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PRINCÍPIOS SÍNTESE ORGÂNICA - CEFET-MG Campus Timóteo

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A. Isenmann <strong>CEFET</strong>-<strong>MG</strong> <strong>Timóteo</strong> Princípios da Síntese Orgânica<br />

NH 2 - > RO - > OH - > H3C C<br />

O<br />

O<br />

O - > H 2O > H 3C C<br />

OH >> NO 3 -<br />

Porém, um nucleófilo fortemente básico nem sempre fornece bons rendimentos do produto<br />

da substituição, devido à reação paralela da eliminação (ver p. 11) para qual a basicidade de<br />

Nu - é decissiva. Um exemplo que sublinha esta limitação preparativa é o t-butóxido,<br />

(CH3)3C-O - , cuja basicidade é bastante alta (pKa (t-butanol) = 22), mas o seu caráter<br />

nucleofílico é baixo por causa do impedimento espacial no oxigênio deste alcóxido<br />

terciário. Uma SN2 é muito mais sensível ao impedimento espacial do que uma simples<br />

reação da base com um íon H +<br />

(= muito pequeno), inclusive aquela reação ácido-base que<br />

inicia a reação concorrente, a eliminação. A correlação entre nucleofilia e basicidade deve,<br />

portanto, ser avaliada com cautela.<br />

b) Polarizabilidade (ácidos e bases duros e macios)<br />

A força do ácido, pKa, e da base, pKb, determinam em primeira linha a posição de um<br />

equilíbrio ácido-base, em segunda linha também a velocidade da reação. Em 1963, R. G.<br />

Pearson 14 ampliou os conceitos estabelecidos para ácidos e bases pelas expressões "duro e<br />

macio" que descreve qualitativamente a polarizabilidade das entidades químicas incluindo<br />

átomos, moléculas, íons e radicais livres. Sob polarizabilidade se entende a facilidade com<br />

que os elétrons de valência mudam de local, na respectiva espécie. Em espécies<br />

monoatômicos a polarização significa deformação da camada eletrônica, isto é, a formação<br />

(temporária) de um dipolo. Os métodos físicos para avaliar a polarizabilidade são a<br />

espectroscopia de Raman e o índice de refração (informe-se sobre a refração molar, descrita<br />

pela relação de Lorentz-Lorenz, em livros de físico-química).<br />

Os átomos doadores ou bases macias são altamente polarizáveis, sua camada de elétrons é<br />

extensa. A energia necessária para induzir um dipolo é baixa. Eles têm eletronegatividade<br />

baixa e são fáceis de oxidar. Os átomos receptores ou ácidos macios são grandes, possuem<br />

baixo estado de oxidação, muitos deles contêm elétrons não ligantes (p ou d) em sua<br />

camada de valência. Eles têm, em analogia às bases macias, alta polarizabilidade e baixa<br />

eletronegatividade. O caráter covalente em um complexo, ácido macio - base macia, é alto.<br />

Os ácidos e bases duros possuem características opostas das descritas: altos números de<br />

oxidação, carga alta, contêm elementos de alta eletronegatividade, ao mesmo tempo são de<br />

dimensão pequena - enfim, eles têm polarizabilidades baixas. Por exemplo, a maioria das<br />

aminas podem ser vistas, sob os critérios dados em cima, sendo nucleófilos básicos e duros.<br />

Por outro lado, o carbono sp³ a ser substituído via SN2, geralmente pode ser considerado<br />

altamente polarizável, ou seja, macio.<br />

O grande valor do conceito HSAB de Pearson se vê no fato de que pares ácido-base são<br />

mais estáveis caso os dois participantes sejam duros ou os dois sejam macios. A formação<br />

de um contato duro-macio é menos favorável, sob o ponto de vista termodinâmico e<br />

cinético. A regra não se relaciona com a força do ácido ou da base, mas apenas descreve a<br />

14 Este conceito é conhecido como HSAB (Hard and Soft Acids and Bases). Veja para maiores detalhes T. Ho,<br />

Chemical Reviews, 75 (1975) 1.<br />

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