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PRINCÍPIOS SÍNTESE ORGÂNICA - CEFET-MG Campus Timóteo

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A. Isenmann <strong>CEFET</strong>-<strong>MG</strong> <strong>Timóteo</strong> Princípios da Síntese Orgânica<br />

Na primeira etapa da propagação (recomendação da IUPAC: DRH) há reação entre o radical<br />

sustentador e o substrato hidrocarbônico. Dos dois possíveis pares de produtos, H-X + R⋅<br />

e R-X + H⋅, somente é realizado o primeiro, já que a formação do radical hidrogênio<br />

custaria mais energia do que a do radical carbono (compare a argumentação com os<br />

tamanhos dos orbitais do elétron desemparelhado, na p. 49).<br />

Nesta primeira etapa é definido o local da substituição, caso tiver vários sítios onde o<br />

substrato R-H pode ser substituído. Para o resultado preparativo a questão fundamental é:<br />

aonde o substrato será atacado pelo radical? Qual dos seus hidrogênios será transferido para<br />

o radical X⋅?<br />

Existe uma diferença fundamental entre substituição nucleofílica e radicalar. Na SN a etapa<br />

da substituição envolve o ataque ao “núcleo” da molécula, quer dizer, ao carbono. Na SR,<br />

por outro lado, o radical está atacando a periferia do substrato, então diretamente o<br />

hidrogênio! Este comportamento se explica pela alta reatividade do radical atacante que<br />

procura juntar-se com o primeiro átomo do substrato que encontra. Então, um argumento<br />

pesado na questão da regiosseletividade (ver p. 61) é certamente a frequência com que certo<br />

tipo de hidrogênio aparece na periferia do substrato.<br />

A altíssima reatividade dos radicais tem duas consequências preparativas positivas:<br />

1. Em substituições radicalares geralmente não se observa a quebra de ligações C-C no<br />

substrato, já que essas ligações são localizadas no interior da molécula.<br />

2. A alta reatividade e a curta meia-vida dos radicais não permite rearranjos no<br />

esqueleto hidrocarbônico do substrato.<br />

Na última etapa da propagação (etapa b, no esquema acima) forma-se o produto, R-Y, sob<br />

emparelhamento de elétrons. Ocorre transferência de um átomo (ou grupo) radical Y⋅, do<br />

reagente X-Y para o radical intermediário R⋅. Ao mesmo tempo, o radical sustentador da<br />

cadeia, X⋅, é reformado. Note-se que esta etapa da propagação não tem mais relevância<br />

sobre o local da SR dentro do substrato.<br />

Cadeia cinética<br />

Número médio de ciclos reacionais que são percorridos, a partir de um radical iniciador.<br />

Um valor típico para o comprimento da cadeia cinética é 10 6 , encontrado na cloração de<br />

metano na fase gasosa, iniciada por luz. Este valor reflete a grande facilidade com que as<br />

etapas da propagação são percorridas 24 .<br />

Atenção: o comprimento da cadeia cinética não deve ser confundido com o comprimento<br />

físico da cadeia do produto que se forma durante uma polimerização radicalar (ver p. 73.<br />

Para evitar confusão com as expressões "cadeia" e "comprimento", é recomendado usar<br />

“grau de polimerização”, para descrever o tamanho físico de polímeros vinílicos).<br />

Radical sustentador<br />

Aquele radical que é consumido na primeira reação de propagação e reformado na última<br />

etapa da propagação. A concentração deste radical é muito baixa e aproximadamente<br />

24 Essa é a causa principal para o buraco de ozônio: milhares de moléculas de O3 podem ser destruídas por<br />

apenas uma molécula iniciadora (por exemplo, um radical de hidrocarboneto halogenado, CFC).<br />

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