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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Macedo . Escobal . Goyos<br />

374<br />

indivíduos, porém com maior intensidade os indivíduos obesos. Respiração irregular, episódios de<br />

apneia mais intensa e hipóxia grave resultam <strong>em</strong> arritmia cardíaca. Após um episódio de apneia,<br />

ocorr<strong>em</strong> acordadas frequentes. Após se levantar, durante o dia, ocorr<strong>em</strong> períodos de sonolências,<br />

acompanhados por hipóxia persistente, hipercapnia, hipertensão pulmonar (sobreposta a um<br />

aumento do volume circulatório) e insuficiência cardíaca. Estas alterações constitu<strong>em</strong> a manifestação<br />

clínica da obesidade. T<strong>em</strong>-se relatado risco aumentado de infarto do miocárdio e acidente vascular<br />

cerebral <strong>em</strong> apneia do sono (Palomaki, Partinen, Erkinjuntti, & Kaste, 1992).<br />

Várias doenças crônicas não transmissíveis decorr<strong>em</strong> do aumento do tecido adiposo. Entre as<br />

inúmeras alterações fisiológicas pod<strong>em</strong>os destacar: alteração do perfil lipídico e glicídico (Dietz, 1998)<br />

probl<strong>em</strong>as cardíacos, doenças cérebro-vasculares (Grotto, Huerta, Kark, Shpilberg, & Meyerovitch,<br />

2003), diabetes (Carnethon, Cidding, Nehgme, Sidney, Jacobs, & Liu, 2003), câncer (Evenson,<br />

Stevens, Cai, Thomas, & Thomas, 2003), má qualidade de vida, depressão, morte pr<strong>em</strong>atura e outros<br />

(Goldstein, 1991; Kuhlmann, Falconi, & Wolf, 2000).<br />

Prejuízos Sociais<br />

Além dos malefícios à saúde, a obesidade está vinculada a prejuízos sociais e econômicos<br />

associados à morbidade e à mortalidade precoce. A imag<strong>em</strong> negativa despertada por obesos, que<br />

são responsabilizados pelo seu probl<strong>em</strong>a, provoca sofrimento e sérias dificuldades no âmbito social<br />

e ocupacional, incapacitação física, absenteísmo, aumento de licenças médicas, perda e/ou recusa<br />

de <strong>em</strong>prego, queda de renda, depressão, ansiedade, baixa autoestima, isolamento social. Enfim, a<br />

obesidade provoca grandes prejuízos à qualidade de vida dos indivíduos, podendo alterar sua<br />

longevidade (Gayoso, Fonseca, Spina, & Eksterman, 1999; Heller & Kerbauy, 2000).<br />

O sobrepeso e a obesidade, aliados a seus probl<strong>em</strong>as de saúde têm um impacto econômico<br />

significativo no sist<strong>em</strong>a de saúde dos Estados Unidos (United States Department of Health and<br />

Human Services, 2001).<br />

Os custos médicos associados com presença de sobrepeso e obesidade pod<strong>em</strong> envolver tanto custos<br />

diretos como também indiretos (Wolf, 1998; Wolf & Colditz, 1998). Os custos médicos diretos pod<strong>em</strong><br />

incluir serviços de prevenção, diagnóstico e tratamentos relacionados à obesidade, e os indiretos<br />

estariam relacionados à morbidade e mortalidade. Os custos da morbidade são definidos como o<br />

valor dos rendimentos perdidos com a diminuição da produtividade, atividade restrita, absenteísmo<br />

e dias de afastamento; e os da mortalidade são os valores dos rendimentos futuros perdidos por<br />

morte pr<strong>em</strong>atura (Center for Disease Control and Prevention, 2011).<br />

Analisando os dados de 2000 e 1991 (494.921 e 280.184, respectivamente) as estimativas suger<strong>em</strong><br />

que os indivíduos com sobrepeso estão associados, <strong>em</strong> média, a 385.000 mortes anuais (Mokdad,<br />

Marks, Stroup, & Gerberding, 2004). Segundo Finkelstein, Trogdon, Cohen, e Dietz (2009), os<br />

cuidados com a saúde custaram no ano de 1998 <strong>em</strong> média 78,5 bilhões de dólares para os Estados<br />

Unidos, atingindo no ano de 2008 a média de 147 bilhões de dólares gastos com despesas médicas e<br />

medicamentos utilizados no tratamento da obesidade.<br />

No Brasil, pelo fato de as doenças crônicas não transmissíveis, associadas à obesidade, ter<strong>em</strong><br />

longa duração, ser<strong>em</strong> as que mais d<strong>em</strong>andam ações, procedimentos e serviços de saúde, há<br />

sobrecarga do Sist<strong>em</strong>a Único de Saúde (SUS). Estima-se que os gastos do Ministério da Saúde com<br />

atendimentos ambulatoriais e internações <strong>em</strong> função das doenças crônicas não transmissíveis sejam<br />

de aproximadamente R$ 7,5 bilhões por ano (Malta, et al., 2006).<br />

Um fato considerável é que não apenas as pessoas obesas são afetadas por esta epid<strong>em</strong>ia, mas<br />

a economia <strong>em</strong> geral sofre os danos econômicos (Kottke, Wu, & Hoffman, 2003). Estudos<br />

econômicos sobre os custos da obesidade <strong>em</strong> países desenvolvidos suger<strong>em</strong> que a prevenção do<br />

ganho de peso pode ajudar a conter os custos de saúde que se encontra <strong>em</strong> rápida ascensão (Wolf &<br />

Colditz, 1994).

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