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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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4. Eu apanhei quando criança e sou uma pessoa b<strong>em</strong>-sucedida e feliz. As palmadas que levei<br />

foram importantes para isso.<br />

Assim como muitas pessoas sab<strong>em</strong> que o cigarro faz mal, mas continuam apresentando o<br />

comportamento de fumar, também sab<strong>em</strong> que violência é inaceitável e permanec<strong>em</strong> praticando-a.<br />

Há pessoas que fumam, mas viv<strong>em</strong> até os 100 anos. No entanto, isso não refuta os dados de que<br />

fumar leva à morte precoc<strong>em</strong>ente. As exceções são interessantes, mas não alteram os dados baseados<br />

<strong>em</strong> pesquisas científicas. Os pais e responsáveis s<strong>em</strong>pre buscam fazer o melhor pela educação<br />

dos seus filhos, mesmo quando utilizam as palmadas como recurso. No entanto, o faz<strong>em</strong> porque<br />

acreditam ser correto e porque não sab<strong>em</strong> das conseqüências nocivas e como poderiam fazer de<br />

maneira diferente e que seria adequada. Portanto, provocar dor ou medo não são melhores opções<br />

comparadas ao diálogo, à negociação e à restrição de privilégios, que são instrumentos educativos e<br />

de estabelecimento de limites.<br />

5. Às vezes preciso bater no meu filho para protegê-lo de cair de uma escada, de atravessar uma<br />

rua movimentada, ou quando está brigando com seu irmão mais velho. O que fazer, então,<br />

nessas situações?<br />

O castigo corporal é distinto da restrição física protetora e da autodefesa. A restrição protetora é<br />

usada não para punir, e sim para proteger a criança ou outra pessoa de lesões físicas. Nessa situação, a<br />

criança é capaz de entender que a restrição foi utilizada como meio de evitar que algo pior acontecesse<br />

com ela.<br />

6. Campanhas educativas e diálogo são suficientes para mudar a cultura. Uma lei não é<br />

necessária.<br />

Há casos específicos, como esse, que somente campanhas e diálogo não são suficientes. São<br />

importantes e dev<strong>em</strong> ser constantes na mídia e <strong>em</strong> locais de fácil acesso público. No entanto, mesmo<br />

o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelecendo claramente que nenhuma criança deve<br />

ser tratada com violência, a prática continua frequente. Nesse sentido, é preciso que haja uma lei<br />

específica para que o Sist<strong>em</strong>a de Garantia de Direitos das Crianças e Adolescentes possa atuar nas<br />

irregularidades.<br />

7. Um projeto de lei desse tipo não t<strong>em</strong> sentido, pois é de difícil fiscalização.<br />

Assim como <strong>em</strong> outros países a implantação foi possível, no Brasil também pode ser. O processo<br />

pode ser lento, mas com o apoio da lei, caso seja aprovada, b<strong>em</strong> como de campanhas de sensibilização<br />

e capacitação continuada dos profissionais do sist<strong>em</strong>a jurídico, de saúde, educação e segurança<br />

pública, a mudança cultural poderá ser observada e a fiscalização fará parte do cotidiano de todos.<br />

8. Com o probl<strong>em</strong>a da superlotação das cadeias, o que será feito se essa lei for colocar todos os<br />

pais e responsáveis na cadeia por bater<strong>em</strong> <strong>em</strong> seus filhos?<br />

A lei não t<strong>em</strong> como objetivo condenar ou perseguir os pais e responsáveis. A lei visa melhorar a<br />

qualidade das estruturas de apoio e atenção aos pais para que possam educar seus filhos de forma<br />

não violenta, b<strong>em</strong> como estimular políticas públicas como programas de treinamento para pais de<br />

orientação sobre práticas educativas positivas.<br />

Consequências do uso de castigo corporal<br />

O castigo corporal não é uma prática efetiva, pois não ensina o que a criança deveria fazer e n<strong>em</strong><br />

o porquê de seu comportamento estar errado. Ensina a criança a se comportar pelo medo de ser<br />

Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Santini . Williams<br />

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