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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Rolim<br />

566<br />

Figura 1<br />

A interação entre o novo pai David com<br />

o seu filho “marciano”. O menino está de<br />

cabeça para baixo e explica que isso o ajuda a<br />

contrabalancear a força gravitacional de Marte,<br />

a qual quer levá-lo <strong>em</strong>bora. Nesta situação, o pai<br />

tenta ignorar seu comportamento.<br />

Figura 2<br />

Capa do DVD do Filme<br />

“Ensinando a Viver”,<br />

lançado <strong>em</strong> 2007, pela<br />

PlayArte.<br />

Tabela 1<br />

Análise Molecular de contingências de manutenção de comportamento verbal <strong>em</strong><br />

possível esqu<strong>em</strong>a de SR+ Antecedente Resposta Consequente<br />

David e Dennis andam<br />

pela rua juntos,<br />

tomando picolé.<br />

O menino explica por que usa um<br />

cinturão feito de pilhas grandes:<br />

“A gravidade de Marte está s<strong>em</strong>pre<br />

me puxando de volta".<br />

David questiona se ele<br />

sairá flutuando, se não<br />

tiver o cinto (S R+ ).<br />

Para Del Prette (2006), o comportamento verbal de fantasiar pode ser compreendido como um<br />

conjunto de ações ou verbalizações que extrapolam os limites físicos e pode envolver elaboração de<br />

histórias, faz-de-conta, representação de papéis, incorporação de personagens, simulação etc. Este<br />

termo parece adequar-se mais ao comportamento <strong>em</strong>itido pelo menino do filme, que se autodescreve<br />

como um extraterrestre, como quando ele conta ao pai que levou “muito, muito, muito t<strong>em</strong>po para<br />

chegar até aqui”, ou quando, diante da pergunta o pai, “Em que você pensa quando vê Marte?”, o<br />

menino responde: “Que minha missão está quase cumprida. Eu vou voltar logo e tudo vai voltar ao<br />

normal”.<br />

O comportamento verbal de tatear, o qual ‘descreve o ambiente’, tende a ser menos interessante do<br />

ponto de vista dinâmico (Skinner, 1957), o que pode favorecer o uso de estratégias de distorções ou<br />

extensões para aumentar a atenção da audiência. Essa distorção ocorre num processo de modelag<strong>em</strong>,<br />

no qual o falante usa de artifícios (fantasia, exageros e mentiras) para receber o reforço “desejado” e<br />

mediado por outros (atenção social).<br />

A partir de seus tatos distorcidos (fantasias), o garoto contava situações nas quais se destacava, por ser<br />

algo fora do convencional, como dizer que era um alienígena, podia sentir o gosto das cores ou realizar<br />

desejos marcianos. É possível a hipótese de que o menino recebera mais atenção quando contava<br />

fantasias ou mentiras e, dessa forma, seus relatos imprecisos eram mantidos (Pergher & Sadi, 2002).<br />

Os tatos distorcidos do menino mantidos, aparent<strong>em</strong>ente, por reforçamento social, acabam refinados<br />

numa maior elaboração e corroborados por comportamentos gestuais, como apontados a seguir:

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