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PRINCÍPIOS SÍNTESE ORGÂNICA - CEFET-MG Campus Timóteo

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A. Isenmann <strong>CEFET</strong>-<strong>MG</strong> <strong>Timóteo</strong> Princípios da Síntese Orgânica<br />

análise dos produtos pode-se deduzir as velocidades relativas das propagações de cadeia -<br />

por sua vez as etapas mais difíceis do processo.<br />

Um olhar mais detalhado ao contato entre radical e substrato deixa reconhecer diferenças<br />

em reatividade do mesmo substrato, ao ser tratado com radicais diferentes. A argumentação<br />

a seguir é conhecida como postulado de Hammond-Polanyi. Como a transferência do<br />

hidrogênio, na primeira etapa da propagação, é levemente exotérmica, a ligação C-H do<br />

substrato é pouco esticada no momento de maior energia (= “complexo ativado”). Pode-se<br />

afirmar um caráter menos radicalar no carbono neste complexo ativado. Mais exotérmica a<br />

etapa, menor o caráter radicalar do substrato. As linhas pontilhadas no complexo ativado<br />

representam as ligações em fase da sua criação/rompimento. Note-se que são de<br />

comprimentos desiguais:<br />

E<br />

[ R ... H ...... ET = Cl ]<br />

R-H + Cl<br />

EA<br />

∆H<br />

R + H-Cl<br />

distância C-H ou caminho da reação<br />

Figura 6. Coordenada da primeira etapa da propagação: a transferência do radical Cl·<br />

ao substrato passa por um estado de transição com pouco caráter radicalar no esqueleto<br />

carbônico R.<br />

O postulado de Hammond-Polanyi não se restringe às reações dos radicais, mas vale em<br />

geral: mais exotérmica uma etapa, maior a semelhança do complexo ativado com o<br />

substrato. Mais endotérmica uma etapa, maior a semelhança do complexo ativado com o<br />

produto.<br />

Este postulado, aplicado à cloração radicalar onde se têm etapas claramente exotérmicas,<br />

explica porque tolueno reage até menos do que ciclohexano. Conforme a sequência de<br />

reatividade frente radicais, um carbono benzílico deveria ser muito mais reativo do que um<br />

carbono secundário. Decissiva é sempre a situação no estado de transição (ET) porque a<br />

estabilidade do ET determina a velocidade e então o caminho da reação. Agora, com tão<br />

pouco caráter radicalar no grupo R, neste mesmo ET, o argumento da estabilização por<br />

ressonância que foi destacado no último capítulo como causa principal da reatividade do<br />

tolueno, tornou-se subdominante. Em geral podemos afirmar que, quanto mais exotérmica a<br />

primeira etapa da propagação, menos importante a estimativa termodinâmica da SR, feita<br />

através das energias de dissociação no substrato. E vice versa: quanto menos exotérmica a<br />

primeira etapa da propagação, mais importante a energia de rompimento da ligação R-H e a<br />

estabilidade termodinâmica do radical R·.<br />

Isto pode ser também verificado ao comparar cloração e bromação do tolueno.<br />

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