05.12.2012 Views

PRINCÍPIOS SÍNTESE ORGÂNICA - CEFET-MG Campus Timóteo

PRINCÍPIOS SÍNTESE ORGÂNICA - CEFET-MG Campus Timóteo

PRINCÍPIOS SÍNTESE ORGÂNICA - CEFET-MG Campus Timóteo

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

A. Isenmann <strong>CEFET</strong>-<strong>MG</strong> <strong>Timóteo</strong> Princípios da Síntese Orgânica<br />

A livre ocorrência das ramificações reacionais substanciadas pelas etapas 5 e 6, no outro<br />

extremo, se conhecem como "combustões descontroladas" ou "explosões isotérmicas" 37 .<br />

Motivos para o uso de antioxidantes<br />

Não só o controle da sua cinética devido às ramificações, mas a completa extinção da autooxidação<br />

provocam os antioxidantes, também chamados de inibidores. A partir do esquema<br />

reacional acima podemos identificar os antioxidantes sendo moléculas que:<br />

1. inibem a oxidação, isto é, são redutores;<br />

2. reagem facilmente com radicais.<br />

Os dois critérios juntos deixam esperar atividade antioxidante daquelas moléculas com<br />

grupo funcional que está sendo oxidado com muita facilidade, através de SET (definição<br />

ver p. 50).<br />

Estes inibidores têm o papel de conservantes porque retardam o envelhecimento do<br />

substrato sujeito à auto-oxidação. Os antioxidantes são amplamente usados em alimentos<br />

industrializados, em produtos cosméticos e farmacêuticos, em protetores solares para<br />

conservar a nossa pele, em pneus de carro, em éteres e aldeídos nas prateleiras do<br />

laboratório - enfim, em todos os lugares onde a auto-oxidação é indesejada ou até perigosa.<br />

Em geral, os nossos materiais de construção têm que ser protegidos da degradação fotooxidativa<br />

que, como foi ilustrado acima, pode ocorrer via radiacais livres. Como sabemos<br />

destas reações, elas percorrem rapidamente os ciclos da propagação (ver p. 58) que pode<br />

levar à destrução macroscópica do material. Os fenômenos mais visíveis são:<br />

� Secagem de materiais plastificados, devido à reação e imobilização dos agentes<br />

plastificantes. A peça fica mais dura e mais quebradiça.<br />

� Endurecimento de material borrachoso, devido ao aumento do grau de ramificação (=<br />

criação de novas pontes intermoleculares). Igualmente o material torna-se duro e<br />

quebradiço.<br />

� Engrossamento de óleos (combustíveis ou comestíveis), às vezes sob deposição de uma<br />

resina pegajosa.<br />

� Alteração da coloração, por que são os corantes que são especialmente ricos em grupos<br />

funcionais, susceptíveis à foto-oxidação (cromóforos contendo os grupos carbonila,<br />

muitas vezes em conjugação com duplas ligações C=C, ver exemplo na p. 85).<br />

� aumento do caráter hidrofílico da superfície da peça, devido à criação de grupos<br />

hidroxilas (ver mecanismo na p. 75) que são bastante polares.<br />

Portanto, a maioria dos materiais estão sendo equipados com estabilizadores; em casos<br />

onde a incorporação não for possível, aplica-se uma camada superficial protetora, em forma<br />

de tinta (= colorida) ou verniz (sem cor própria, muitas vezes transparente). Mas também<br />

estas camadas orgânicas têm que ter esses aditivos anti-oxidantes, para torná-las mais<br />

resistentes à intempérie, a longo prazo.<br />

Como sabemos do dia-a-dia, o tempo de vida útil de praticamente toda tinta é limitada a<br />

alguns anos, no melhor caso algumas décadas. A sua degradação começa visivelmente com<br />

a perda do brilho, o descoramento dos pigmentos orgânicos e o amarelecimento da própria<br />

37 Uma aceleração de cada uma das etapas pode ser provocada pela exotermia de uma delas. Daí se fala de<br />

"explosão térmica".<br />

80

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!