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PRINCÍPIOS SÍNTESE ORGÂNICA - CEFET-MG Campus Timóteo

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A. Isenmann <strong>CEFET</strong>-<strong>MG</strong> <strong>Timóteo</strong> Princípios da Síntese Orgânica<br />

3.2 Orbitais atômicos (AOs) e orbitais moleculares (MOs)<br />

Para a reatividade eletrocíclica é fundamental fazer suposições sobre o local dos elétrons ao<br />

longo da molécula. O processo matemático aplicado se conhece como “combinação linear<br />

de orbitais atômicos para orbitais moleculares” – abreviado por "LCAO-MO". Embora as<br />

dificuldades impostas pelo princípio de initidez de Heissenberg, o cálculo dos orbitais<br />

moleculares (MO) a partir dos AOs é especialmente valioso por duas razões:<br />

1) O quadrado da função Ψ (melhor: Ψ*⋅Ψ, por ser uma função complexa) permite indicar<br />

uma probabilidade de encontrar o elétron, ou seja, os locais de alta densidade eletrônica<br />

dentro da molécula. O que nos chamamos de "orbital" é o espaço onde a probabilidade de<br />

encontrar o elétron é de 90%. É comum denominar os orbitais atômicos (AOs) com letras<br />

romanas e os orbitais moleculares (MOs) com letras gregas. Suas formas geométricas são<br />

as conhecidas esferas para o AO do tipo s, os lobos para os AOs do tipo p e d e nos híbridos<br />

sp, sp² e sp³. Já a combinação linear dos AOs leva a MOs de geometrias mais complexas,<br />

como será visto adiante (ver também a regra de Bent, na p. 745). Uma exceção são os MOs<br />

do tipo σ que têm a geometria simples conhecida do AO tipo s, quer dizer, são esferas em<br />

volta de dois átomos vizinhos. Como não levam a novas evidências mecanísticas, as<br />

ligações σ serão representadas adiante como um simples risco entre os átomos.<br />

2) Para a teoria da simetria dos orbitais é de suma importância respeitar a fase da função de<br />

onda, Ψ. Isto quer dizer, a função de onda toma valores positivos ou negativos, dependendo<br />

do local exato do respectivo orbital (única exceção: o orbital 1s, onde Ψ aparece somente<br />

com valores positivos). Um orbital atômico do tipo p, por exemplo, tem um lobo positivo e,<br />

no outro lado do núcleo, a sua contraparte negativa. A probabilidade de encontrar o(s)<br />

elétron(s) neste orbital, porém, é idêntica em ambos os lobos.<br />

Dois orbitais somente podem interagir de forma construtiva, quer dizer, finalizar em uma<br />

nova ligação covalente, quando as partes que se sobrepõem têm fases iguais.<br />

Provou-se útil diferenciar os lobos dos orbitais por cores diferentes ou então assinalar as<br />

fases diferentes com "+" e "-". Seja ciente que essa anotação represente apenas o resultado<br />

do formalismo matemático da mecânica quântica, mas tem nada a ver com cargas, nem com<br />

a ocupação do orbital por elétrons!<br />

Exemplos da anotação das fases da função de onda Ψ:<br />

+<br />

-<br />

ou ou<br />

AO tipo 2p<br />

+<br />

-<br />

AO tipo sp 3<br />

O interesse do químico geralmente se restringe aos AOs e MOs mais energéticos, isto é, os<br />

mais afastados do núcleo. Nestes orbitais encontram-se os elétrons de valência,<br />

responsáveis pelo comportamento químico. Os orbitais de energia inferior, por outro lado,<br />

hospedem os pares de elétrons interiores que têm o papel de blindar o núcleo frente os<br />

elétrons de valência. Podemos afirmar que esses elétrons compensam a carga positiva do<br />

núcleo, mas não contribuem diretamente à química.<br />

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