13.04.2013 Views

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Stelko-Pereira . Williams<br />

524<br />

as quais dev<strong>em</strong> se basear <strong>em</strong> um senso de justiça, de cumprimento de regras, de confiança e de<br />

estabilidade do grupo de funcionários (poucas ausências e poucas d<strong>em</strong>issões e afastamentos).<br />

Adicionalmente, Blaya et al. (2008) divid<strong>em</strong> as intervenções preventivas de violência escolar<br />

de cinco maneiras: pró-ativas, comportamentais, cognitivas-comportamentais, cognitivasdesenvolvimentais<br />

e <strong>em</strong> situações de crise. A categoria de intervenção “pró-ativas” diz respeito a<br />

atitudes dos educadores que promov<strong>em</strong> o b<strong>em</strong> estar das pessoas que conviv<strong>em</strong> na escola, de modo<br />

que as interações interpessoais sejam positivas. Tais atitudes diz<strong>em</strong> respeito a exercer a autoridade<br />

s<strong>em</strong> ser autoritário ou permissivo. Conforme os autores (Blaya et al., 2008), o adulto “não deixa de<br />

ter um papel de liderança, pelo contrário, ele autoriza e incentiva a organização do próprio grupo<br />

de estudantes e a auto-disciplina dos alunos, particularmente por meio da organização de regras<br />

de vida e do compartilhamento de responsabilidades. (p. 31)”. As regras a ser<strong>em</strong> incorporadas no<br />

dia a dia escolar, segundo os autores, os quais citam Trudeau, Desrochers e Tousignant (1997),<br />

dev<strong>em</strong> ser poucas, pragmáticas, conhecidas por todos, rel<strong>em</strong>bradas continuamente, compartilhadas<br />

por ter<strong>em</strong> sido discutidas, promover a equidade entre as pessoas, incentivar a autonomia e o senso<br />

de responsabilidade. O educador deve evitar situações <strong>em</strong> que há uma competição entre aluno e<br />

professor, de modo <strong>em</strong> que disput<strong>em</strong> qu<strong>em</strong> t<strong>em</strong> mais poder.<br />

Outra categoria de intervenção é o comportamental o qual diz respeito a realizar análises funcionais<br />

dos comportamentos, buscando prevê-los e controlá-los, aumentando a freqüência das respostas<br />

desejáveis e diminuindo as respostas indesejáveis. Tal controle ocorre por meio da programação<br />

de condições antecedentes e conseqüentes, principalmente estas últimas por meio de reforçamento<br />

positivo e não utilização de punição, sendo representante dessa perspectiva Skinner (1953/2003). Os<br />

autores Blaya et al. (2008) descrev<strong>em</strong> tal modo de intervenção muito sucintamente (<strong>em</strong> 18 linhas),<br />

ainda que nas meta-análises de Wilson, Gottfredson e Najaka (2001), Wilson, Lipsey e Derzon<br />

(2003) e Wilson e Lipsey (2007) tenha sido apontado que estratégias que se baseiam nos princípios<br />

da análise do comportamento se mostraram eficientes.<br />

Quanto às estratégias cognitivo-comportamentais, segundo Blaya et al. (2008) essas se refer<strong>em</strong><br />

à compreensão de que “A reação individual é gerada por meio de uma interpretação pessoal da<br />

situação e é na interpretação que o trabalho deve ser realizado para alterar o comportamento”<br />

(p.34), são baseadas principalmente na teoria de aprendizag<strong>em</strong> social de Bandura (1986). Segundo<br />

essa perspectiva o agressor t<strong>em</strong> dificuldade de sentir <strong>em</strong>patia com a vítima; acredita que ela tentou<br />

prejudicá-lo; que merece se vingar; e que ao ser violento conseguirá reconhecimento dos outros<br />

alunos. Tal estratégia, então, buscaria reestruturar tais pensamentos distorcidos. Utilizam-se de<br />

técnicas de auto-controle, reestruturação cognitiva e resolução de probl<strong>em</strong>as segundo essa perspectiva.<br />

Em relação às estratégias cognitivo-desenvolvimentais, de acordo com Blaya et al. (2008), essas<br />

foram menos utilizadas, porém parec<strong>em</strong> ser promissoras. Tais estratégias envolv<strong>em</strong> o ensino de<br />

valores morais, baseadas no construtivismo piagetiano (Piaget, 1932) e nos estudos posteriores de<br />

Kohlberg (1984). O objetivo é que o estudante compreenda que deve cumprir regras não para evitar<br />

punições, mas para cumprir com uma utilidade social e que desenvolva a capacidade de não apenas<br />

querer que seus desejos e necessidades sejam atendidos, a despeito dos direitos dos outros. Para<br />

que o estudante passe a níveis mais elevados de moralidade, deve haver situações de discussões e<br />

debates grupais e, usualmente, t<strong>em</strong>-se utilizado de proposição de dil<strong>em</strong>as éticos a ser<strong>em</strong> debatidos<br />

<strong>em</strong> conjunto pelos alunos.<br />

Blaya et al. (2008) propõ<strong>em</strong> que uma situação de crise ocorre quando um aluno se desorganiza<br />

<strong>em</strong>ocionalmente e pode ferir outras pessoas da escola. Beaumont e Sanfaçon (2005), citados pelos<br />

autores Blaya et al. (2008), apontaram que os educadores que buscam interferir <strong>em</strong> uma situação de<br />

crise dev<strong>em</strong> ter as seguintes habilidades:

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!