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PRINCÍPIOS SÍNTESE ORGÂNICA - CEFET-MG Campus Timóteo

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A. Isenmann <strong>CEFET</strong>-<strong>MG</strong> <strong>Timóteo</strong> Princípios da Síntese Orgânica<br />

(1´) Um iniciador estranho ataca a ligação C-H mais fraca do substrato (ou uma posição da<br />

qual resulta um radical carbono estabilizado por ressonância), produzindo o radical R⋅ e o<br />

subproduto H-Ini.<br />

(2) ⋅O2H pode propagar o radical a uma outra molécula de substrato R-H.<br />

(3) O próprio radical R⋅ reage rapidamente com ³O2 já que a energia de ativação desta<br />

reação é quase nula e, além disso, o reagente ³O2 está presente em excesso.<br />

(4) A reatividade radicalar é transmitida do radical peróxido para uma molécula do<br />

substrato. Nesta etapa forma-se o produto principal da auto-oxidação, o hidroperóxido<br />

orgânico, R-O-O-H.<br />

Os produtos da auto-oxidação de R-H são então H2O2 (H-Ini) e R-O-O-H.<br />

Comparando o substrato R-H, com o produto principal, o hidroperóxido orgânico R-O-O-<br />

H, a auto-oxidação se evidencia como "inserção" do grupo peróxido, -O-O-, numa ligação<br />

C-H ativada.<br />

As etapas (5) e (6) não constam do ciclo de propagação desta reação em cadeia, mas têm<br />

importância para sua cinética. É a produção de dois radicais hidroxilas, a partir de uma<br />

molécula não-radicalar de hidroperóxido. A produção de novos radicais, no entanto, inicia<br />

novas cadeias radicalares. O resultado é uma avalanche de reações que, na ausência de<br />

inibidores, leva a uma explosão. Isto é o caso, por exemplo, em cada motor de combustão.<br />

(Aliás, os produtos finais destas séries de oxidações descontroladas de hidrocarbonetos<br />

sempre são CO2 e H2O; a reação é comumente chamada de combustão completa.)<br />

As etapas que causam a avalanche nem sempre acompanham os ciclos da auto-oxidação.<br />

Sua ocorrência depende principalmente da disponibilidade de ligações fracas R-H no<br />

substrato, da energia de ativação pelo ambiente e da presença de catalisadores que<br />

promovem uma quebra de hidroperóxidos (compare p. 636, reação de Fenton). Quando as<br />

ligações R-H forem raras, a temperatura insuficiente para a ativação das etapas 5 e 6 e o<br />

recipiente da reação livre de traços de catalisadores, então ocorre a auto-oxidação de<br />

maneira silenciosa, como, por exemplo, na rancificação da manteiga.<br />

A principal diferença entre as cadeias radicalares apresentadas nos capítulos anteriores e a<br />

auto-oxidação é a etapa 3, onde o radical R⋅ se liga ao birradical ³O2, sem perder sua<br />

reatividade radicalar.<br />

1.5.1 Controle da cinética e métodos de prevenção da auto-oxidação<br />

As etapas 5 e 6 do último esquema reacional não constam do ciclo de propagação, porém<br />

representam reações consecutivas dos produtos hidroperóxidos, H2O2 e ROOH, e podem<br />

causar uma avalanche de novos radicais iniciadores. As etapas 5 e 6, portanto, são<br />

catastróficas para a cinética desta reação.<br />

Em aplicações técnicas das auto-oxidações a ocorrência das etapas 5 e 6 é altamente<br />

indesejada, ou seja, para dominar essa técnica oxidativa os caminhos de ramificação<br />

cinética devem ser controlados rigorosamente. Infelizmente não existem métodos de<br />

reprimir seletivamente essas reações, mas existem aditivos chamados de retardantes que<br />

absorvem grande parte dos radicais que foram produzidos em excesso. Assim, impedem a<br />

iniciação de novos ciclos de propagação.<br />

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