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COMPORTAMENTO em foco - ABPMC

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Comportamento <strong>em</strong> Foco 1 | 2011<br />

Macedo . Escobal . Goyos<br />

380<br />

comportamento de escolha por alimentos saudáveis e pelos não saudáveis, sendo necessários estudos<br />

para identificar quais variáveis controlam este comportamento de escolha.<br />

O fabricante de alimentos e o analista comportamental, s<strong>em</strong> investigação sist<strong>em</strong>ática, não<br />

identificam quais características do alimento controlam o comportamento dos indivíduos. Há<br />

necessidade de que sejam propostos e impl<strong>em</strong>entados projetos e programas com metas b<strong>em</strong> definidas,<br />

que lev<strong>em</strong> a uma redução na velocidade do crescimento da prevalência de sobrepeso e obesidade por<br />

intermédio da conjugação de ações individuais e coletivas na efetivação de uma vida mais saudável<br />

para a população (Mendonça & Anjos, 2004). Os trabalhos de pesquisa associados a esta proposta<br />

part<strong>em</strong>, portanto, do entendimento das variáveis que controlam a escolha alimentar, para poder<strong>em</strong>,<br />

no futuro, introduzir procedimentos de autocontrole e ensino dessas habilidades.<br />

Obesidade, Análise do Comportamento e deficiência intelectual<br />

As refeições são consideradas um componente significante na qualidade de vida de um indivíduo<br />

(Perske, Clifton, McLean, & Stein, 1977), e a oportunidade de escolher ativamente o que se deseja<br />

beber ou comer pode afetar significativamente a qualidade destas refeições. Indivíduos com<br />

deficiências intelectuais graves têm, frequent<strong>em</strong>ente, pouco controle sobre os alimentos e bebidas<br />

que compõ<strong>em</strong> suas refeições, devido à falta de oportunidade de escolher (Wilson, Reid, Phillips,<br />

& Burgio, 1984). Geralmente, estes indivíduos têm suas decisões tuteladas por pais ou cuidadores,<br />

como por ex<strong>em</strong>plo, que roupas usar, que alimentos ingerir, que atividade realizar, entre outras. Este<br />

é um fato importante, visto que os indivíduos com deficiência intelectual constitu<strong>em</strong> um grupo<br />

específico de indivíduos no qual se observam prevalências de excesso de peso e obesidade superiores<br />

às verificadas <strong>em</strong> populações adultas saudáveis (Fernhall, 1997).<br />

Estes indivíduos exib<strong>em</strong> dietas densas <strong>em</strong> energia e realizam pouca atividade física (Rimmer,<br />

Braddock, & Marks, 1995). Os dados trazidos por Kelly, Rimmer e Ness (1986) estimaram taxas<br />

de obesidade nessas pessoas <strong>em</strong> 45,2% para homens e 50,3% para mulheres. A característica dos<br />

indivíduos com deficiência intelectual, cuja morfologia dificulta a ação motora e o deslocamento<br />

corporal, torna-os mais sedentários, além do baixo metabolismo basal (Branca, Nikogosian,<br />

& Lobstain, 2007; Eichstaedt & Lavay, 1992; Luke, Roizen, & Schoeller, 1994). Estudo na área de<br />

escolha realizado com indivíduos com deficiência intelectual permite que estes indivíduos aprendam<br />

tais comportamentos e possam, posteriormente, <strong>em</strong>ití-los <strong>em</strong> momentos de tomada de decisão<br />

tais como: quais atividades gostariam de realizar, quais roupas gostariam de vestir, que alimentos e<br />

bebidas desejariam ingerir, entre outros.<br />

Oportunidades de escolha pod<strong>em</strong> aumentar a probabilidade de acesso aos reforçadores e<br />

atividades ou tarefas preferidas (Lerman et al., 1997). Portanto, o comportamento de escolha pode<br />

ser um fonte potencial de reforçamento condicionado. Pesquisas são importantes para identificar<br />

e descrever procedimentos e resultados, com o intuito de ser<strong>em</strong> incorporados a programas de<br />

ensino que privilegi<strong>em</strong> a construção de um repertório de escolha. Em particular, essas informações<br />

poderiam ajudar a esclarecer as condições sob as quais a realização de escolha poderia melhorar ou<br />

não o des<strong>em</strong>penho dos indivíduos (Lerman et al., 1997). Procedimentos de avaliação de preferência<br />

fornec<strong>em</strong> oportunidade de escolhas para analisar preferência entre diversos itens, incluindo os<br />

comestíveis, dada a importância de promover oportunidades de escolhas (Bannerman, Sheldon,<br />

Sherman, & Harchik, 1990; Guess, Benson, & Siegel- Causey, 1985; Houghton, Bronicki, & Guess,<br />

1987; Shevin & Klein, 1984)<br />

Estudos sobre a natureza da escolha e preferência por alimentos, no caso <strong>em</strong> populações com<br />

sobrepeso e obesidade, são importantes para identificar e descrever os procedimentos adequados para<br />

compreender quais variáveis ambientais controlam estes comportamentos, podendo posteriormente<br />

controlar a ingestão de alimentos nestas populações com necessidade.

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