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PRINCÍPIOS SÍNTESE ORGÂNICA - CEFET-MG Campus Timóteo

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A. Isenmann <strong>CEFET</strong>-<strong>MG</strong> <strong>Timóteo</strong> Princípios da Síntese Orgânica<br />

O esqueleto rígido do grupo norbornila dificulta a transição da geometria tetraédrica<br />

(ângulo entre as ligações de aproximadamente 109°) para a geometria plana (120°). Isto<br />

torna a reação SN1 tão lenta que não é importante do ponto de vista preparativo. Igualmente<br />

desvantajoso é o ataque do nucleófilo pelo lado de trás do carbono funcional (reação SN2),<br />

por causa do impedimento estérico pelo esqueleto carbônico rígido. Uma alternativa mais<br />

viável - às vezes a única solução para reações em posição de cabeça de ponte - é uma<br />

reação por via radicalar. A degradação de Hunsdiecker (ver p. 99) é um bom exemplo.<br />

Inversão de Walden no mecanismo SN2<br />

A reação de substituição nucleofílica bimolecular, SN2, inverte a configuração absoluta no<br />

centro assimétrico do substrato. Pode ser comparada com a inversão de um guarda-chuva<br />

no vento forte, onde o cabo é o grupo abandonador e os raios do guarda-chuva os demais<br />

substituintes do carbono. As reações descritas a seguir foram monitoradas no polarímetro e<br />

a rotação específica indicou uma completa inversão.<br />

O isômero S de octano-2-ol (carbono quiral marcado com *) mostra uma rotação específica<br />

de +9,84 o . Ao reagi-lo com cloreto de tosila (TsCl, ver também p. 32) o grupo hidroxila<br />

transforma-se em um bom grupo abandonador e pode ser facilmente substituído, até pelo<br />

nucleófilo fraco, acetato. Na terceira etapa o éster é hidrolisado por reação com hidróxido<br />

de sódio, formando o isômero óptico com configuração invertida, (R)-octano-2-ol (α D = -<br />

9,84 o ). A expressão “inversão de Walden” é utilizada para descrever este tipo de reação.<br />

C6H13<br />

C6H13<br />

C6H13 - HCl<br />

NaOAc / AcOH<br />

C H<br />

C H<br />

C H NaOH<br />

-<br />

H3C OH SO2 Cl H3C O - ArSO O CH<br />

3 3<br />

Ph CH3 SO<br />

O C<br />

2PhCH3 SN2 CH OH<br />

3<br />

= "TsCl"<br />

-<br />

1 2 3<br />

C6H13 C H<br />

HO CH3 S<br />

R<br />

A inversão da configuração no carbono assimétrico do substrato mostrou que o nucleófilo<br />

acetato entrou de maneira definida, pelo lado de trás do carbono assimétrico, enquanto o<br />

grupo tosilato foi abandonado pela frente (etapa 2). Nas etapas (1) e (3), no entanto, não<br />

houve reação diretamente no carbono quiral, mas na hidroxila e na carbonila do acetato,<br />

respectivamente. Portanto, as configurações não foram sujeitas a mudanças, nestas etapas.<br />

Racemização com SN1<br />

Se um substrato contiver apenas um carbono assimétrico, com arranjo definido, então<br />

podemos classificar como isômero óptico R ou seu antípoda S. Os antípodas viram a luz<br />

linearmente polarizada pelo mesmo grau, porém em direções opostas. Quando a<br />

configuração neste carbono é randômico, então tem-se uma mistura racêmica, isto é, uma<br />

mistura com 50% do isômero R e 50% do S, sendo esta mistura opticamente inativa. O<br />

processo que leva a uma perda da atividade óptica então é chamado de racemização. É isso<br />

que acontece numa substituição monomolecular, SN1.<br />

Na hidrólise do (S)-1-cloro-1-feniletano, (oticamente ativo) ocorre racemização (SN1) com<br />

a formação de um ligeiro excesso do isômero R, mostrando um leve grau de inversão de<br />

configuração.<br />

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