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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Alves . Oliveira<br />

36<br />

genéticas, incluídas aí as expectativas existentes <strong>em</strong> relação às suas potencialidades e capacidades, e<br />

os aspectos afetivo-<strong>em</strong>ocionais da aprendizag<strong>em</strong>.<br />

Segundo Oliveira (1999), a deficiência intelectual envolve dois componentes fundamentais: um<br />

deles é interligado a fatores de desenvolvimento (idade biológica), e o outro, aos fatores sócios<br />

culturais. Estes aspectos são significativamente importantes e, na perspectiva transacional, estão<br />

ligados um ou outro e influenciam-se reciprocamente.<br />

Do ponto de vista de Glat et al. (2005), ainda existe uma falta de conhecimento sobre alternativas<br />

apropriadas de atendimento, assim como dos recursos possíveis ou já disponíveis na comunidade<br />

local para ajudar no desenvolvimento social e psicológico dos indivíduos com deficiência intelectual.<br />

A evolução de conhecimentos e pesquisas sobre antropologia, psicologia, sociologia, pedagogia,<br />

entre outras, aos poucos passaram a ter um novo olhar: a deficiência deixa de ser considerada como<br />

enfermidade e passa a ser tratada como condição, ou seja, uma característica que alguns indivíduos<br />

possu<strong>em</strong> e para a qual são indispensáveis intervenções médicas, psicológicas, educacionais e sociais<br />

de caráter específico, que venham a beneficiar seu desenvolvimento e a ajudá-los a alcançar um<br />

ajustamento satisfatório junto à sociedade (Amiralian, 1986).<br />

Para Glat (1989), as pessoas com deficiência intelectual continuam caladas e isoladas, passivamente<br />

recebendo somente o que lhes é oferecido pela família e por profissionais. Os m<strong>em</strong>bros familiares<br />

têm sido o vínculo <strong>em</strong> sua relação de interação com o ambiente, cristalizando um círculo vicioso: não<br />

se dá espaço para o deficiente incluir-se na sociedade.<br />

A inclusão social da pessoa com Síndrome de Down<br />

Segundo Werneck (1997), a inclusão social é de fundamental importância <strong>em</strong> uma época <strong>em</strong><br />

que o respeito às diferenças e o direito à participação social de cada pessoa, a despeito de seus<br />

aspectos étnico, religioso, de gênero, socioeconômico, físico e psicológico, são hoje um assunto ético,<br />

causando uma reivindicação por uma sociedade mais justa e visando s<strong>em</strong>pre a igualdade. Neste<br />

contexto, a t<strong>em</strong>ática da inclusão social traz como intenção a ideia de uma sociedade que considera e<br />

acolhe as diferenças de cada individuo, nas diversas redes de relacionamento e nos diferentes tipos<br />

de atividade, preparando-se para acolher às necessidades de cada cidadão, das maiorias às minorias,<br />

dos privilegiados aos marginalizados.<br />

Foi a partir de 1994 que o movimento da educação inclusiva passa a existir no cenário mundial,<br />

<strong>em</strong> função da Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais, período <strong>em</strong> que se<br />

debateu que a educação é uma questão de direitos humanos. A partir dessa conferência criou-se a<br />

Declaração de Salamanca, um documento de referência para a discussão de diretrizes básicas para a<br />

formulação e reforma dos sist<strong>em</strong>as educacionais, e políticas que estejam de acordo com o movimento<br />

de inclusão social (UNESCO, 1994).<br />

Como caracteriza Bieller (2006), o modelo de desenvolvimento inclusivo se expressa na definição<br />

do modelo social utilizado na atualidade: a deficiência é o resultado da interação de deficiências<br />

físicas e comportamentais com o meio físico e cultural e com as instituições sociais. Quando uma<br />

pessoa t<strong>em</strong> uma condição que limita alguns aspectos do seu bom funcionamento, essa condição se<br />

torna “deficiência” somente se a pessoa tiver que enfrentar barreiras de acesso ao ambiente físico e<br />

social que t<strong>em</strong> à sua volta. A deficiência é, portanto, uma variável presente na organização social.<br />

Para entender melhor a dimensão de inclusão, Rodrigues (2006) propõe compreendermos duas<br />

dimensões da inclusão: a primeira ele chama de inclusão essencial, que é aquela cuja dimensão<br />

garante a todas as pessoas de uma dada sociedade o acesso e a participação s<strong>em</strong> preconceito <strong>em</strong> todos<br />

os seus níveis e serviços; a segunda, que ele chama de eletiva, é quando as pessoas com deficiência<br />

acabam sendo incluídas no grupo de deficientes.

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