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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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autista, assim como do treino de habilidades específicas. Apontaram, ainda, para a melhoria da<br />

autonomia do participante, o que favoreceu a ele, e aos pais, consequências mais reforçadoras.<br />

Em outro estudo, com um dependente de nicotina há mais de três décadas e que tinha 45 anos<br />

à época, Mundim e Bueno (2006) relataram a relevância do ambiente social desse participante na<br />

construção de repertórios deficitários. Complexas contingências favoreceram-lhe, por reforçamento<br />

positivo e negativo, punição positiva e negativa, dentre outros agentes controladores de suas respostas,<br />

a instalação e sua compulsão à nicotina, autorregras negativistas, como “Sei que vou morrer <strong>em</strong> curto<br />

prazo. (...) e meus amigos estão se afastando de mim.” (p. 186).<br />

Ao definir regras, Skinner (1953/2000) apontou-as como um estímulo discriminativo verbal que<br />

descreve as relações de um determinado comportamento com os eventos que o mantém, indicando<br />

assim uma relação de reforço. Ainda segundo o autor, um comportamento é controlado por regras<br />

quando está sob o controle de antecedentes verbais que descrev<strong>em</strong> a contingência. O comportamento<br />

de seguir regras dá-se por duas razões: ao seguir regras similares, no passado, o indivíduo (1)<br />

evitou a punição e (2) foi amplamente reforçado. O seguir regras produz, portanto, consequências<br />

reforçadoras específicas ao indivíduo, mas pode apresentar consequências negativas quando estas se<br />

apresentam de forma persistente e inapropriada <strong>em</strong> relação ao contexto do indivíduo (Albuquerque<br />

& Silva, 2006; Skinner, 1974/2006).<br />

Algumas vezes os humanos não somente segu<strong>em</strong> as regras que são apresentadas por outros, como<br />

também formulam e segu<strong>em</strong> suas próprias regras. As autorregras são definidas como descrição de<br />

relações entre os eventos e os próprios comportamentos, ou seja, a pessoa passa a se comportar de<br />

acordo com elas. Dessa forma, as autorregras produz<strong>em</strong> mudanças no ambiente que vão ocasionar<br />

modificações no comportamento do indivíduo que as formula (Albuquerque & Silva, 2006).<br />

Por essa perspectiva, Staats (1996), ao propor o valor heurístico apresentado pelo behaviorismo<br />

psicológico sobre o autoconceito, salienta a teoria da aprendizag<strong>em</strong> social de Bandura (1977a) para<br />

descrever que o autoconceito negativo é a autodesvalorização que a pessoa faz de si mesma. Já o<br />

autoconceito positivo refere-se à tendência que o indivíduo t<strong>em</strong> de avaliar-se de maneira favorável.<br />

Destaca ainda Staats (1996) que o autoconceito é composto por rótulos verbais que a pessoa<br />

aprende sobre si <strong>em</strong> seu processo de interação social e que vai afetar a ambos: a ela própria e ao seu<br />

ambiente. Analisando os pressupostos de Staats (1996), Britto e Elias (2009, p. 7) advert<strong>em</strong> que “(...)<br />

as palavras e as <strong>em</strong>oções adquir<strong>em</strong> importância na determinação do comportamento. As funções<br />

eliciadoras, reforçadoras e controladoras das palavras possibilitam a visão integrativa entre os dois<br />

condicionamentos (...).”. Pontuam ainda as autoras que “(...) os humanos que possu<strong>em</strong> um grande<br />

repertório de palavras <strong>em</strong>ocionais positivas e negativas pod<strong>em</strong> experimentar vicariamente respostas<br />

<strong>em</strong>ocionais extr<strong>em</strong>amente variadas por meio da linguag<strong>em</strong>.” (p.7).<br />

Objetivo<br />

O presente estudo teve por objetivo investigar contingências estressoras, déficits comportamentais<br />

e autoafirmações negativas <strong>em</strong> uma participante de 49 anos à época, com diagnóstico médico e<br />

tratamento farmacoterápico para depressão. Objetivou ainda manipular variáveis causadoras e<br />

mantenedoras de seu padrão comportamental deficitário para produzir mudanças <strong>em</strong> seu repertório<br />

e favorecer-lhe consequências reforçadoras.<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Ledo . Bueno<br />

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