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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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comportamento do cliente, a partir das d<strong>em</strong>andas do processo psicoterapêutico. Segundo Sossai<br />

(1974) um objetivo é indicar qual o comportamento esperado numa dada situação, de maneira que<br />

qualquer pessoa possa identificar se o comportamento pretendido foi ou não adquirido. Em outras<br />

palavras, um objetivo deve indicar um comportamento passível de avaliação.<br />

Aprender a elaborar objetivos comportamentais para o comportamento do cliente é uma etapa<br />

importante da formação de um terapeuta comportamental. Esta etapa faz parte de um processo<br />

terapêutico que possibilita ao terapeuta avaliar o desenvolvimento do processo e do comportamento<br />

do cliente.<br />

Botomé (1980) destaca que a adoção de objetivos comportamentais pode levar à necessidade de<br />

propor quais são os comportamentos (e não as respostas) significativos ou de valor <strong>em</strong> qualquer<br />

assunto, atividade, situação e para as diferentes pessoas envolvidas. Os objetivos comportamentais,<br />

no contexto clínico <strong>em</strong> que cliente e terapeuta interag<strong>em</strong>, são elaborados a partir da análise funcional<br />

do comportamento do cliente, sendo a intervenção uma etapa <strong>em</strong> que os objetivos são elaborados<br />

para o comportamento do terapeuta que contribuiriam para a mudança esperada.<br />

Vargas (1974) contribui, neste sentido, ao levantar a diferença entre “objetivos de ensino” e<br />

“atividades de ensino”. Segundo a autora, os objetivos especificam o comportamento do aluno (ou<br />

cliente), mas são diferentes das atividades. Os objetivos especificam as habilidades que o professor<br />

(o psicoterapeuta) quer que seus alunos (clientes) tenham, e as atividades são os meios pelos quais<br />

são alcançados os objetivos (técnicas de/para intervenção). Esta última também pode ser elaborada<br />

segundo o mesmo princípio de “especificação dos objetivos comportamentais a ser<strong>em</strong> alcançados” e está,<br />

no processo de intervenção, estritamente relacionada aos objetivos para o cliente, mas especificam os<br />

comportamentos do terapeuta, e são especialmente importantes ao longo de sua formação.<br />

Na interação cliente-terapeuta, de modo geral, o comportamento do cliente é o <strong>foco</strong> primário<br />

da análise funcional. Ou seja, o terapeuta analista do comportamento irá identificar a função do<br />

comportamento “probl<strong>em</strong>a”, buscando analisar as variáveis e explicitar as contingências que controlam<br />

o comportamento, levantando hipóteses sobre a aquisição e manutenção dos repertórios probl<strong>em</strong>áticos<br />

para, <strong>em</strong> seguida, realizar o planejamento de novos padrões comportamentais (Delitti, 2001).<br />

Meyer (2001) destaca que a análise funcional é o instrumento básico de trabalho de qualquer<br />

analista do comportamento, incluídos aí os que atuam na clínica. A análise funcional especifica as<br />

variáveis externas das quais o comportamento “probl<strong>em</strong>a” é função, ou seja, é o estudo das diversas<br />

relações contingenciais responsáveis pela manutenção de um determinado probl<strong>em</strong>a.<br />

Uma psicoterapia de base analítico-comportamental envolve, neste sentido, pelo menos quatro<br />

questões: 1) a análise do comportamento do cliente a ser modificado, a chamada de análise funcional/<br />

de contingências – do “comportamento probl<strong>em</strong>a”; 2) a elaboração dos objetivos de mudança ou dos<br />

objetivos comportamentais para o comportamento do cliente (novos padrões comportamentais);<br />

3) a definição dos objetivos dos procedimentos/ comportamentos do terapeuta que possibilit<strong>em</strong> tal<br />

mudança – intervenção; 4) a avaliação do processo de mudança e redefinição dos objetivos ou a alta.<br />

Este capítulo t<strong>em</strong> como propósito descrever brev<strong>em</strong>ente as três primeiras questões, e assim fazendo<br />

explicitar os princípios e conceitos para a elaboração dos objetivos comportamentais necessários a<br />

tal processo.<br />

Pré-requisitos para elaboração de objetivos comportamentais<br />

O comportamento é a principal unidade de análise dentro da filosofia behaviorista e para os<br />

analistas do comportamento <strong>em</strong> sua prática de ensino, pesquisa e aplicação. Para o behaviorista, o<br />

comportamento é determinado pelas relações que um sujeito estabelece com o ambiente – o ambiente<br />

determina o comportamento. E a determinação ambientalista do comportamento caracteriza uma<br />

visão monista de hom<strong>em</strong>. A partir deste ponto, duas questões são essenciais para o analista do<br />

comportamento: o que é comportamento? E o que é ambiente?<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Prado<br />

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