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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Sztamfater . Camargo . Savóia<br />

648<br />

1. Intensidade: estímulos que eliciam reações ansiosas a distância, sejam visuais, auditivas ou<br />

olfativas. Por ex<strong>em</strong>plo, se eu sinto cheiro de queimado, ou ouço um estrondo, meu coração<br />

acelera, sinto grande apreensão, paro imediatamente o que estou fazendo para saber o que<br />

aconteceu.<br />

2. Novidade: estímulos súbitos como a aparição repentina de uma pessoa ou objeto , de estranhos<br />

ou de situações novas.<br />

3. Perigo evolutivo especial: valor adaptativo: a sombra do predador, medo de altura ou de escuro.<br />

4. Interações sociais: nossas reações <strong>em</strong>ocionais são influenciadas pelo modo como interpretamos<br />

as situações. Se as interpretamos como ameaçadoras, tend<strong>em</strong>os a ter reações <strong>em</strong>ocionais<br />

correspondentes (ansiedade), e não de acordo com a situação “real”. Se a ameaça é uma “percepção<br />

equivocada”, o programa da “resposta de ansiedade” também será inadequada.<br />

Se a ansiedade traz desconforto (nervosismo, angústia, medo), por que nos sentimos ansiosos? Para<br />

nos proteger de situações ameaçadoras e aumentar o grau de vigília. A ansiedade é necessária para a<br />

nossa sobrevivência e para a nossa integridade física e psicológica. O nosso programa de ansiedade é<br />

herdado geneticamente dos nossos antepassados. Quando a ansiedade deixa de ser normal e passa a<br />

ser patológica é caracterizada como transtorno ansioso.<br />

Os principais sinais e sintomas da ansiedade patológica são compartilhados tanto por indivíduos<br />

normais quanto por sujeitos ansiosos.<br />

Os transtornos ansiosos são uma condição <strong>em</strong> que a ansiedade, como sintoma diretamente relatado<br />

ou observado, está anormalmente elevada ou é desproporcional ao contexto ambiental. Esses são os<br />

transtornos mentais mais frequentes na população (25%) que levam a comprometimentos funcionais<br />

duradouros (profissional e/ou pessoal).<br />

2.1 Transtorno de Ansiedade Generalizada<br />

O transtorno de ansiedade generalizada é um transtorno crônico de ansiedade, caracterizado por<br />

preocupações irreais, excessivas e incontroláveis. A preocupação é excessiva, difusa, incontrolável,<br />

e v<strong>em</strong> acompanhada de inquietação, irritabilidade, tensão muscular, fadiga, distúrbios do sono<br />

e dificuldades de concentração É um estado de humor caracterizado por sentimentos negativos,<br />

hiperexcitação crônica, sensação de descontrole e atenção orientada para o perigo. A questão a<br />

ser respondida pelo paciente é: Você se preocupa excessivamente com pequenas coisas, pequenos<br />

probl<strong>em</strong>as do cotidiano?<br />

Os principais sintomas desse transtorno estão divididos <strong>em</strong> três grupos:<br />

Hipervigilância: insônia, irritabilidade, dificuldade de concentração, antecipações negativas,<br />

preocupações excessivas;<br />

Tensão motora: tr<strong>em</strong>or, dificuldade de relaxar, inquietação, fadiga, cefaléia, dores musculares; e<br />

Hiperatividade autonômica: taquicardia, hiperpnéia, sudorese, náusea, boca seca, tontura, urgência<br />

miccional, sintomas gastrointestinais (dificuldade de digestão, diarréia).<br />

Pacientes com transtorno de ansiedade generalizada têm saúde <strong>em</strong>ocional regular ou baixa e<br />

tend<strong>em</strong> a se preocupar excessivamente com as experiências rotineiras da vida diária. Costumam<br />

abusar e/ou depender de substâncias psicoativas tais como álcool, relaxantes musculares, analgésicos<br />

e benzodiazepínicos. A dificuldade de relacionamento no trabalho, de convívio social e de estabelecer<br />

relações afetivas de boa qualidade pode produzir instabilidade e sofrimento. Cria-se, então, um ciclo<br />

no qual o portador t<strong>em</strong>e a instabilidade e a incerteza.<br />

A prevalência desse transtorno ao longo da vida é de 3,6% <strong>em</strong> homens e 6,6% <strong>em</strong> mulheres. T<strong>em</strong><br />

início no final da adolescência, começo da vida adulta. É um transtorno insidioso, crônico e flutuante,

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