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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Hey . Delage . Nascimento . Antoniuk . Fontanelli<br />

296<br />

Ainda de acordo com a autora, modelar o comportamento da criança significa reforçar respostas<br />

intermediárias para promover uma nova resposta, ou seja, a <strong>em</strong>issão do comportamento desejado.<br />

O terapeuta modela o comportamento da criança por aproximações sucessivas, ou seja, através do<br />

reforçamento diferencial. Segundo Moura e Venturelli (2004) o psicólogo deve definir uma direção<br />

no trabalho de intervenção clínica com crianças, sist<strong>em</strong>atizando as ações terapêuticas, o que torna<br />

o trabalho mais organizado e auxilia para que os resultados sejam melhor avaliados no decorrer<br />

da intervenção.<br />

As crianças que manifestam algum tipo de comportamento inadequado, sejam eles oriundos de<br />

desordens psiquiátricas ou ambientais, têm, por uma razão ou outra, prejuízo e sofrimento. A criança<br />

só receberá ajuda no momento <strong>em</strong> que a escola perceber a dificuldade ou o prejuízo do aluno, ou<br />

quando os pais não agüentar<strong>em</strong> mais. Só então será feito o encaminhamento para um profissional<br />

capaz de ajudá-la na resolução do probl<strong>em</strong>a.<br />

A terapia com a criança envolve os pais e todo o ambiente do qual ela faz parte. Quanto<br />

mais informações sobre a cadeia comportamental envolvida na queixa, melhor será a análise<br />

comportamental feita pelo terapeuta e, conseqüent<strong>em</strong>ente, mais adequada será a sua orientação aos<br />

pais ou responsáveis.<br />

Os pais geralmente procuram a terapia infantil quando o comportamento inadequado da criança<br />

se torna insustentável e foge do controle, ou por indicação de outros profissionais, como médicos,<br />

professores e outros (Conte & Regra, 2000).<br />

Para Skinner (1986) a criança v<strong>em</strong> ao mundo com características genéticas próprias da espécie<br />

humana e adquire comportamentos sob as contingências de reforço. Diante disso, a influência do<br />

meio é um fator determinante na aquisição e manutenção de comportamentos. E tal influência se dá<br />

tanto no seu micro mundo ontogenético (família, escola, local onde vive) como pelas regras culturais<br />

onde este mundo se insere. Portanto, ao terapeuta cabe conhecer os valores onde os pais e mundo<br />

escolar da criança estão inseridos.<br />

Sousa e Batista (2001) afirmam que para envolver os pais no tratamento, é importante a<br />

compreensão de que o probl<strong>em</strong>a perpassa pelo contexto familiar, e desta forma, deve-se procurar<br />

estabelecer vínculo terapêutico e incluir o reconhecimento de fatores que possam resultar <strong>em</strong><br />

oposição à impl<strong>em</strong>entação de mudanças.<br />

Patterson (1982) desenvolveu um estudo e concluiu que probl<strong>em</strong>as comportamentais estão ligados<br />

ao papel dos pais, tanto no surgimento quanto na manutenção destes. Assim, os princípios básicos<br />

comportamentais são repassados aos pais para que eles possam tornar-se agentes na mudança<br />

comportamental de seus filhos.<br />

Geralmente através de instruções escritas ou orais, os pais dev<strong>em</strong> observar e definir comportamentos<br />

da criança, e assim eleger claramente o que consideram adequados e inadequados, para que possam<br />

intervir no momento <strong>em</strong> que o comportamento ocorrer. Em caso de comportamentos adequados, os<br />

pais dev<strong>em</strong> usar o reforço positivo (elogio, atenção, carinhos), e com os comportamentos inadequados<br />

usar extinção (Bolsoni-Silva & Maturano, 2006).<br />

Segundo Machado, Heller, Padilha e Mestre (2004), na extinção a conexão entre uma resposta e seu<br />

reforçador é abruptamente desfeita, ou seja, o reforço para uma determinada resposta condicionada é<br />

suspenso. A extinção e o reforçamento levam ao estabelecimento de regras objetivas e conseqüências<br />

para o não cumprimento das mesmas. Dessa maneira, os pais estarão modelando o comportamento<br />

da criança.<br />

Para Baum (2005) as conseqüências de comportamentos <strong>em</strong>itidos, sejam elas reforçadoras (tend<strong>em</strong><br />

a fortalecer o comportamento que as produz), ou punitivas (tend<strong>em</strong> a suprimir o comportamento<br />

que as produz), pod<strong>em</strong> modelar o comportamento. É importante ressaltar que os comportamentos<br />

<strong>em</strong>itidos pelos pais e pelo psicoterapeuta influenciam no comportamento da criança. Segundo Catania<br />

(1999) a modelação, ou aprendizag<strong>em</strong> por observação, é baseada na observação do outro organismo.

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