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PRINCÍPIOS SÍNTESE ORGÂNICA - CEFET-MG Campus Timóteo

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A. Isenmann <strong>CEFET</strong>-<strong>MG</strong> <strong>Timóteo</strong> Princípios da Síntese Orgânica<br />

X H<br />

α<br />

γ<br />

β<br />

Radical cátion<br />

formado no EM<br />

X H<br />

X<br />

H<br />

CH 2<br />

X<br />

H<br />

CH 2<br />

Radical-cátion mais leve<br />

(fragmento)<br />

+<br />

CH 2<br />

CH 2<br />

Abstração de<br />

partícula neutra<br />

(não é detectada no EM)<br />

Note-se que existe uma outra explicação, para a reatividade das cetonas em posição γ, que<br />

não inclui a formação de orbitais com elétrons desemparelhados (ver também questão No.<br />

11 na p. 259). Ao virar as ligações simples por seus eixos, é possível achar uma<br />

conformação "cíclica", quer dizer um arranjo com 6 membros (literatura indicada: nota de<br />

rodapé 69 na p. 140). Neste, podem ocorrer quebra e formação de novas ligações, de<br />

maneira sincronizada. Este deslocamento de ligações pode envolver elétrons π e σ, então<br />

não se trata de uma mesomeria, mas sim, de uma verdadeira reação química:<br />

O H<br />

ou<br />

O H<br />

O H<br />

CH2<br />

"Enol"<br />

O movimento dos elétrons conforme à primeira fórmula é mais plausível do que à segunda<br />

fórmula, devido ao efeito indutivo negativo que o grupo carbonila exerce sobre o carbono<br />

em posição α. Além do mais, a transferência de hidreto, H - , geralmente é uma etapa<br />

bastante endotérmica. Anotamos muita semelhança mecanística com a pirólise de ésteres<br />

(p. 143) e as descarboxilações térmicas (p. 446). Além disso, a quebra Norrish tipo II pode<br />

ser vista como reversa da reação "eno", descrita na p. 257.<br />

As cisões radicalares, Norrish tipo I e II, acharam uma aplicação importante em materiais<br />

modernos de consumo. Os plásticos poli-olefínicos, especialmente o polietileno de alta<br />

densidade (PE-HD), são materiais de construção excelentes, porém são de difícil<br />

degradação após o seu uso. Pensamos, por exemplo, em uma sacola do supermercado: após<br />

o uso ela permanece por dezenas de anos na deponia porque a sua estrutura molecular é<br />

muito resistente ao ataque de microorganismos. O que ajuda neste caso é a introdução na<br />

cadeia polimérica, já na etapa da polimerização, um monômero com grupo carbonila. Isto<br />

não interfere na massa molar do polímero - ela continua alta, o que é importante para as<br />

propriedades mecânicas do material. Porém, a presença de (poucos) grupos carbonilas na<br />

cadeia polimérica da poliolefina abre caminho para as cisões Norrish tipo I e II. Sob a<br />

incidência da luz solar o plástico rejeitado se degrada rapidamente. Os fragmentos que<br />

resultam das cisões, além de serem sujeitos à auto-oxidação, podem ser atacados por<br />

micróbios que antes era impedido pela alta massa molar, pela cristalinidade e pela falta de<br />

grupos funcionais. Assim, o nosso lixo se degrada dentre de poucos meses a anos.<br />

+<br />

CH 2<br />

CH2<br />

105

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