13.04.2013 Views

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Prado<br />

534<br />

“O professor mais eficiente é aquele que, independent<strong>em</strong>ente do fato de trabalhar com giz e lousa, ou<br />

com as técnicas audiovisuais mais recentes, produz os alunos que mais aprenderam e que prossegu<strong>em</strong> o<br />

estudo. À medida que bons materiais áudiovisuais ajudam a mudar o comportamento do aluno, eles são<br />

valiosos, mas a avaliação deve focalizar a mudança <strong>em</strong> si, não os fatores a ela relacionados.<br />

Para mudar efetivamente o comportamento, o professor deve concentrar-se mais no comportamento de<br />

seus alunos do que no seu. (...)<br />

Ao planejar um curso ou uma aula, um professor t<strong>em</strong> certos objetivos que deseja alcançar. (...) De<br />

qualquer forma, os objetivos indicam o que se deseja que se tenha alcançado ao fim do treinamento.<br />

Difer<strong>em</strong> de “atividades”, que são os meios para atingir os objetivos.” (Vargas, 1974, pag. 3-4)<br />

Como mencionado anteriormente, s<strong>em</strong>elhante à escola, no contexto psicoterapêutico a técnica<br />

e o recurso a ser<strong>em</strong> utilizados pod<strong>em</strong> variar, mas o principal <strong>foco</strong> deve ser os objetivos a ser<strong>em</strong><br />

alcançados. A elaboração de objetivos para o comportamento do cliente, a partir da análise funcional<br />

de seu comportamento, é um passo essencial do processo psicoterapêutico.<br />

A proposta de elaborar objetivos comportamentais para o comportamento do cliente é análoga à<br />

utilizada na educação, apresentada pelos behavioristas radicais, para a programação do ensino. Os seus<br />

princípios básicos são: o ensino deve ser definido pela atuação do aluno (no caso do contexto clínico,<br />

o cliente); a aprendizag<strong>em</strong> deve ser feita <strong>em</strong> etapas pequenas, de acordo com as características do<br />

aluno e de suas possibilidades de aprendizag<strong>em</strong> (d<strong>em</strong>andas do cliente); o aluno pode prosseguir no<br />

curso conforme ocorre sua aprendizag<strong>em</strong> (mais d<strong>em</strong>oradamente ou tendo diferentes condições de<br />

acordo com os eventos que estão ocorrendo <strong>em</strong> sua vida, ao longo do processo psicoterápico); a cada<br />

aprendizado o aluno deve ter consequências informativas tanto técnicas quanto sociais, conforme<br />

seu des<strong>em</strong>penho (quanto aos objetivos do processo psicoterapêutico, assim como descrições de<br />

contingências apresentadas pelo psicoterapeuta quanto ao que ocorre com ele <strong>em</strong> seu ambiente);<br />

e, finalmente, os processos de aprendizag<strong>em</strong> do aluno (cliente) e os procedimentos do professor<br />

(psicoterapeuta) dev<strong>em</strong> ser objeto de estudo constante para o aprimoramento do processo de<br />

intervenção e, consequent<strong>em</strong>ente, da formação de um psicoterapeuta. A análise do próprio processo<br />

psicoterapêutico favorece o conhecimento para aperfeiçoamento, não apenas das técnicas, mas<br />

também dos conceitos fundamentais envolvidos nos processos de “ensino” na escola e, por que não,<br />

o clínico (Baseado <strong>em</strong> Botomé & Kubo, 2001).<br />

O processo de programação de ensino consiste <strong>em</strong> “ensinar através de condições de ensino<br />

programadas” e inclui um conjunto de classes de comportamentos como: construir, aplicar,<br />

avaliar e modificar programas a partir de dados de sua eficácia. Uma das principais subclasses de<br />

comportamentos no processo de construir programas de ensino pode ser considerada a “especificação<br />

dos objetivos comportamentais a ser<strong>em</strong> alcançados”. No contexto terapêutico o processo de especificação<br />

dos objetivos a ser<strong>em</strong> alcançados é individualizado e elaborado segundo as necessidades do cliente.<br />

Em sua tese de doutorado, Botomé (1980), “apoiado no esclarecimento da noção de<br />

comportamento” (Kubo & Botomé, 2001, pag.), define objetivos comportamentais como enunciados<br />

que faz<strong>em</strong> referência às relações entre ação dos organismos e do ambiente, <strong>em</strong> termos de condições<br />

antecedentes e subsequentes. Neste sentido, um objetivo é comportamental quando especifica: a) as<br />

características da resposta (ou classe de respostas) de um aprendiz, responsáveis pela obtenção de<br />

um determinado efeito ou produto no ambiente <strong>em</strong> que o aprendiz vive ou vai viver (fora da situação<br />

de aprendizag<strong>em</strong>); b) as características das classes de estímulos antecedentes existentes nas situações<br />

onde esta classe de respostas deve ocorrer e que estejam relacionadas com esta classe de respostas e,<br />

c) as características das classes de estímulos consequentes que especificam os efeitos ou os produtos<br />

(mudanças no ambiente) resultantes da classe de respostas <strong>em</strong>itidas (Botomé, 1980).<br />

Tal proposta pode ser utilizada no processo de ensino-aprendizado, que ocorre no contexto clínico,<br />

para a elaboração de objetivos comportamentais para o comportamento do cliente. Este possibilita<br />

ao terapeuta, independent<strong>em</strong>ente da técnica, “identificar”, “avaliar” e “redefinir” objetivos para o

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!