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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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da Psicologia (Moreira, 2004). Um ex<strong>em</strong>plo dessas discussões pode ser encontrado <strong>em</strong> Teixeira e<br />

Cirino (2002), que fizeram uma reflexão crítica a respeito do uso do laboratório animal operante,<br />

considerando-o como uma mera ferramenta de ensino por ser utilizada, quase que exclusivamente, na<br />

“replicação de experimentos clássicos para d<strong>em</strong>onstração de conceitos” (p. 139). Consequent<strong>em</strong>ente,<br />

pontuam os autores, o laboratório de AEC passou a ser visto como um lugar aversivo, apesar de<br />

sua grande relevância e imprescindibilidade ao que se propõe no nível do ensino e da pesquisa<br />

básica com comportamento de animais e de seres humanos. Nesse contexto, o laboratório, como<br />

recurso metodológico de ensino t<strong>em</strong> sido repensado por diversos autores (e.g., Catania, Matthews &<br />

Shimoff, 1990), o que nos leva a crer que t<strong>em</strong> havido uma movimentação no sentido de potencializar<br />

o uso do laboratório e torná-lo mais atrativo, e também buscar novos recursos que possam tornar<br />

o ensino da AEC mais efetivo por ser reforçador para os comportamentos de estudar e ensinar de<br />

alunos e professor, respectivamente, considerando os objetivos de ensino. A continuidade desse<br />

questionamento e a busca de alternativas para o ensino da Análise do Comportamento também são<br />

metas do presente estudo.<br />

O professor de AEC e o comportamento verbal do aluno<br />

De uma forma geral, como se pode ver na maioria das sugestões sobre métodos de ensino, muito do<br />

repertório verbal ou não verbal do aluno é acessado pelo professor por meio das respostas verbais do<br />

próprio aluno. A educação é a estratégia de transmissão da cultura e, como a ação educacional se dá<br />

fundamentalmente por meio do comportamento verbal (Skinner, 1981), as análises dos repertórios<br />

verbais que permeiam a educação tornam-se relevantes. Ou seja, os processos pedagógicos têm<br />

por base o comportamento verbal, seja para a exposição do conteúdo, seja para a avaliação da<br />

aprendizag<strong>em</strong> do aluno. Assim, por ex<strong>em</strong>plo, a “aprendizag<strong>em</strong>” é, <strong>em</strong> grande parte, analisada a partir<br />

de relatos verbais do próprio aluno sobre os conteúdos curriculares estudados <strong>em</strong> sala de aula (De<br />

Rose, 1994; Matos & Tomanari, 2002). Em algumas pesquisas (e.g., Krasner, 1958; Tomanari, Matos,<br />

Pavão & Benassi, 1999) <strong>em</strong>prega-se reforço diferencial por aprovação do comportamento verbal<br />

“correto” de modo a fortalecer esse tipo de repertório.<br />

Segundo Johnson e Chase (1981), os operantes que se quer alcançar <strong>em</strong> tarefas educacionais<br />

arranjadas para o estudante são: (1) dizer exatamente o que foi dito (ecóico), (2) dizer o que foi<br />

escrito (textual), (3) escrever o que foi escrito (cópia), (4) escrever o que foi dito (ditado), (5) definir<br />

um termo lido ou dito (intraverbal definição), (6) identificar descrições lidas ou ditas (intraverbal<br />

identificação de ex<strong>em</strong>plo), (7) dar ex<strong>em</strong>plos originais (intraverbal ex<strong>em</strong>plificação), (8) descrever<br />

eventos ambientais que acontec<strong>em</strong> (tato), (9) categorizar com um termo um grupo de eventos<br />

ambientais que ocorr<strong>em</strong> (tato), e (10) combinar e recombinar todas as tarefas acima, estendendo Haydu<br />

.<br />

ou fundindo seus controles (extensões e fusões verbais e processos autoclíticos). Segundo Skinner<br />

(1972), ensinar é arranjar e manejar contingências de reforço na direção de um ou mais desses dez<br />

operantes verbais, num grau menor ou maior de complexidade.<br />

Borloti .<br />

Arranjar contingências significa, de acordo com Zanotto (2000), afirmar o caráter planejado<br />

do ensino, possibilitando dinamizar e maximizar essas mudanças comportamentais pretendidas,<br />

Cunha<br />

definindo assim o processo de ensino-aprendizag<strong>em</strong>. No caso do repertório de operantes verbais, S. de<br />

esse planejamento deve ocorrer a partir da clareza sobre quais mudanças se quer <strong>em</strong>preender (qual L. .<br />

a intenção de determinado ensino?) e também <strong>em</strong> que condições será ensinado o que se pretende.<br />

Cuvo, Klevans, Borakove, Borakove, Van Landuyt e Lutzker (1980), por ex<strong>em</strong>plo, compararam<br />

Cunha<br />

experimentalmente três estratégias educacionais para o ensino do tato. Daly (1987) descreveu e<br />

M.<br />

comparou funcionalmente o comportamento verbal textual de alunos submetidos a dois métodos S.<br />

de alfabetização <strong>em</strong> leitura. Daly e Martens (1994) fez algo parecido: comparou três métodos de<br />

de M.<br />

alfabetização para a melhoria do des<strong>em</strong>penho <strong>em</strong> leitura. Em outra pesquisa experimental, Daly, A.<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

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