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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Medeiros . Cardoso . Oliveira<br />

404<br />

de Souza, 2009, Wraikat et al., 1991). O principal motivo para as pesquisas nesta linha de investigação<br />

é a possibilidade de que as discriminações simples sejam muito mais corriqueiras no dia a dia que<br />

as discriminações condicionais. Crianças aprenderiam, portanto, a agir com palavras e a responder<br />

a elas naturalmente sob o controle discriminativo, muito mais que condicional. Com base nessa<br />

possibilidade, seria esperado que os procedimentos de treino que utilizam discriminações simples<br />

foss<strong>em</strong> mais eficazes no estabelecimento de relações entre eventos formalmente dissimilares.<br />

O estudo feito por Moreira e Coelho (2003) teve o objetivo de comparar os efeitos dos procedimentos<br />

de treino matching-to-sample (MTS) e de discriminações simples simultâneas na formação de classes<br />

de equivalência. Neste estudo, dezesseis participantes foram expostos aos dois treinos com diferentes<br />

classes de estímulos e testados na relação de simetria, transitividade e equivalência. As discriminações<br />

condicionais foram treinadas com o procedimento de MTS, ou seja, por <strong>em</strong>parelhamento arbitrário<br />

com o modelo que era apresentado na tela do computador. Depois de clicar <strong>em</strong> cima da figura<br />

modelo, apareciam três figuras, os estímulos de comparação, sendo que o indivíduo teria que clicar<br />

<strong>em</strong> uma delas, o Sd. Neste estudo foi utilizado também o procedimento de treino discriminativo<br />

simples simultâneo (TrD-DSS), no qual dois pares de estímulos compostos eram apresentados ao<br />

participante na tela do microcomputador dentro de dois retângulos dispostos lado a lado na parte<br />

central da tela. Os estímulos compostos possuíam el<strong>em</strong>entos que, uma vez divididos, serviram de<br />

estímulos condicionais, discriminativos e deltas nos testes das propriedades de equivalência feitos<br />

<strong>em</strong> MTS. Para este treino, foi realizada uma contingência de reforçamento diferencial <strong>em</strong> CRF.<br />

As respostas corretas eram seguidas de reforço com a palavra “certo” na tela e as incorretas eram<br />

consequenciadas com a palavra “errado” na tela, e uma nova tentativa era iniciada. Após os treinos<br />

das relações de linha de base via MTS ou discriminações simples simultâneas, foram feitos os testes<br />

das propriedades de equivalência via o procedimento de MTS feito <strong>em</strong> extinção. Primeiramente<br />

realizou-se o teste de simetria BA, <strong>em</strong> seguida o CB, para então ser<strong>em</strong> testadas as relações AC e<br />

CA. Os resultados do experimento mostraram que classes de equivalência pod<strong>em</strong> ser formadas com<br />

treinos de discriminações simples.<br />

De Rose (1993) sugere a possibilidade da existência de uma sobreposição entre os conceitos de<br />

classes funcionais3 e de equivalência, ressaltando, entretanto, que nas classes funcionais os estímulos<br />

e as respostas estão atrelados às suas respectivas funções comportamentais, o que não ocorre<br />

nas classes de equivalência. Tal diferença, segundo de Rose, conferiria ao conceito de classes de<br />

equivalência maior poder explicativo de des<strong>em</strong>penhos <strong>em</strong>ergente.<br />

Um ex<strong>em</strong>plo para ilustrar uma classe funcional pode ser d<strong>em</strong>onstrado a partir do procedimento de<br />

Nome Comum realizado no presente estudo. Na classe dos “potocos”, os seus estímulos componentes<br />

são formalmente diferentes, porém cada um dos três estímulos, A1, B1 e C1 serve de antecedente<br />

para que uma mesma resposta seja <strong>em</strong>itida e reforçada, ou seja, na presença das três figuras a resposta<br />

a ser reforçada é “potoco”. A mesma relação de controle ocorre com a classe dos “manatos”, ou seja, a<br />

resposta reforçada diante dos estímulos diferentes A2, B2 e C2, é dizer “manato”.<br />

Diversas discussões teóricas e <strong>em</strong>píricas foram realizadas na tentativa de se estabelecer uma<br />

relação entre os conceitos propostos por Skinner para descrever des<strong>em</strong>penhos linguísticos e aqueles<br />

propostos por Sidman no âmbito das relações de equivalência (Boelens, 1996; Hayes & Hayes, 1989;<br />

Hall & Chase, 1991; Horne & Lowe, 1996; Horne & Lowe, 1997; e seus respectivos comentários).<br />

Em um texto teórico, Hall e Chase (1991) propuseram uma relação entre os conceitos advindos<br />

do campo do comportamento verbal e de relações de equivalência. No ex<strong>em</strong>plo citado por eles, os<br />

estímulos da classe seriam a palavra “gato”, falada <strong>em</strong> espanhol (A1), <strong>em</strong> inglês (B1) e <strong>em</strong> francês<br />

(C1). Para estes autores, a reflexividade, descrita como uma relação de igualdade pode ser comparada<br />

3 De Rose (1993) define classe funcional como um conjunto de estímulos diferentes que possu<strong>em</strong> função discriminativa sobre uma<br />

mesma resposta.

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