais; b) valorizar a literatura infantil como instrumento indispensável na luta contra<br />

qualquer discriminação; c) conscientizar a família de seu direito a obter informação correta sobre<br />

anormalidades ou persistir no erro de formar cidadãos pela metade; d) fazer da mídia uma aliada:<br />

informação não é entretenimento, mas deve instigar e detonar d<strong>em</strong>anda capaz até de romper o<br />

paradigma anterior; e) instituir uma nova ord<strong>em</strong> social sobre o tripé família, escola e mídia, como os<br />

alicerces de uma sociedade inclusiva.<br />

Somente na década de 1990 houve uma atenção diferenciada no modo como acontece o trabalho<br />

do profissional de saúde <strong>em</strong> equipe. No entanto, só a partir de 1997 inicia-se uma abordag<strong>em</strong> que<br />

relaciona a ligação desses profissionais com a prática da inclusão (Chapman & Ware, 1999).<br />

Do ponto de vista de Sassaki (2006), inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual<br />

as pessoas ainda excluídas e a sociedade buscam, <strong>em</strong> parceria, ponderar probl<strong>em</strong>as, decidir sobre<br />

soluções e efetivar a equiparação de oportunidades.<br />

Para Castro (2005), durante o processo de inclusão social, é fundamental para as pessoas com<br />

Síndrome de Down a socialização. Em relação ao processo de interação, percebe-se que é no aspecto<br />

comportamental que a interação é de grande importância porque abrange o comportamento de<br />

adaptação nas diferentes esferas do dia a dia do ser humano.<br />

Winnick (2004), por sua vez, esclarece que essas pessoas estão se integrando cada vez mais à<br />

sociedade e às instituições como a escola, aos sist<strong>em</strong>as de saúde, à vida <strong>em</strong> comunidade e à força de<br />

trabalho, <strong>em</strong>bora ainda exista certa lentidão no seu desenvolvimento e dificuldades de aprendizag<strong>em</strong><br />

associadas à pessoa. As conquistas e habilidades funcionais vão muito além daquilo que se considerava<br />

possível quando as pessoas com Síndrome de Down frequentavam escolas e instituições segregadas.<br />

O desenvolvimento social acontece mais efetivamente dentro de ambientes inclusivos, <strong>em</strong> interação<br />

com outros indivíduos, onde são oferecidas experiências reforçadoras e apoio educacional adequado.<br />

Existe uma diferença <strong>em</strong> relação aos ambientes segregados, pois estes ambientes não induz<strong>em</strong> à<br />

independência e n<strong>em</strong> à competência, mas, provavelmente, a um isolamento social, e assim não<br />

estimulam esses indivíduos a desenvolver seus comportamentos, tanto públicos quanto privados.<br />

De acordo com Glat (1989), uma das maiores dificuldades encontradas no processo de inclusão<br />

social refere-se à negação da identidade adulta das pessoas com Síndrome de Down, tanto por parte<br />

da família quanto da equipe de profissionais que atende essas pessoas. Desse modo, faz-se necessária<br />

a ampliação de políticas públicas dirigidas à inclusão efetiva (Ribeiro, 2006).<br />

Em síntese, a grande dificuldade das práticas de integração social é que o <strong>foco</strong> da mudança recai na<br />

pessoa com deficiência. Já nas práticas de inclusão social, o <strong>foco</strong> recai no ambiente, principalmente<br />

o escolar.<br />

A pessoa com Síndrome de Down e a escola<br />

Para Mardomingo (1995), antes mesmo da entrada da criança com deficiência na escola, ela<br />

precisa participar de programas de intervenção precoce que ajudarão no seu desenvolvimento.<br />

Esses programas são desenvolvidos por uma equipe multiprofissional, envolvendo psicólogos,<br />

fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, entre outros profissionais. O programa é adaptado de<br />

acordo com as necessidades comportamentais e culturais de cada criança, para que ela tenha seu<br />

desenvolvimento potencial aumentado. A estimulação precoce (também denominada essencial)<br />

deve ser realizada a partir do nascimento e se estender gradativamente, a fim de oferecer maior<br />

desenvolvimento das capacidades da criança e melhor inserção tanto no meio familiar, quanto<br />

escolar e social. Pretende conhecer e aumentar as habilidades de cada criança para que esta não fique<br />

<strong>em</strong> desvantag<strong>em</strong> significativa <strong>em</strong> relação à criança considerada dentro dos padrões da normalidade.<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Alves . Oliveira<br />

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