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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Augusto de Medeiros . Alves de Medeiros<br />

424<br />

As perguntas geralmente giram <strong>em</strong> torno dos el<strong>em</strong>entos das contingências controladoras dos<br />

comportamentos-alvo e fornec<strong>em</strong> subsídios para a elaboração das análises funcionais:<br />

• Perguntas sobre os antecedentes do comportamento: Em que situações (...), O que você pensa<br />

antes de (...), Que tipo de comentários te deixam assim? Com que pessoas (...)<br />

• Perguntas sobre a frequência com que o comportamento ocorre: Quantas vezes (...), Com que<br />

frequência (...), Num mês, é comum você (...) quantas vezes?<br />

• Perguntas acerca da topografia das respostas relatadas: Como você age quando (...), Me descreva<br />

como (...), Me dê um ex<strong>em</strong>plo do que você faz quando fica (...), Como são as (...) de vocês?<br />

• E mais importante, as perguntas sobre as consequências: O que acontece quando você faz (...)?<br />

Como as pessoas reag<strong>em</strong> quando você (...)? O que seu pai faz quando você (...)?<br />

As perguntas feitas para a coleta de dados também investigam: a história de exposição às<br />

contingências: Desde quando você faz (...), Como era a sua rotina na época <strong>em</strong> que você deixou de<br />

(...), Como seus pais reagiram a quando você (...)?; as relações familiares e pessoais: Quanto t<strong>em</strong>po<br />

por s<strong>em</strong>ana você passa com (...)? O que você e (...) costumam fazer juntos? Para que lugares (...) te<br />

levava para passear?; as atividades acadêmicas e profissionais: Onde você estudou? Há quanto t<strong>em</strong>po<br />

trabalha na (...)? O que você achou do seu curso?; outros reforçadores: Como era sua rotina quando<br />

você praticava (...)? Como é a sua relação com as pessoas que faz<strong>em</strong> (...) com você? Quanto t<strong>em</strong>po<br />

por s<strong>em</strong>ana você passa fazendo (...)?; e os tratamentos anteriores: Que tipo de ajuda você já buscou<br />

<strong>em</strong> relação a isso? Que r<strong>em</strong>édios você está tomando? Qu<strong>em</strong> costuma ir contigo nas consultas?<br />

Reforço de comportamento de ouvinte<br />

Uma função fundamental das perguntas é servir como reforçadoras do comportamento de ouvinte.<br />

De fato, com essa função, elas são fundamentais ao processo terapêutico, tanto no estabelecimento<br />

do vínculo, quando na modelag<strong>em</strong> de comportamentos-alvo que ocorr<strong>em</strong> na sessão, quanto na<br />

manutenção dos comportamentos relatados.<br />

O reforço de comportamento de ouvinte é definido como as alterações no comportamento de um<br />

ouvinte que fortalec<strong>em</strong> o comportamento verbal do falante quando lhes são contingentes (Skinner,<br />

1957/1978). Desses reforçadores, o mais comum é a atenção, que exerce uma função de reforçador<br />

condicionado generalizado (Keller & Schoenfeld, 1950/1973).<br />

As perguntas exerc<strong>em</strong> a função de reforço de comportamento de ouvinte quando ficam sob o<br />

controle discriminativo do comportamento verbal do falante e o fortalec<strong>em</strong> (Medeiros, 2002).<br />

Quando o terapeuta pergunta sobre o que o terapeutizando estava falando, sinaliza que novas<br />

respostas verbais acerca desse mesmo t<strong>em</strong>a serão reforçadas. Na linguag<strong>em</strong> cotidiana, d<strong>em</strong>onstra<br />

interesse e fornece atenção. Muitos terapeutizandos são privados de reforço de comportamento de<br />

ouvinte comum na atenção. Não é raro vir<strong>em</strong> para a terapia justamente por não ter<strong>em</strong> ouvintes que<br />

lhes provenham esse tipo de reforço. Daí o poder das perguntas no fortalecimento do comportamento<br />

verbal dos terapeutizandos e na formação do vínculo terapêutico.<br />

Como serão discutidas adiante, as perguntas também pod<strong>em</strong> exercer função reforçadora<br />

quando se questiona acerca dos reforçadores naturais com os quais se entra <strong>em</strong> contato, <strong>em</strong>itindo<br />

um comportamento desejável. Por ex<strong>em</strong>plo, quando um terapeutizando consegue convidar um<br />

amigo para sair, o terapeuta pode perguntar acerca do que eles fizeram, para onde foram, quanto<br />

se divertiram, entre outras perguntas. Caso esse comportamento relatado seja desejável, não é<br />

aconselhável utilizar um reforçamento arbitrário como “muito b<strong>em</strong>!” ou “parabéns!”. As perguntas<br />

acerca dos reforçadores aos quais se entrou <strong>em</strong> contato <strong>em</strong>itindo o comportamento desejável pod<strong>em</strong><br />

exercer a mesma função reforçadora s<strong>em</strong> trazer os efeitos colaterais dos reforçadores arbitrários<br />

(Alves & Isidro-Marinho, 2010).

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